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Ontem, o político e poeta Alegre, num comício do PS, fez uma daquelas declarações que bem caracterizam o socialismo romântico: "O PS não tem bancos, não tem jornais, não tem empresas de jornais, mas tem história”. Há que reconhecer a verdade desta afirmação: de facto o PS não tem bancos mas tem banqueiros: uns nomeados como Armando Vara e outros amigos como Ricardo Salgado. Não tem jornais mas tem editoriais jornalísticos que (com particular evidência nas últimas semanas) têm conseguido o impossível para negar a evidência da tendência das sondagens. Não tem empresas de jornais mas tem muitos jornalistas (como aqui no Corta-Fitas bem referiu o João Távora). Mas, mais do que tudo para um verdadeiro socialista que se preze, tem história. A história, para os socialistas, não é a que assente em factos mas sim em teses para as quais procuram encontrar factos que ajudem à montagem da ficção. Assim foi (e continua a ser) com a história da Primeira República, assim foi com a explicação da queda da governação Sócrates e agora se confirma com esta tese da independência face à banca e à comunicação social. Talvez seja esta uma das grandee diferenças entre o romantismo socialista que, agora, na pessoa de Costa, se apresenta às eleições e o pragmatismo de uma coligação que conseguiu ter contra si todos os interesses instalados durante quatro anos. Como bem referiu o insuspeito Daniel Bessa a propósito do não de Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque a Ricardo Salgado, o “Portugal mudou nesse dia. O regime económico caiu aí”.
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