Este tema da nomeação do Procurador Europeu teve, desde o início, contornos bastante torpes e indecorosos (para dizer o mínimo). Um hábito, de alguém que deixou semente... Mas o que me causou maior espanto foi a forma como o governo lidou com o assunto: não sentiu qualquer embaraço perante as provas de falta de lisura na "sua" escolha. Apesar de tal acto ter sido tão escrutinado e tão criticado pela opinião pública, o governo continuou a agir com total impunidade, como é seu timbre, mantendo a sua nomeação cheia de trapalhadas escandalosas, com propósitos nunca esclarecidos até hoje. Nem os pedidos de esclarecimento e as chamadas de atenção da UE os fez corar.
Se dúvidas houvesse, esta foi a prova evidente e a demonstração de que este governo não tenciona combater «de facto» a corrupção. As actuais medidas à pressa são pura operação de cosmética. Não há zelo nem respeito pelos valores da Democracia, Portugal é a sua coutada, e os portugueses, tantas vezes tratados sem consideração como se lhes dissessem "Ide ver se chove!".
Como adiante se verá, em relação à corrupção, é a mesma dissimulação, com a "marca" Sócrates, como denunciou há dias João Cravinho.
Só podemos concluir que o "mestre" fez "escola".