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Passos Coelho, Gomes Ferreira, a entrevista e o comentador incómodo
O primeiro-ministro Passos Coelho deu ontem uma entrevista à Sic e SicNotícias durante a qual prestou contas da sua governação, nomeadamente esclarecendo diversas confusões suscitadas pelos media a propósito de salários, pensões e impostos. O entrevistador foi José Gomes Ferreira, e a entrevista ocupou-se sobretudo de temas económicos, da vida económica dos portugueses, como é natural e útil nestes tempos de crise e dificuldades económicas. Neste sentido, a entrevista foi, felizmente, previsível.
Previsíveis foram, também, as reacções de três dos comentadores do painel de quatro que se seguiu na SicNotícias.
António José Teixeira, Graça Franco, Pedro Santos Guerreiro passaram, como era previsível, a criticar o primeiro-ministro por não ter falado das coisas que, segundo eles, seriam mais interessantes, e por não ter - como, segundo eles, devia - «mobilizado» para «uma nova fase» (que, ao menos e por fim, lá reconhecem).
Mas imprevisível, ao menos para esses três comentadores, terá sido a reacção do quarto membro do painel, Miguel Sousa Tavares.
Inteligente, provando mais uma vez que há comentadores melhores que outros, Sousa Tavares começou por classificar de realmente confrangedoras as reacções da oposição, mais uma vez a opor-se a todos os remédios sem apresentar solução nenhuma. E, de seguida, Sousa Tavares insistiu de várias maneiras na necessidade de reduzir Estado, e défice e dívida, quase parecendo que, além da oposição, inquiria também os outros comentadores sobre se reconheciam ou não o problema, e sobre se reconheciam ou não que ele vem sendo combatido.
O nervosismo do socialismo encapotado de Teixeira e o súbito desconchavo do primarismo anti-governo dos outros foi, a partir daí, todo um delicioso espectáculo. Três ou quatro colheradas de realismo deixaram-nos titubeantes.
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