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Chamam-lhes crianças, não-adultos, irresponsáveis, mas talvez não sejam isso, talvez os novos governantes gregos, e Tsipras mais que todos, sejam afinal adultos, resolutos, e decididos a usar de todos os enganos, de toda a má fé para promoverem a sua agenda oculta.
O governo do Syriza foi eleito democraticamente. Em democracia um povo é livre de escolher mal, de dar tiros no pé, de conseguir para si um futuro sombrio. António Lobo Xavier dizia na passada 5ª feira que não enviaria a negociar com capitalistas, com reponsáveis do euro e com responsáveis da UE uma pessoa que fosse anti-capitalista, anti-euro e anti-UE. Mas foi isso que os eleitores gregos fizeram. Julgavam que tinham uma segurança, a de ser público e notório que 70% dos gregos querem o euro e a UE, e elegeram ingenuamente o Syriza.
Mas as vanguardas querem lá saber de 70% do povo, ou mesmo de 100%. As vanguardas estão ali para o educar, para lhe impor a sua visão iluminada. Assim, o Syriza agradeceu e, desde Janeiro até hoje, tratou de alienar todas as simpatias, todas as alianças, todas as possibilidades de manter a Grécia no euro.
O Syriza alienou os países antes assistidos chamando-lhes invejosos, frustrados, cegos e desleais. O Syriza indispôs países bálticos e Europa de leste com sucessivas aproximações a Moscovo. O Syriza indispôs a Alemanha (e Merkel, a maior aliada da Grécia) exigindo indemnizações e ostentando um orgulho ofensivo de querer mais dinheiro e não querer pagar. O Syriza alienou os possíveis apoios da Itália de Renzi e da França de Hollande convidando-as a apoiar exigências ridículas. O Syriza alienou as escassas simpatias e confianças entre os membros da troika chamando-lhes chantagistas, promotores de ultimatos, gente sem visão nem futuro, e, de forma mais geral, mentindo descaradamente (mentindo factualmente) sobre as negociações, sobre quem disse o quê, sobre o conteúdo de documentos e reuniões.
Depois de 6 meses de prática da mais desonesta diplomacia que há muito se via na Europa, já próximo do desastre que desejou e quer, o Syriza apresenta agora aos gregos o saldo extraordinário de um referendo, em que votarão sim ou não sobre medidas que terão caducado na data da votação; um referendo em que o governo Syriza defende o não (ou seja, a saída do euro), mas promete ao povo que tratará de gerir o sim se ele vencer.
Tsipras (e a figura patética cuja reivindicação de fama assenta basicamente na roupa preta, numa mochila e num cachecol), afinal, pode ter feito tudo muito bem, ou seja, como sempre tencionou. Levará a Grécia à saía do euro e à tragédia. E, como sempre faz a esquerda que se imagina num pedestal político e moral, proclamará que a culpa é da UE, a culpa é do BCE, a culpa é da Europa toda, a culpa é de Portugal. A culpa também será dos gregos, que serão privados de democracia a bem da reeducação.
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