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O "Roialista" e um bocadinho mais

por João-Afonso Machado, em 13.12.21

MONARQUIA DO NORTE.jpg

O  meu querido amigo Tomás Moreira enviou-me, e eu recebi hoje, o seu imprescindível livro Memorias dum Roialista. (Andei por fora, não pude ir à sua apresentação.) Li-o na diagonal e logo me apercebi, faltava ali uma nota fundamental: telefonei ao Tomás, pedindo licença para agora a expor. Segue-se uma breve nota preambular:

Na transacta Década de 90, eu ainda rapaz e cheio de vontade e paciência, enquanto era membro dos orgãos sociais da Real Associação do Porto (e mesmo depois), encarreguei-me da cordenação do seu boletim Monarquia do Norte (1995-2000). Era a minha praia... O Boletim saía com regularidade, tinha os comentadores previamente estabelecidos, tinha as notícias do momento e tinha mais: sucessivas entrevistas a monárquicos de peso na sociedade portuguesa, na causa pública do dia-a-dia. Cito alguns nomes: o General Carlos de Azeredo (então Chefe da Casa Militar do Presidente Soares), o Eng. António Leite de Castro (Governador Civil do Porto), o Dr. José Luís Nunes (deputado socialista às Constituintes de 1975) , a escritora Agustina de Bessa Luís, o empresário Américo Amorim, o advogado Dr. Damião Velozo Ferreira (Cônsul da Bélgica no Porto), o Eng. Francisco de Almeida e Sousa, da Associação Industrial Portuense, José Augusto Granja da Fonseca, Presidente da Câmara de Paredes, os Engs. Paulo Valada e Nuno Cardoso (ambos Presidentes do Município portuense), o Prof. Doutor Vieira de Carvalho (também Presidente da edilidade da Maia)...

O Tomás levou o meu comentário na conta de uma nota importante que falhou nos seus apontamentos: teria sido uma época em que andou mais arredio. E entusiasmou-me a esta "apostila".

Evidentemente, tais depoimentos de gente envolvida no quotidiano da época, - todos manifestavam a sua crença na Monarquia, sem jamais questionar a nossa Casa Real de Bragança. Tudo eram personalidades ordeiras e civilizadas, com a correspondente consciência. A Monarquia, o rumo desejável... E o Boletim era querido de quem o lia, a Monarquia credibilizava-se em crescente.

Desculpar-me-ão, hei, por fim, de contar o episódio do nascimento da nossa Infanta, a Senhora Dona Maria Francisca. Com baptizado marcado em Vila Viçosa e com a nossa estreiteza de meios, ainda assim conseguimos cerca de 200 depoimentos telefónicos de alentejanos acerca da importância do acontecimento. Fomos de Portalegre a Beja, de terra em terra, ao longo de todas as classes sociais - a satisfação, a alegria, eram gerais. Desse modo parti para lá, de boné na cabeça, qual ardina - orgulhosamente! - e os quase 300 exemplares do Boletim, páginas de depoentes identificados, que levava foram-se num ápice.

Fica o complemento. Fica, ainda, a memória do tempo em que não me faltava o tempo, nem a insubordinação, para organizações e conversações. Eu escrevo, não faço reuniões... De tudo resta o supremo Ideal - a Monarquia! Sempre! Que a Maçonaria vai escangalhando nas redes sociais com tergiversações labregas fundadas em coisinhas dinásticas.


6 comentários

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De aly kath a 13.12.2021 às 18:53

o Dr. José Luís Nunes morreu demasiado cedo

em 77 fui ao Porto visitar um Amigo e após uma reunião sindical o dito deputado levou-nos a jantar a Matosinhos
da longa conversa fiquei com a melhor impressão go Senhor
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De João-Afonso Machado a 13.12.2021 às 19:12

Eu conheci muito mal o Dr. J. L. Nunes, mas fiquei com a melhor impressão da sua pessoa, de saudosa memória. Tenho-lhe verdadeiro respeito.
Entretanto. foi ostracizado pelo PS, dadas estas questões de regime e sob um pretexto que, por respeito à sua memória, não posso divulgar.
Afastado das lides políticas - posso é dizer: a hipocrisia, a monstruosidade do PS.
E posso recomendar: investiguem. Conheçam as razões. Saibam o que é o socialismo que ostracizou o Senhor José Luís Nunes. 
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De Anónimo a 13.12.2021 às 20:19

É o mesmo PS que escaganitou na Constituição o (actual) 288 alínea b, desde 75 intocável por qualquer revisão. 
Só não percebo é como pessoas estimáveis conseguem dizer-se monárquicos e pertencer a um partido que, manifestamente, não superou (neste aspecto) o facciosismo caceteiro e totalitário do republicano partido afonsista, que se dizia partido "democrático".
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De Costa a 13.12.2021 às 22:50

"A República" - e desde logo a "primeira república", essa coisa vergonhosa de que o regime tanto se orgulha - continua a ser, da direita à esquerda, um momento sagrado da nossa liturgia estatal. Infinitamente melhor do que a Monarquia e pela mais robusta das razões: porque sim. 
Porque quem pensar de forma diferente não é sequer um conservador: é um reaccionário sem salvação. Ou, na melhor hipótese, um serôdio tolinho queque. Ou seja, quanto basta, em termos de fundamentação, perante um povo metódica e largamente estupidificado e embrutecido. E que gosta, gosta muito, dessa sua condição.
Desaparecido Vasco Pulido Valente e lida a sua obra por não mais do que um punhado de ociosos irrelevantes, vejo mal como a coisa possa mudar. 
É o que temos. é o que somos.
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De Anónimo a 14.12.2021 às 09:29

Costa: subscrevo todas as suas considerações.
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De Anónimo a 02.01.2022 às 19:21

Já com atraso, já no novo ano, uma breve palavra. Estivemos presentes (Pai e eu, por amizade, e laços familiares, antes de mais, e foi um bom "passeio e convívio entre ambos até ao Porto", cumplicidades pouco compreensíveis, de fora, pouco frequentes, fisicamente, mas "giras", por tão pacíficas serem), e "tirei notas" - apenas eu, claro, a ignorante, outros, os Senhores! não precisam de tal! - do "apresentado" pelo "apresentador oficial", n/ amigo também, que, de igual modo, disse que se tivera que preparar, é natural, lendo o livro, e trabalhara para o apresentar. Mas esta "apostila" "é mais completa", mais leve, mais direta e objetiva, num texto simples e engraçado. É só uma nota, feedback, a quem nunca se distrai de dizer a palavra na devida hora, seja sobre o que for, e a quem for, ao seu amigo, no caso, e sempre enriquecedora de memórias e de histórias de vida Parabéns. 

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