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Todo o sucedido vai na primeira pessoa do singular: foi - recente e felizmente - o meu único confronto com o país das maravilhas da Geringonça no capítulo da Saúde.
Vão lá quatro dias. Telefonou-me um meu filho, atrapalhado, supunha ter partido um pulso. De imediato fui ter com ele e o transportei ao hospital local.
Feita a triagem, entrámos a fundo no inferno das Urgências socialistas. Naquele imenso acumulado de gente à espera.
Acomodei o rapaz o melhor que pude e, quando ele se queixava das dores e da demora, tentava "consolá-lo" apontando o engarrafamento de macas onde gemiam novos e velhos, homens e mulheres, entubados e entrapados, criteriosamente estacionados e esquecidos num recanto de espera.
Por fim, a radiografia e o resultado - fractura. O passo seguinte seria o ortopedista... se houvesse ortopedista.
Ninguém sabia. Eram 18.30h. O ortopedista chegaria às 20.00h. Se chegasse... Ontem, por exemplo, não chegara.
Às 21.00h, enfim, convencemo-nos de que hoje também não chegaria. (A acumulação de macas e os seus desgraçados gemebundos mantinha-se intacta.) A salvação: demandar o hospital de Braga; se necessário, arranjar-se-ia uma ambulância...
Fomos mais rapidamente de automóvel. E num hospital quintuplamente maior, mais a abarrotar de gente, menos soturno, entrámos e o meu filho foi visto, engessado, tratado por uma equipa médica amável, prestável, muito simpática e profissionalmente cumpridora.
(Braga, uma das duas parcerias público-privadas na Saúde que escaparam à sanha geringoncista.)
Agradecemos e despedimos-nos. Os médicos riram-se quando, então, lhes pedi apresentassem os meus cumprimentos ao Sr. Costa - o chefe deste pasto de vacas sagradas que somos todos nós, na expectativa de não sermos abatidos para benefício do clima, diz-se agora, muito acalorado enquanto ruminamos.
Escrevi, em finais de 2017 na blogosfera:
As Urgências no Hospital de S. José em Lisboa, são dignas de nota:
Tempos de espera muito longos.
Tudo se passa num apertado corredor numa barulheira de feira.
Os Doentes, homens e mulheres, novos e velhos, em maca ou pelo seu pé, ou sentados em cadeiras ou em cadeiras de rodas, amontoados em total promiscuidade frente a frente.
Uns choram, outros gemem, outros dizem palavrões, uns vomitam, outros borram-se, outros sangram, outros andam praticamente despidos, outros mudos e meio aparvalhados com o que veem e ouvem.
Os Médicos, os Enfermeiros, as Auxiliares e as Serventes todos num rodopio acotovelando-se que nem formigas, por entre doentes e acompanhantes.
Mesmo assim, estes profissionais esforçam-se por atender todos o melhor que podem, perante as tristes condições que o local lhes oferece.
Médicos, praticamente tudo gente nova, dão consultas onde quer que calha e até em improvisados gabinetes.
Todos os espaços de actividade são acanhados e pouco iluminados.
Sistema de fonia roufenho, sítio para o doente se despir e ser internado é onde calha.
As roupas e pertences dos que vão ser internados, metidos num saco de plástico e levados por um auxiliar.
Os sacos de urina dos acamados são despejados numa pia junto à qual eu já vi uma doente a ser consultada pelo Médico.
Uma doente, vi eu ser auscultada pelo Médico, encostando o estetoscópio por cima da roupa de inverno...
Mas temos dez (10) excelentes Estádios de Futebol espalhados por Portugal, com todas as condições desportivas e habitacionais... muitos deles estão às moscas.
De então para cá não sei como está a situação.
Entretanto, perdi a minha mulher, noutro hospital, novo de 7 ou 8 anos uma PPP, não pela doença com que entrou mas com bactérias e fungos que lá apanhou...
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