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Luis Aguiar-Conraria, entre outros, tentar chamar os epidemiologistas ao debate público da gestão da Covid (e, já agora, de qualquer epidemia, em qualquer altura pode surgir outra, é da natureza das coisas).
Tem toda a razão, fazem muita falta no debate, como demonstra o bom artigo de hoje no Público, escrito por Manuel Carmo Gomes.
Só que é compreensível o relativo recato e prudência na intervenção pública por parte de quem tem a sua reputação profissional em jogo, numa matéria tão sensível.
Um ignorante como eu, mas com consciência da sua ignorância sobre o assunto, pode dizer os disparates que quiser que isso não altera muito o seu contexto social, mas isso não é verdade para quem vive do seu trabalho nestas matérias.
A forma como Jorge Torgal foi tratado pela imprensa, comentadores e pessoas comuns, quando disse o que pensava, e que hoje se pode demonstrar que, podendo não ser totalmente rigoroso, não era nenhum absurdo, a forma como o Conselho Nacional de Saúde Pública foi tratado na imprensa, pelos comentadores, pelo público e, por pressão pública, desqualificado pelo Governo, a forma como qualquer sugestão, por mínima que fosse, de que ser prudente na abordagem da gestão da epidemia nunca poderia esquecer os mais expostos, mas também o dia seguinte para os outros, foi desqualificada no espaço público, é natural que tenha empurrado quem sabe do assunto para uma posição recuada.
E a forma como todas estas pessoas que toda a vida trabalharam no assunto foram reduzidas a pó pela forma irresponsável como a imprensa deu eco às trombetas do medo sopradas a partir de cenários catastrofistas feitos por matemáticos, como Jorge Buescu, com escasso conhecimento dos processos que estavam a modelar, também não contribui para que alguém se queira expôr e correr o risco de ser cilindrado por esta imprensa prenhe de drama e emoção.
Talvez nos sirva de lição para ver se na próxima epidemia ouvimos mais quem sabe, e ouvimos menos quem diz que sabe.
O Covid-19 é perigoso?
Jorge Torgal: É menos perigoso que o vírus da gripe! Existe um pânico completamente desproporcional à realidade. As vítimas mortais de que se conhece o historial clínico tinham processos clínicos complicados. As outras infetadas estão a ser medicadas para a gripe, muitas delas com paracetamol. E é claro que haverá casos em Portugal, mas isso não é problema nenhum. Vivemos em sociedade, com deslocações, com convívio entre as pessoas. É uma doença que tem tratamento.
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