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O país-filho

por José Mendonça da Cruz, em 31.10.22

O Brasil teve um presidente da República que mereceria o estatuto de estadista em qualquer país do Mundo: Fernando Henrique Cardoso (ainda que a falta de memória o levasse a recomendar o voto PT). Depois, vieram os dois mandatos de Lula da Silva, o mandato da inefável Rousseff, o gangue do Partido dos Trabalhadores e a corrupção em grande escala, a sorver empresas públicas e programas de infratestruturas. Mas, anos depois, metade dos brasileiros decidiu eleger il capo da coisa, tal como aqui, no país-pai, em 2009 ainda reelegemos com 39% dos votos um homem sem qualidades.

Eleito Lula, ontem, os nossos «jornalistas» poderiam agora escrever aquilo que sempre escrevem quando aqui ou algures é eleito um candidato ou uma força alheios às suas simpatias: que foram as regiões mais atrasadas e incultas do país a dar-lhe a maioria; que foram as grandes urbes e as regiões mais progressivas a apostar no adversário. Mas não vão escrever nada disso, não por não ser a evidência, mas porque iria contra os seus enviesamentos.

Bolsonaro, é desbocado, por vezes tonto, e muitas vezes não vislumbrou nem sequer aquilo que  mais lhe convinha. Mas é revelador que, por entre as graçolas ou apontamentos que os telejornais descobriam todas as semanas, nunca tenha sido notícia qualquer aspecto da evolução política, económica e social do país. E é revelador que muitas vezes Bolsonaro tenha sido considerado um «perigo para a democracia», que é, como sabemos, o epíteto que a esquerda atira a quem quer que não seja de esquerda.

De maneira que os brasileiros lá ficaram outra vez com Lula. O qual derramará «bolsas vida», e «bolsas casa», e «bolsas electrodomésticos» e «bolsas carro» e «bolsas apatia» sobre o atraso e a iliteracia que o elegeu. Parece que Costa e Marcelo se precipitaram a felicitá-lo, e fizeram bem. Estão à altura.


13 comentários

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De O apartidário a 31.10.2022 às 19:10

Uma figura que teve processos judiciais pode ser eleito para chefe de governo!

Então como aconteceu com Lula da Silva poderá acontecer com José Sócrates?

https://movimentodehumor.blogs.sapo.pt/vitoria-de-lula-e-esperanca-para-72131

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De Anónimo a 01.11.2022 às 06:56

Não lhes dê ideias... olhe que arrisca a que seja uma probabilidade.
Seria um susto! Até porque convém nunca esquecer que o português é o povo mais maleável e mais fácil de se deixar convencer: vai logo a correr como burro atrás de cenoura, se lhe acenarem com mais uns subsídiozecos ou que lhes enchem a carteira com uns trocos.
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De Anónimo a 01.11.2022 às 08:24

Bem, Santos Silva, o nosso Maquiavel, e que é da entourage socratista  já disse que "é preciso saber o que aconteceu realmente. Esta "boca" diz tudo, não diz? Ele está a insinuar que há muita fantasia, muita invenção àvolta do caso e que nada se passou como dizem e que portanto não corresponde à realidade.
Sabemos lá nós o que esta gente anda a cozinhar nas nossa costas!
Mas há uma coisa que sabemos: esta gente é perigosa e é capaz de tudo.


E se alguma coisa eles têm na calha, é bom que as pessoas estejam prevenidas, para a artilharia pesada que aí vem para trabalhar nas lavagens ao cérebro e em toda a sorte de manipulações que nos hão-de fazer. Como antídoto, devemos recuar no tempo, visitar as memórias, rever a matéria, ouvir as escutas de novo ((antes que as façam desaparecer)) ver as imagens, as gravações, os interrogatórios e tudo quanto vimossoubemos  ((antes que lhe dêem sumiço)) da maior bandalheira que foi a era do Sócrates e não só _ vão reler e ouvir antes que "apaguem", sem deixar rasto, para que não tenhamos memória da maior pouca-vergonha a que o país assistiu. 
Que ninguém duvide: lembremo-nos que foram mandadas cortar à tesoura partes de processos contendo escutas graves e comprometedoras do Sócrates, segundo disseram os Procuradores de Aveiro, como nos lembramos.  Era o tempo do Noronha do Nascimento, da amiga Cândida de Almeida,  do amigo Pinto Monteiro...  etc.etc.etc.
Como disse na altura, indignadíssimo e atónito o Medina Carreira, frisou que não havia memória em toda a nossa História do Direito um facto semelhante àquele: qualquer pessoa podia hoje consultar integralmente todos os processos de séculos anteriores, absolutamente intactos, até deu o exemplo do processo de Damião de Góis e de todos os processos da Inquisição.  

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