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O telefonema

por henrique pereira dos santos, em 01.11.22

Ouvi Clara de Sousa afirmar, sem margem para dúvidas, que Bolsonaro era o primeiro candidato derrotado que não telefonava ao vencedor para lhe dar os parabéns, disseram-me que Paulo Portas disse exactamente o mesmo (presumindo de Portas nunca diria tal sem ter verificado se era assim) e o telefonema, ou a falta dele, parece um assunto de primeira importância.

Para mim é claro que num país em que a evidente grosseria do Primeiro-Ministro no parlamento passa quase sem censura social, ao ponto de que eu nem saberia da resposta, adequada, de Rui Rocha se não fosse uma referência de José Manuel Fernandes, a questão central da falta do telefonema de Bolsonaro dificilmente seria a sua boa educação.

A boa ou má educação dos políticos não me é indiferente, prefiro pessoas de boas maneiras a carroceiros, mas não é uma questão central, portanto este post não é sobre isso mas sobre duplicidade de critérios.

A verdade é que Haddad, nas últimas eleições presidenciais do Brasil antes destas, já tinha feito exactamente o mesmo, não tinha telefonado a Bolsonaro, dizendo-se que "Bolsonaro não tratou Haddad com civilidade durante a campanha e, por isso, não merece o gesto de diálogo".

A diferença de tratamento dos dois casos é a única coisa politicamente relevante.

Do mesmo modo, por exemplo, as gigantescas manifestações anti-Trump, imediatamente após a sua tomada de posse, são meras manifestações democráticas, mas eventuais acções anti-qualquer presidente recém-eleito que tenha o favor da imprensa, são manifestações de falta de democraticidade.

Pela parte que me toca, acho uma questão menor se os adversários políticos se tratam civilizadamente ou não (repito, prefiro pessoas civilizadas) mas a dualidade de critérios dominante no espaço público não é uma questão menor, é mesmo um problema sério das nossas democracias.


19 comentários

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De Luis a 01.11.2022 às 23:26

Atualmente a direita é praticamente todos os seus defensores ou representantes é tratada como se fosse um grupo criminoso pela CS enquanto a esquerda é levada em ombros pela mesma. Ora isto é claramente antidemocrático e paulatinamente está a impor a visão da esquerda e do pensamento único à sociedade. Hoje quem não diz ámen à agenda esquerdista é automaticamente acusado de "facho". Quase 50 anos após o fim da ditadura eis que estamos em risco de levar com outra. A narrativa oficial das esquerdas já é passada em loop pelos meios de CS, os opositores já são alvo de difamações e insultos de todas as formas e feitios, os cargos relevantes no estado e organismos por ele tutelados ou influenciados só já são praticamente acessíveis aos rapazes de determinada família política, etc, etc,... a imposição da vontade dum par de pessoas aos outros milhões desde há quase 50 anos que não estava tão presente entre nós como está hoje. Nao abram os olhinhos que não é preciso! 
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De Anónimo a 02.11.2022 às 09:03

E ele ia telefonar para quê? A dizer o quê? O que disse no discurso -"Nem compro nem vendo..." Ou diz-se "choveu no molhado". Já fala como os cabecilhas russos - encher chouriços. Nunca disse nada de jeito e não ia dizer no fim...
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De entulho a 02.11.2022 às 09:21

seria interessante saber se Putin interferiu nestas eleições
se ontem lula e os juízes borraram as cuecas.
acabam notícias sobre Amazónia e índios.
começam as que falam dum futuro brilhante.
por cá, no dizer de JMJ, temos Don Corleone.
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De entulho a 02.11.2022 às 09:27

Au Brésil, face au risque de chaos, Bolsonaro sort du silence et joue l’apaisement

Après près de quarante-huit heures de mutisme depuis l’annonce du résultat de l’élection présidentielle, le chef de l’Etat a promis « de respecter tous les commandements de [la] Constitution », sans reconnaître formellement sa défaite.

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De Anonimo a 02.11.2022 às 10:22


A Amazonia está salva e o Brasil liberto de uma possível ditadura militar, é tudo o que interessa.
O resto são fight divers, e o futuro é radioso
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De Anónimo a 03.11.2022 às 07:55

Imagino que, se os manifestantes atropelados ontem fossem do Lula, toda a Com.Social iria muito lesta, saber quem era o dono do carro que os tinha abalroado e encheriam os telejornais (e bem) com o nome e a biografia do autor, e mostrariam repetidamente o rosto do criminoso bolsonarista. Seria quase uma crucifixação pública
Como foi ao contrário, as vítimas eram bolsonaristas, deram as notícias do crime com pinças,  com demasiada cautela, limitando-se a exibir imagens sem uma palavra de condenação clara. Neste caso não parece que haja pressa nem interesse em investigar a autor do crime. 
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De Anónimo a 03.11.2022 às 09:14

Portugal tem vivido num mundo "alternativo", irreal, entalado entre duas realidades, ambas nocivas, porque têm concorrido bastante para o mau funcionamento democrático do país: de um lado, existe uma Comunicação Social facciosa que beneficia das relações estreitas que mantém com o poder, com quem "mercadeja a sua função" de o escrutinar e de informar _ a dualidade de critérios é confrangedora _ ora desinforma, ora omite, ora distorce e sobretudo cala todos os factos que incomodam o poder; 
 do outro lado, a mais que sabida poderosa Propaganda, essa máquina de enganos, bem untada que engana, lança poeira para os olhos dos "simples" criando-lhes ilusões de falsa prosperidade. Um mundo "alternativo" e virtual é um Mundo de Fantasia. 
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De Anónimo a 03.11.2022 às 10:15

Portugal tem vivido num mundo "alternativo", irreal, entalado entre duas realidades nocivas que muito têm contribuído para o mau funcionamento desta nossa peculiar democracia. 
De um lado, uma certa Comunicação Social dúctil e facciosa que beneficia (muito) das relações estreitas que mantém com o poder, com quem "mercadeja as suas funções" de o escrutinar e nos informar ou...   desinformar (quase sempre), com uma dualidade de critérios confrangedora _ ora omite, ora distorce, e sobretudo cala os factos que incomodam o poder. 
Por outro lado, a já sabida poderosa Propaganda, máquina bem untada, cuja especialidade consiste em lançar névoas e poeira para os olhos dos "simples", entretendo-os com cantorias xaroposas,  iludindo-os com mundos  de faz-de-conta e amanhãs bem sucedidos e cheios de abundância.
Este mundo "alternativo" e fantasioso _ que nos vendem!_  apenas serve para nos toldar o juízo e nos embalar com "música".


PS. E nem é preciso ir mais longe:  a corroborar este mundo de mentiras e falsidades, se me permite, dou o exemplo do texto de A.Homem Cristo, onde ele desmonta esta propaganda desavergonhada:
https://observador.pt/opiniao/boa-sorte/

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