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Ouvi Clara de Sousa afirmar, sem margem para dúvidas, que Bolsonaro era o primeiro candidato derrotado que não telefonava ao vencedor para lhe dar os parabéns, disseram-me que Paulo Portas disse exactamente o mesmo (presumindo de Portas nunca diria tal sem ter verificado se era assim) e o telefonema, ou a falta dele, parece um assunto de primeira importância.
Para mim é claro que num país em que a evidente grosseria do Primeiro-Ministro no parlamento passa quase sem censura social, ao ponto de que eu nem saberia da resposta, adequada, de Rui Rocha se não fosse uma referência de José Manuel Fernandes, a questão central da falta do telefonema de Bolsonaro dificilmente seria a sua boa educação.
A boa ou má educação dos políticos não me é indiferente, prefiro pessoas de boas maneiras a carroceiros, mas não é uma questão central, portanto este post não é sobre isso mas sobre duplicidade de critérios.
A verdade é que Haddad, nas últimas eleições presidenciais do Brasil antes destas, já tinha feito exactamente o mesmo, não tinha telefonado a Bolsonaro, dizendo-se que "Bolsonaro não tratou Haddad com civilidade durante a campanha e, por isso, não merece o gesto de diálogo".
A diferença de tratamento dos dois casos é a única coisa politicamente relevante.
Do mesmo modo, por exemplo, as gigantescas manifestações anti-Trump, imediatamente após a sua tomada de posse, são meras manifestações democráticas, mas eventuais acções anti-qualquer presidente recém-eleito que tenha o favor da imprensa, são manifestações de falta de democraticidade.
Pela parte que me toca, acho uma questão menor se os adversários políticos se tratam civilizadamente ou não (repito, prefiro pessoas civilizadas) mas a dualidade de critérios dominante no espaço público não é uma questão menor, é mesmo um problema sério das nossas democracias.
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