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Sim, com certeza há incerteza.
Mas na incerteza há limites de incerteza.
Na ausência de demonstração desses limites, o que se faz é usar o conhecimento existente como hipótese para definir políticas hoje, ao mesmo tempo que se vai reduzindo a incerteza e ajustando as políticas amanhã.
Um caso típico é o da incerteza sobre a imunidade conferida pela infecção.
Não sabemos se existe, mas sabemos que a reinfecções conhecidas, independentemente das dúvidas sobre os casos em concreto, estão num nível estatisticamente irrelevante.
Só que isso não nos diz nada sobre o que se passará daqui a três meses (nota: este facto elimina toda a conversa sobre termos de viver em tempos de excepção até haver vacina. Não sabendo que tipo de imunidade é conferida e por quanto tempo dura, apostar tudo numa vacina como instrumento de gestão da epidemia é jogar na roleta, que para alguns será russa).
Certo.
É aí que entra o que sabemos sobre os primos deste vírus: "How long is immunity to COVID-19 likely to last? The best estimate comes from the closely related coronaviruses and suggests that, in people who had an antibody response, immunity might wane, but is detectable beyond 1 year after hospitalisation."
Ou seja, não sabemos, temos de ir acompanhando o assunto mas, até ver, o que temos de fazer é usar essa informação acima para influenciar as políticas, em vez de dizermos que como temos dúvidas, temos de ser maximalistas no uso do princípio da precaução.
A questão social de fundo é que a precaução em relação a um problema pode ser pura imprudência em relação a outro problema e é por isso que o princípio da precaução deve ser usado com base no princípio da precaução.
Cara Zazie
Desculpe-me: sou tecnologicamente desastrado e não consegui assinar o meu post: também não gosto de anonimatos. O meu nome é Jose Miguel e tenho escrito uns blogs, aqui no corta fitas.
O HPS não precisa de defensores. Em relação ao liberalismo, o meu comentário tem a ver com o seu post em que associava os liberais á “gripezinha”. Pareceu-me que estava a generalizar que os liberais consideram esta economia como um empecilho estritamente económico. Eu considero-me liberal ( não neo , porque sempre o fui e já não sou novo), e de um ponto de vista ideológico, estou mais com o Jerónimo nestas coisas das limitações da liberdade, embora na pratica me porte muito bem. O principio de quebra da minha liberdade irrita-me profundamente. Mas só acho menos bem a festa do 25 de Abril, porque marca de forma clara a nova ordem social: Os políticos, os funcionários públicos e o Povo ( a que infelizmente pertenço) . De resto, considero que têm todo o direito de festejar e arriscar-se a serem vitimas conscientes.
Quanto ao HPS, apesar de não concordar 100% com o que ele disse até hoje ( aliás acho que nem ele), acho que há que, no mínimo, aplaudir a introdução de uma duvida legitima, que parece já estar confirmada com o exemplo sueco: o mais rigoroso confinamento, afinal não era tão sacrossanto como nos fizeram acreditar. Na imprensa internacional que leio ( estou com imenso tempo) , a Suécia ( que representa o principio do não confinamento agressivo) era diabolizada, os prognósticos eram catastróficos e os políticos e profissionais de saúde crucificados. Nos últimos 10 dias, estas abundantes criticas desapareceram para dar lugar aos artigos de duvida se o caminho seguido foi assim tão mau!
Quanto ao resto, concordo consigo: é impressionante a nossa ignorância e impotência. São certas as múltiplas desgraças a que fomos condenados.
Mas considero que temos que ser positivos e fazer o melhor possível, no meio desta calamidade. Na minha perspectiva, só tenho interesse em tentar entender o que conseguir, para especular quais as melhores estratégias que nos restam.
Até sempre
Zé Miguel
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