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O regresso do paternalismo

por Maria Teixeira Alves, em 19.03.16

Ao ler a notícia do Expresso de que Isabel dos Santos foi a São Bento, falar com o primeiro-ministro António Costa para este lhe dizer que apoiava a sua entrada no capital do BCP – um encontro que terá tido como objectivo pôr fim à longa contenda que existe entre a empresária angolana e o BPI onde tem 18,6% directamente – lembrei-me dos velhos tempos. Isto é que é a tradição nacional. O pai Estado resolve. Pois com este encontro António Costa pretende resolver o impasse negocial entre os accionistas do BPI. 

A isto associa-se o facto de ter já havido um envolvimento político do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelando à oposição à espanholização da banca portuguesa. Segundo o Expresso, o Presidente está concertado com o primeiro-ministro e o governador do Banco de Portugal, para diversificar as fontes de capital accionistas dos bancos. António Costa surge com um papel activo de exercicio de uma magistratura de influência não oficial para que os accionistas espanhol e angolano do BPI dessem gás a um entendimento.

Este é pois mais um sinal do regresso da velha ordem. A ordem em que o Estado ajudava os grandes grupos.

Esta coisa de: "o primeiro-ministro, António Costa, chamou a si este dossiê. E o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostrou preocupação" é já o sinal de um regresso ao passado. Aliás o PSD já veio questionar o Governo sobre a alegada intervenção em negócios da banca com Isabel dos Santos.

Estamos de volta ao velho paternalismo do Estado, que remonta ao Estado Novo, e que não morreu com o tempo, pelo contrário. Não admira que uma sociedade que não consegue viver sem esse paternalismo nutra ódios profundos por Vítor Gaspar, Maria Luís Albuquerque e Pedro Passos Coelho.


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