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Neste tempo em o Plano de Vacinação para a Covid-19 se encontra na ordem do dia, importa recordar como e quando teve início o planeamento nacional de imunização da população portuguesa para um conjunto de doenças infectocontagiosas. Um recente artigo, no Expresso, de Bruno Vieira Amaral sobre a vacinação lembrou o primeiro Programa Nacional de Vacinação (PNV). Foi em 1965 e o seu mentor o então Ministro da Saúde e Assistência Francisco Neto de Carvalho. Este Programa contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e o próprio reconheceu, numa obra sua (“Do Estado Novo à Democracia” em edição póstuma da sua família) os fracos recursos financeiros que levaram o Estado a recorrer ao subsídio da referida Fundação (atualmente seria com o apoio da União Europeia).
O PNV foi um sucesso e permitiu erradicar a poliomielite e reduzir as taxas de incidência das outras doenças que passaram, igualmente, a ser incluídas no referido Plano: tosse convulsa, difteria, tétano e varíola. A grande mais valia desta medida foi proporcionar a cobertura vacinal à escala de todo o país. A par de tudo isto lançou-se a construção do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge e foi instituído o Boletim Individual de Saúde o qual passaram a ser registadas as vacinas e que (ainda hoje) é um documento fundamental que a todos deve acompanhar.
Vale a pena ouvir a conferência de imprensa para lançar o PNV. O Ministro Francisco Neto de Carvalho destacou, entre outros, os seguintes aspectos: a colaboração da comunicação social na divulgação da importância da vacinação, o envolvimento das populações interessadas, a criação da consciência social para levar os portugueses a vacinarem os seus filhos e a importância de se conseguir a imunização generalizada da população (pelo menos 75%). Igualmente curiosa é a constatação da resistência de muitos aos tratamentos da tuberculose nos sanatórios. Ou seja, então e hoje, a mesma preocupação face aos que resistem às novas abordagens da medicina.
Não, não sou saudosista do Estado Novo (em 1965 tinha eu 3 anos de idade) mas importa ter (boa) memória de quando e como se iniciaram os planos de vacinação. Também a merecida homenagem ao seu autor que teve uma longa carreira se serviço público que terminou em 1991 como Juíz Conselheiro do Tribunal de Contas. Vale a pena ler o livro que citei (com prefácio de Guilherme D’Oliveira Martins) acima pois é o testemunho de uma vida que acompanhou o Estado Novo e a Democracia.
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