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O princípio da precaução

por henrique pereira dos santos, em 29.04.20

Sim, com certeza há incerteza.

Mas na incerteza há limites de incerteza.

Na ausência de demonstração desses limites, o que se faz é usar o conhecimento existente como hipótese para definir políticas hoje, ao mesmo tempo que se vai reduzindo a incerteza e ajustando as políticas amanhã.

Um caso típico é o da incerteza sobre a imunidade conferida pela infecção.

Não sabemos se existe, mas sabemos que a reinfecções conhecidas, independentemente das dúvidas sobre os casos em concreto, estão num nível estatisticamente irrelevante.

Só que isso não nos diz nada sobre o que se passará daqui a três meses (nota: este facto elimina toda a conversa sobre termos de viver em tempos de excepção até haver vacina. Não sabendo que tipo de imunidade é conferida e por quanto tempo dura, apostar tudo numa vacina como instrumento de gestão da epidemia é jogar na roleta, que para alguns será russa).

Certo.

É aí que entra o que sabemos sobre os primos deste vírus: "How long is immunity to COVID-19 likely to last? The best estimate comes from the closely related coronaviruses and suggests that, in people who had an antibody response, immunity might wane, but is detectable beyond 1 year after hospitalisation."

Ou seja, não sabemos, temos de ir acompanhando o assunto mas, até ver, o que temos de fazer é usar essa informação acima para influenciar as políticas, em vez de dizermos que como temos dúvidas, temos de ser maximalistas no uso do princípio da precaução.

A questão social de fundo é que a precaução em relação a um problema pode ser pura imprudência em relação a outro problema e é por isso que o princípio da precaução deve ser usado com base no princípio da precaução.


41 comentários

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De Eremita a 01.05.2020 às 14:04

Isto é muito cansativo... Onde leu que "exijo" soluções? Onde leu que peço "garantias de que ninguém sofra"? Só critico as teses não ortodoxas de HPS porque ele se enamorou dessas teses sem ter capacidade de as avaliar e durante semanas deu um espectáculo deprimente de desinformação sem que mais ninguém aqui se incomodasse. Foi o único (e último) combate que travei aqui. Por isso, escreva o que entender mas não me atribua ideias ou comportamentos que resolveu inventar. 

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