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Mais uma vez, quando o Ministério Público torna público que está a fazer uma investigação que envolve alguém que o PS entende que deve estar acima da lei, os dirigentes do PS reagem com processos de intenção em relação ao tempo em que essa divulgação é feita e coisas que tais.
A razão é simples, o PS especializou-se em fugir de responsabilidades políticas, para disfarçar o facto de ter passado a ser uma máquina de ocupação do poder, para quem as políticas são o que der jeito a cada momento.
Um dia destes, Alexandra Leitão, que se tornou conhecida por destruir escolas que funcionavam bem e tinham integração social para as substituir por escolas que funcionavam pior gastando mais dinheiro (no fundo, a mesma opção de Marta Temido em relação às PPP da saúde), com base na ocultação da informação sobre custos por aluno e na mentira de que se iria poupar dinheiro ao Estado, zangava-se num debate de cada vez que alguém falava das responsabilidades do PS na gestão da Câmara de Lisboa.
O argumento, que foi um dos argumentos centrais da campanha eleitoral de António para as eleições que perdeu para Passos Coelho, é de que não vale a pena falar das responsabilidades do PS anteriores às últimas eleições porque isso já foi julgado nas últimas eleições (o que não a impediu, minutos depois, de falar da gestão de Santana Lopes e Carmona Rodrigues, claro, porque para o PS as regras aplicam-se aos outros, para o PS há sempre uma excepção perfeitamente justificada).
Esta opção não é uma opção pontual de Alexandra Leitão, pelo contrário, é uma opção de fundo da cúpula dirigente do PS que não aprende e que, por isso, nunca assumiu responsabilidades pelas opções políticas dos governos de Sócrates (as questões legais são outro assunto, mas a opção de gastar dinheiro à maluca, sem ter instrumentos para gerir a dívida, é uma opção política de Sócrates e do PS sobre a qual o PS nunca assumiu qualquer responsabilidade política, bem pelo contrário, assinou o memorando com a troica e logo que saiu do poder contestou todas as medidas de política que resultavam desse memorando assinado e negociado pelo PS).
Pedro Nuno Santos resolveu fazer uma demonstração clara desta cultura de irresponsabilidade política.
Disse Pedro Nuno Santos que havia um conflito insanável dentro do Conselho de Administração da TAP e que por isso concordou com uma rescisão em termos que lhe garantiam ser legais.
O que Pedro Nuno Santos se terá esquecido é de dizer que essa opção, que parece legítima a um leigo, e que é sem dúvida uma opção política, foi ocultada para evitar que a responsabilidade do pagamento fosse atribuída ao Governo, escolhendo sacrificar a Presidente do Conselho de Administração da TAP, usando-a como pára-raios político, atribuindo-lhe toda a responsabilidade pela situação.
Naturalmente, o bode expiatório revoltou-se e disse que era tudo treta, que havia responsabilidade política do Governo, e foi dessa divergência que resultou todo um imbróglio seguinte que poderá resultar numa indemnização muito maior ao bode expitaório usado como pára-raios para desviar a responsabilidade política.
Se Pedro Nuno Santos tivesse, desde a primeira hora, assumido a responsabilidade política que hoje demonstra no seu comunicado sobre a operação cheque in (a polícia judiciária deveria ganhar um prémio especial da Sociedade Portuguesa de Autores pela sua longa escolha de nomes fantásticos das operações em que participa), nem um décimo do estendal de absurdos associados à esta história teriam acontecido.
Fuga à responsabilidade política que não foi apenas de Pedro Nuno Santos, continuou por João Galamba, Fernando Medina e António Costa, como é habitual na cultura política do PS.
A coisa foi funcionando, mesmo que não muito bem, enquanto havia dinheiro e habilidade para ir distribuindo esse dinheiro de forma eleitoralmente eficaz, mas acontece que o contexto mudou e, aparentemente, o PS não percebeu.
Se continuar assim, a erosão eleitoral que o tem perseguido irá acentuar-se.
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