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Desta vez, Graça Freitas tem menos responsabilidades das que lhe atribuem no acessório, mas mantém intactas as responsabilidades que lhe cabem no essencial.
"Não sei se têm a noção que no Verão há muitas infecções tóxico-alimentares colectivas.Tradicionalmente em Portugal - eu vou dizer uma que é absolutamente verdadeira, quando nós investigamos - o grande responsável é o bacalhau à Braz. Aqueles grandes convívios, pic-nics, excursões, uma das coisas mais usadas é o bacalhau à Braz, que está pré feito desde manhã, e depois aquece-se, não chega a aquecer à temperatura suficiente e que leva ovos. E aqueles ovos são uma cultura das salmonelas do melhor que há. E portanto, grande parte - até é pouco estimulante para investigar e estudar - as toxinfecções alimentares, invariavelmente, são bacalhau à Braz e salmonelas".
É claro que Graça Freitas pelo meio fala em pic-nics, mas o que está a dizer é cristalino: naqueles grandes convívios, excursões e etc., não está propriamente a falar de pic-nics familiares e afins, note-se, por exemplo, que refere explicitamente o facto do dito bacalhau à Braz ser aquecido antes de servido, o que manifestamente não corresponde ao que chamamos pic-nics normalmente.
Ou seja, o destaque dado pela imprensa aos pic-nics é da responsabildiade da imprensa, não de Graça Freitas.
Já o resto da conversa, a apresentação de um plano "Juntos por um Verão seguro 2022" ser apresentado pela Directora Geral de Saúde, da forma como é feito, e com as características que tem, isso sim, é da sua responsabilidade.
A forma como a DGS nos trata a todos como se fôssemos todos tontos, a conversa infantil que inclui piadas e descrições sobre o bacalhau à Braz, em que se misturam pic-nics, grandes excursões e falta de interesse para os investigadores - senhora directora-geral, a sua Direcção Geral existe para resolver problemas das pessoas comuns, não para estimular investigadores e estudiosos - ao mesmo tempo que se omitem dados concretos (por que razão não diz taxativamente que x% das infecções toxico-alimentares correspondem a este tipo de situações, y% a outra coisa, z% a uma terceira?) é exactamente o modelo de comunicação que sempre foi usado durante a epidemia de Covid.
Muita opinião, muito argumento de autoridade, um tom muito maternal - confesso que me incomoda muito mais o tom untuoso com que se refere ao seu Secretário de Estado, ou até ao nosso Secretário de Estado, que esse seu tom maternal - para os meninos se portarem bem.
Informação concreta sobre os assuntos, dados e, sobretudo, sabendo que o uso de ovos mal cozinhados é um problema de primeira grandeza, que tipo de acções preventivas e fiscalizadoras a sua Direcção Geral vai fazer, isso é que já é mais difícil, não é?
E, já agora, para que raio é preciso um programa pomposo para este Verão, apresentado pela Senhora Directora Geral?
Isto não é a actividade normal da sua Direcção Geral? As acções específicas para o Verão não são actividade normal que um subordinado seu consegue desenhar, executar, acompanhar e comunicar, sem grande espalhafato, incluindo um balanço de acções específicas depois do Verão, com lições aprendidas para o ano seguinte e para a actividade futura da sua Direcção Geral?
Ou continua convencida de que o papel da sua Direcção Geral é levar as pessoas a ter os comportamentos que a sua Direcção Geral entende que são os ideais, em vez de se focar nos comportamentos da sua direcção geral para atingir os objectivos definidos com bases sólidas?
Claro que ter campanhas para que as pessos lavem as mãos, ou evitem ter ovos mal cozinhados ao calor demasiado tempo, até cabem na missão da sua Direcção Geral, mas não deixam de ser meras acções de suporte de estratégias claras, bem fundamentadas, para a defesa da saúde geral da população, em que o essencial continua a ser ter um sistema de saúde funcional em qualquer parte do país, estejam ou não as pessoas na sua área de residência, acções de fiscalização dos agentes económicos onde existe maior risco de saúde pública, como nos prestadores de serviços que servem bacalhau à Braz mal manuseado, e outras coisas que tais.
E deixe-se de piadas e conselhos maternais sobre o que os outros fazem, que isso não nos leva a lado nenhum, pessoalmente não tenho interesse nenhum em saber quanta água carrega na sua carteira para que eu passe a andar também com garrafas de água atrás, como lhe parece a si que seria a minha obrigação.
Faça o que tem a fazer como Directora Geral de Saúde e deixe lá o que faz a senhora Graça Freitas, que isso não é matéria de interesse público.
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