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Assisti ontem ao anúncio do Sr. José Luís Carneiro à sua candidatura à chefia do PS. Sinceramente gostei - pelas suas palavras, pelos seus projectos, por toda uma tranquila expressão que apelava ao bom senso. Sendo eu, como é evidente, declaradamente contra o seu partido, mas antevendo, nesse seu passo, uma hipótese de o País sair da deriva em que creio não sobreviva muito mais.
Depois havia dados facticos: José Luís Carneiro nunca saiu da penumbra partidária, cumpriu o seu mandato com os meios ao seu alcance, era discreto, eficiente, e, avalio sem "mas", foi um bom ministro.
Todavia, caíram hoje duas bombas neste pobre Portugal submetido ao bramanismo. A saber: a imprevisível demissão de Galamba; e a já anunciada apresentação ao serviço de Santos. Assim, como se uma não tivesse a ver com a outra.
Ora é evidente que têm, e eu não gosto de grandes demonstrações. Têm, ponto final. E por trás de Santos está a inefável Costa. E por trás de Costa o cagaço de eleições sem margem absoluta e o regresso à Geringonça. Coisa que o Sr. Carneiro ontem - de boa-fé, mas ingenuamente, rejeitou.
Antevia-se o Sr. Santos ganhasse as eleições internas do PS. Alea jacta est é coisa nenhuma. O Sr. Santos é um vencedor antecipado e a menina Catarina hoje mesmo transpirava (sentia-se aqui) batalhando pela sua candidatura. Já ganhou, e a Direita, bastantemente estupidificada e temerosa, vai contribuir para essa vitória.
Contas feitas: ou o Sr. Carneiro aproveita a deixa para pôr os pontos nos "ii" - e diz claramente o que é o seu PS - ou serve apenas de factotum para que o fantasma da maioria absoluta (socialista) seja afastado por unanimidade dentro do "colégio". Ou, ainda, está apostado no Parlamento Europeu.
Está ou não empenhado num PS operacional? É o que daqui para a frente a gente verá - se temos Carneiro ou corneteiro, como lá nos tempos do regimento - o "corneiro".
É uma questão matemática. A maior dispersão de votos provoca menos deputados. A concentração de votos permite, com menos % de votos, ter mais deputados. – As emoções que exibem, de aparente repúdio e asco, escondem a racionalidade da perpetração.»
(apreciei esta última frase sobre a hipocrisia que exibem)
De facto, o som da República antes de eleições é uma CORNETEARIA.
– As cornetas chiam a ideologia da República.
– Estrilham sonoramente o impasse irresolúvel da perpétua oscilação, entre PS (e afiliados à esquerda) e PSD (e afiliados à direita).
– São 49 anos deste repasto, mais os anteriores 64.
– Sejam os Corneteiros, os santos, os montenegros, os carneiros, os soares, os cavacos, os guterres, os passos, ou outros quaisquer. É sempre a mesma cornetearia.
– A ideologia da República é impotente e incapaz de Desenvolver tudo onde se mete.
– E, infelizmente, também se meteu em Portugal.
– Uma perpétua oscilação, binária, dual, inversamente opositiva, isomorficamente simétrica. Neste caso, entre ps/psd, ricos/pobres, privado/público, esquerda/direita, fiéis/infiéis, comunistas/liberais, etc.
– A Ideologia da República vê o mundo às avessas e às travessas. Concebe-o como um eterno «prós/contras». Uma espécie de joker, que brinca com o País ao jogo da «cara ou coroa». Em que tudo o que diz e faz, se anula a si mesmo pelo seu contrário e inverso. Não consegue andar para a frente, oscila sempre enterrada no mesmo lugar, em redor de si própria.
– É a República
ORA, OLHEMOS A ATUALIDADE POLÍTICA, E ESSA CORNETEARIA:
...
A CORNETEARIA REPUBLICANA:
1 – O Chega é alimentado pelo PS para dividir o PSD. O Chega é uma espécie de marca branca, invertida, do PS. Uma espécie de agente infiltrado.
3 – É uma questão matemática. A maior dispersão de votos provoca menos deputados. A concentração de votos permite, com menos % de votos, ter mais deputados. – As emoções que exibem, de aparente repúdio e asco, escondem a racionalidade da perpetração.
4 – Isto é a luta política. Uma guerra teatralizada. Através da palavra, da imagem, e da visualidade.
5 – E, na luta política, tal como na adaptação à Natureza, uma das armas mais eficazes do ser-humano é o disfarce, a heteronomidade, o fingimento (usada tanto na poesia ou na literatura, nos comentários, como na economia, na ascensão social, no emprego, ou na guerra). É bom não esquecer que essa capacidade de disfarce é o «como se» matemático. Codificado no ADN. Que deriva da propriedade físico-química de «auto-catálise» (moléculas com a propriedade de fazerem cópias de si mesmas).
6 – O PS usa o Chega para que o eleitorado do PSD não se reúna. Finge uma repulsa, que é uma peça teatral a que se poderia dar o nome de «A Farsa do Abominável». O PS não é sincero, é uma armadilha perpetrada.
7 - O A.Costa foi um dos principais autores dessa estratégia. Enquanto a maioria dos outros o imitavam, na sua expressão facial da emoção de repulsa, por seguidismo, ele fazia as contas e usava isso num outro patamar de acção (a Política).
8 – O que mostra que o PSD está carente de uma Liderança a sério.
9 – Analisem-se os números com frieza. Por exemplo, os das eleições legislativas de 2022:
– O PS consegue 120 deputados com 2.302.601 votos. O PSD, com 1.539.415 votos, só consegue 77 deputados. Porquê? Porque o Chega, com 399.659 votos, divide o eleitorado tradicional do PSD, e com isso, apenas com 7,38%, consegue 12 deputados.
– Essa divisão está cavada. E não desaparecerá até 10 de março 2024.
– E mesmo com uma aliança com o Chega, os votos serão contados separadamente. Logo, o PSD arrisca-se a não ganhar ao PS enquanto o Chega não diminuir a sua influência, ou o voto-útil não funcione.
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