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O problema é do que fica à porta

por henrique pereira dos santos, em 27.01.17

"A terminar, uma pergunta: “está em condições de dizer qual foi o saldo orçamental corrigido de medidas extraordinárias?”

"insistiu, duas vezes. “Responda à pergunta, por favor”."

"“Terá a resposta quando o diabo cá chegar”."

O problema não é termos um primeiro ministro que responde assim, trata assim o maior grupo parlamentar, trata assim o parlamento e, consequentemente, trata assim as pessoas que pagaram os impostos de que se fala nesta discussão.

Estão cumpridas as formalidades democráticas, está garantido respeito pela lei, o primeiro ministro é absolutamente livre de funcionar desta maneira, ninguém obriga, felizmente, os governantes a terem um mínimo de decência, só estão obrigados a cumprir a lei.

O que é grave é que a sociedade, em especial os seus mediadores mediáticos (passe o pleonasmo), ouçam isto, vejam isto e passem por isto como se fosse mero passo de dança, uma troca de galhardetes, uma bandarilhada.

O que é grave é a complacência, nossa e da imprensa (ou da imprensa e nossa) para com a opção do primeiro ministro entender que não tem de prestar contas aos seus cidadãos, através dos seus representantes no parlamento.

O primeiro ministro trata-nos a todos, e aos senhores jornalistas, como mentecaptos que se calam com piadas e nós, e os senhores jornalistas (naturalmente todas as generalizações têm de ser entendidas nas suas limitações) damos-lhe razão, não lhe perguntando em lado nenhum como é possível que não responda a uma pergunta destas, nem lhe perguntam como convive com tamanha falta de respeito pelos seus eleitores, nem escrevem editoriais a explicar por que razões é que responder assim é diminuir a qualidade do debate democrático e bloquear os mecanismos de limitação de poder característicos das democracias liberais sólidas.

É legítimo que o faça, mas é incompreensível que não se lhe faça notar qual é o verdadeiro significado de o fazer: o senhor primeiro ministro não é uma pessoa decente.


6 comentários

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De jojoratazana a 28.01.2017 às 17:34

O diabo ainda não chegou.
Portanto o promotor do Demo de Massamá, só tem de esperar sentado.
E já agora o senhor também.
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De Fernando S a 29.01.2017 às 01:55

O "diabo" chegou logo com a "geringonça" e tem vindo a fazer das suas !....
O "diabo" está numa taxa de crescimento demasiado fraca e em taxas de juro da divida pública que mais do que duplicaram !...

 
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De jojoratazana a 01.02.2017 às 00:53

Ainda bem, mais rápido a UE tem de acordar para a realidade.
Os estudos estão feitos é só serem aplicados.
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De Fernando S a 01.02.2017 às 15:51

Quais "estudos" ?... Quando muito "propostas" de quem acha que cabe aos contribuintes dos paises que são melhor governados pagar ainda mais pelos erros e pelas irresponsabilidades dos paises mal governados !... 
A UE não vai "aplicar" nada disto pelo que "acordar para a realidade" é os portugueses perceberem de uma vez por todas que "a salvação" não virá do além ou do alto mas sim daqui, do nosso esforço para pôr as nossas contas em ordem e para produzirmos mais e melhor !!
E quanto mais depressa o percebermos melhor porque menos tempo será perdido, menor será o esforço e melhores serão os resultados ! 
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De jojoratazana a 02.02.2017 às 18:48

EBA propõe criação de “banco mau” europeu e Regling concorda


Sim na UE não vai fazer nada.
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De Fernando S a 03.02.2017 às 01:44

Não é nada que, a concretizar-se, possa resolver os nossos problemas passando a factura para os outros paises europeus !...
De resto, é uma iniciativa que diz apenas respeito ao sector bancário e deixa de fora a questão das dividas públicas.
De qualquer modo, não é nenhum "almoço gratis" !...
Suponho que, para além do titulo em letras gordas do JN, também leu o conteudo da noticia, nomeadamente :   
"[] Os bancos poderiam vender parte do seu crédito malparado a esta empresa de gestão de activos "pan-europeia". Segundo o plano apresentado, os créditos seriam avaliados de acordo com o seu "valor económico real" – em vez do valor de mercado – e a empresa (uma espécie de "banco mau") teria cerca de três anos para vender esses créditos.
(...)
[Mas] o plano da EBA não prevê a partilha de riscos bancários entre os estados da UE, já que, se os créditos não forem vendidos e for necessária uma recapitalização, a "factura" será apenas dos credores do banco e do Estado de origem da instituição em causa."
Temos mesmo de trabalhar para podermos sair da situação em que nos encontramos !
Entretanto, continuamos a perder tempo e recursos com a conversa de que não é preciso porque mais dia menos dia a Europa nos vai pagar "o almoço" !!  

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