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Sim, com certeza há incerteza.
Mas na incerteza há limites de incerteza.
Na ausência de demonstração desses limites, o que se faz é usar o conhecimento existente como hipótese para definir políticas hoje, ao mesmo tempo que se vai reduzindo a incerteza e ajustando as políticas amanhã.
Um caso típico é o da incerteza sobre a imunidade conferida pela infecção.
Não sabemos se existe, mas sabemos que a reinfecções conhecidas, independentemente das dúvidas sobre os casos em concreto, estão num nível estatisticamente irrelevante.
Só que isso não nos diz nada sobre o que se passará daqui a três meses (nota: este facto elimina toda a conversa sobre termos de viver em tempos de excepção até haver vacina. Não sabendo que tipo de imunidade é conferida e por quanto tempo dura, apostar tudo numa vacina como instrumento de gestão da epidemia é jogar na roleta, que para alguns será russa).
Certo.
É aí que entra o que sabemos sobre os primos deste vírus: "How long is immunity to COVID-19 likely to last? The best estimate comes from the closely related coronaviruses and suggests that, in people who had an antibody response, immunity might wane, but is detectable beyond 1 year after hospitalisation."
Ou seja, não sabemos, temos de ir acompanhando o assunto mas, até ver, o que temos de fazer é usar essa informação acima para influenciar as políticas, em vez de dizermos que como temos dúvidas, temos de ser maximalistas no uso do princípio da precaução.
A questão social de fundo é que a precaução em relação a um problema pode ser pura imprudência em relação a outro problema e é por isso que o princípio da precaução deve ser usado com base no princípio da precaução.
Caros Eremita e Zazie
Numa tragédia, é impossível evitar enorme sofrimento: se assim não fosse, não estaríamos a falar de uma tragédia como o coronavírus. A maior certeza que temos é que nem todos, provavelmente poucos, vão escapar á pandemia sem custos. Muitas pessoas morreram e vão morrer, muitas pessoas sofreram e vão sofrer, para recuperar de uma infecção. Os custos económicos em que estamos a incorrer vão ter que ser pagos algures no futuro. O que originará sofrimento, já que o valor pode aproximar-se de 13 zeros!
O pior é que para muitos , apesar dos programas sociais , a probabilidade de morrer de fome ou outras carências, provocada pelos efeitos colaterais do combate ao coronavírus, é muito maior do que morrer de infecção. Algumas dezenas de milhar em Portugal, dezenas de milhões nas nações mais pobres.
O que mais impressiona é o medo instalado. Conheço o caso de crianças que não saem de casa, nem para ir para o seu próprio quintal. Pessoas isolam-se em casa e nem á porta falam com quem lhes leva comida. Um caso em que um doente foi enviado para casa ( não tinha convid19) e morreu. E agora dois inteligentes e habituais comentadores, o Eremita e a Zazie, que criticam de forma ríspida o HPS, pelas suas opiniões pouco ortodoxas, explodem em relação a um Blog muito pouco polemico. A procura da sensatez e equilíbrio não podem ofender ninguém.
As aproximações ortodoxas têm vários problemas. O maior dos quais, mais do que os seus resultados medíocres, o facto de serem insustentáveis: não é simplesmente possível mantermos o confinamento por muito mais tempo. Nem nós, nem as nações mais ricas. Por incapacidade económica.
Exigem ao HPS aquilo que ninguém tem para dar: certezas, soluções milagrosas e infalibilidade. Pessoalmente agradeço muito as perspectivas diferentes que ofereceu e concordo com a mensagem principal que tem defendido: o confinamento não é uma solução nem suficiente nem inquestionável, nem sustentável.
Tal como o HPS, já aqui escrevi a minha proposta de solução. O desafio que lanço é que o Eremita e a Zazie apresentem a sua visão. Talvez do confronto de posições surja mais clareza.
Ps: Zazie: O liberalismo, enquanto doutrina, apenas pode estar contra o confinamento enquanto instrumento de limitação das liberdades individuais e apenas se for considerado existir uma desproporção das mediadas e seus benefícios. O que obriga a um juízo de valor individual.
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