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Orlando

por João Távora, em 13.06.16

Anda aí uma espécie de polícia de costumes nas redes sociais a cobrar aos outros (sempre aos outros) solidariedade para com os gays de Orlando - exigem-nos a todos a exibição duma bandeira do arco-íris. Eu nunca fui Charlie de nada nem de ninguém e só Deus conhece e pode julgar a minha compaixão pelas pessoas que sofrem. E recuso-me a catalogar as pessoas pela sua orientação sexual. Se tenho orgulho em empunhar a bandeira duma civilização tolerante e solidária, a do arco-iris não é minha, com todo o respeito.
Tomemos o exemplo de um comunista e um católico que são assassinados num campo de concentração: perante o hediondo acto, aquilo que cada um pensa sobre a solução dos problemas do mundo perde qulaquer relevância, não quero saber mais da vida de um que da vida de outro. E se isso não acontecer tal deveria fazer-nos pensar (uma coisa que não abunda nas redes sociais). O aproveitamento desta tragédia para se marcar pontos na agenda gay é desfocar a questão do essencial. 
Insisto: o meu profundo incomodo e consequente compaixão tem origem na comunhão que sinto com as vítimas que são pessoas como eu. Esse é o (enorme) chão comum que pisamos. É nesse ponto fulcral  - como seres humanos que somos - onde podemos encontrar e unir todos. E no repúdio aos fanáticos islâmicos, de que ninguém está a salvo. O resto são flores. 

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19 comentários

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De João. a 13.06.2016 às 16:23

Não foi capaz de ser solidário com as vítimas sem ressalvas e mais ainda sem vir culpar os outros por estas suas ressalvas. Mas de católicos que são monarquicos, ou seja, idólatras, o que esperar senão estas contradições entre a conversa da compaixão e o seu real?
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De Slade a 13.06.2016 às 17:33

Eu também nunca fui charlie de causa nenhuma... E não sei qual o ponto fulcral em que os seres-humanos se podem encontrar; enfim, diria que em nenhum. Mas sinto que devo solidariedade aos gays de Orlando que se encontravam no local errado, à hora errada. Sei ainda que a sua reticência inicial se deve ao facto de acreditar num deus, pois isso leva-o a considerar gays como seres doentes, não conformes para com a vida como ela deve ser; tal como os que acreditam no deus do tipo que os matou; só que a si não lhe dá para a violência, como de resto à maioria dos que acreditam e não acreditam em deuses. O absurdo é que nenhum desses deuses existe - o mal, tal como o bem, são hipóteses que habitam somente no coração dos humanos.
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De Anónimo a 13.06.2016 às 18:42

https://youtu.be/qBlwxqqAprQ (https://youtu.be/qBlwxqqAprQ) o vídeo que explica o que aconteceu em Orlando e que não passar é na CNN certamente.
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De Anónimo a 13.06.2016 às 21:14

Não percebi nada do que se pretende com o post. Mas alguém lhe pediu alguma coisa, João Távora? Já agora, para que saiba, aquelas pessoas foram massacradas em Orlando, por serem gays. O resto são flores e o João Távora faz aí um lindo jardim florido.
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De Anónimo a 14.06.2016 às 09:41

Concordo. Se não se querem solidarizar com os mortos de Orlando só porque eram gays, não se solidarizem. Olha a falta.
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De Anónimo a 14.06.2016 às 01:25

E os desgraçados que foram assassinados no Bataclan? Foram mortos porque eram heterossexuais? Sejam homo, hetero, trans, poliamorosos, o que quiserem, mas não sejam ridículos.
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De Anónimo a 14.06.2016 às 09:34

Os do Bataclan não foram mortos por serem homossexuais, os de Orlando, sim. Qual é o problema que tem em reconhecer isto?
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De Anónimo a 14.06.2016 às 14:56

Não tenho que aceitar uma afirmação imbecil e é esse o ponto. A questão não está nas preferências das vítimas, mas mas crenças dos assassinos. A ver se deixam de ser ridículos e coitadinhos cheios de ódio :-)
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De Anónimo a 14.06.2016 às 16:49

Ó homem, o tipo matou aquelas pessoas por serem gays. A crença do assassino é que o homossexualismo é um pecado. É também por isso que no Irão, por exemplo, executam os homossexuais. 
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De do norte e do país a 15.06.2016 às 12:32

dito dessa forma, o problema está no islão, e portanto será religioso. Para a próxima poderiam ser cristãos. Mas isso já acontece todos os dias.
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De Anónimo a 14.06.2016 às 17:00

E as crenças dos assassinos visam liquidar quem eles odeiam. As pessoas no Pulse não foram assassinadas por serem maioritariamente latino-americanas, mas por serem LGBT. Percebeu finalmente, ou ainda não?
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De Anónimo a 15.06.2016 às 10:12

Sim, claro, e o assassino matou porque era gay.
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De Anónimo a 15.06.2016 às 11:33

Não, matou porque odiava gays. Você é burro?
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De Anónimo a 14.06.2016 às 09:39


Tanta conversa. Uns foram mortos porque eram homossexuais (Orlando), outros porque eram Ocidentais e se divertiam (Paris), outros porque eram de esquerda (Charlie Hebdo), etc. Todas estas coisas e muitas outras são condenadas pelo Islão radical, custa muito entender isso, ou só temos "pena" de uns e já achamos que a morte de outros é bem feita?
Você é mais um dos que não quer ouvir falar em gays e em outras coisas das quais não gosta, escusa é de ser tacanho, recusando que o terrorismo islâmico também visa os homossexuais, porque só lhe fica mal.
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De José Manuel Faria a 14.06.2016 às 09:29

 "O aproveitamento desta tragédia para se marcar pontos na agenda gay é desfocar a questão do essencial." Não, não é.Em Orlando aconteceu um crime de ódio. Se o ódio fosse sobre portugueses, diria o mesmo?
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De do norte e do país a 15.06.2016 às 12:36


Julgo que o autor quis dizer exactamente isso:
crime de ódio.
Também julgo que quis dizer que reduzir o problema aos homossexuais é pretender dizer que a sociedade é intolerante. E o problema neste caso não é esse.
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De Anónimo a 15.06.2016 às 13:39

crime de ódio, a quem, ó senhor? Aos adeptos do Benfica? Aos criadores de pombos? ... Cum raio, as voltas que é preciso dar para não se reconhecer que a motivação do crime foi o ódio aos gays :)
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De do norte e do país a 16.06.2016 às 12:37

julgo que fui claro. era preciso ler o comentário até ao fim. Não deturpe.
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De Pita a 16.06.2016 às 19:02

«tal deveria-nos fazer pensar...»
João Távora, é natural. Todos temos dias maus. Mas esta é de cabo-de-esquadra. Creio que nem no AO...

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