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O pequeno partido

por henrique pereira dos santos, em 27.01.23

"O deputado e recém-eleito líder do partido Iniciativa Liberal é o convidado da Grande Entrevista de Vítor Gonçalves, menos de uma semana após o mediático congresso do pequeno partido."

Numa página esconsa do Público, no seu Guia de televisão, é assim que o Público informa que Rui Rocha vai ser entrevistado.

A Iniciativa Liberal é de facto um pequeno partido (nas últimas eleições teve 4,91% dos votos), mas convém lembrar que atrás desse pequeno partido ficaram dois outros partidos, o Bloco de Esquerda (4,4%) e o Partido Comunista (4,3%) a quem o Público nunca se referirá como o "pequeno partido".

Amanhã não sabemos o que vão ser estes partidos, se serão ainda mais pequenos, se crescerão, se se manterão nesta ordem de grandeza, o essencial, no entanto, é fazer notar que o Público, numa pequena nota para informar da existência de um programa de televisão, caracteriza a Iniciativa Liberal como um pequeno partido, o que nunca faria com os outros dois que citei (igualmente, caracteriza sempre o Chega, 7,18%, como extrema direita, mas nunca caracteriza o Bloco de Esquerda como extrema esquerda).

Esta adaptabilidade de critérios editoriais aos preconceitos dos jornalistas, que nunca levará o Público a caracterizar o Partido Comunista como um partido de funcionários (a secretária geral da CGTP nunca teve outro patrão que não a CGTP, e o secretário geral do PC praticamente nunca teve outro patrão que o Partido Comunista), caracteriza a imprensa portuguesa, como aliás se vê na forma como trata as Jornadas Mundiais da Juventude, organizadas pela Igreja Católica, ou a genialidade política de António Costa, ou a estagnação económica e social que caracteriza o poder dominante do Partido Socialista nos últimos trinta anos, etc., etc., etc..

Este jornalismo de rebanho que atravessa as redacções de praticamente todos os orgãos de comunicação social em Portugal - inclui a redacção do Observador, sem margem para dúvidas - é um problema grave que Portugal tem, tão grave como o generalizado desprezo pela acumulação de capital, a poupança e a riqueza - com excepção da acumulação de riqueza que resulte do futebol ou das artes.

E, sobretudo, tão grave como o desprezo pela liberdade que está na base destes outros problemas.

Um dia destes escrevo sobre a Iniciativa Liberal e o que para mim significa a excelente votação de Carla Castro nesta última disputa interna pelo poder, tal como tenciono escrever sobre a posição que o Estado deve ter sobre a realizaçao do campeonato mundial de chinquilho, mas quando escrever sobre isso, seguramente estarei a reforçar esta minha ideia de que cultivar a liberdade, adubar a liberdade, cuidar de fazer crescer a liberdade é a tarefa política e social mais importante que existe em Portugal.

O resto é só o resto.


10 comentários

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De anónimo a 27.01.2023 às 23:19


Em Portugal define-se o ser um partido grande ou um pequeno partido como num clube de futebol: o ter mais ou menos sócios. Um quarto do eleitorado não é uma partido grande, é apenas um quarto dos eleitores. 1/4 dos eleitores a votar contra e 2/4 a ignorar esse partido não é um partido grande. Quando muito é uma confraria de felizes apaniguados no poder.
 

Em outros Países ser um grande partido, ou um pequeno partido no Parlamento, depende de ser ter mais ou menos uninominalmente vencedores, eleitos nos seus círculos eleitorais, como seus politicamente aderentes.

Parece igual, mas não é. Muito menos na resultantes governativa.

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