De comunista a 03.12.2015 às 11:05
que preconceito...isso é muito reaccionário...o país dá um passo civilizacional, há agora mais direitos para os homossexuais, há mais igualdade, mais justiça, mais decência, e gozam..triste
Curiosamente, no seu longo lamento não falou em crianças.
De comunista a 03.12.2015 às 13:03
porque não preciso.
é evidente que as crianças têm que ser amadas, se são dois homens, duas mulheres, um homem e uma mulher é meramente uma questão cultural, é perfeitamente relativo.
não é melhor que sejam amadas por dois homens carinhosos do que por um homem e uma mulher desiquilibrados?
O tempo o dirá.
Eu não queria isso para os meus filhos. E eles também não para si próprios.
Pense nos seus, se os tem.
De comunista a 03.12.2015 às 14:19
eu quereria o melhor, independentemente do sexo dos progenitores
De frt a 03.12.2015 às 17:16
"independentemente do sexo dos progenitores"
Isso é um ilogismo, porque "independemente do sexo dos progenitores" não existe ninguém: o sexo dos progenitores é sempre masculino e feminino. Todas os seres humanos têm um pai e uma mãe.
De fty a 03.12.2015 às 16:53
Percebe-se que o amor heterossexual, aborreça os construtivistas sociais. Um homem e uma mulher que decidam ter um filho - e num filho que se concebe há um universo inteiro: nada de tão radical como uma vida nova - podem fazê-lo sem dinheiro, sem autorizações, sem papeladas, pareceres, aprovações e carimbos, ou artigos de jornais.
É esta simplicidade irredutível que irrita os partidários desta cultura do capricho, que procuram no estado os atritbutos da divindade.
De Nuno a 04.12.2015 às 15:46
A adopção não é, nem deve ser, uma questão de direitos dos homosexuais.
É e deve ser uma questão de direitos da criança.
O avanço civilizacional está em não excluir à partida potenciais adoptantes só porque são homosexuais.
Mas apesar do "marketing fracturante de esquerda", os adoptantes continuam, e bem, a ser discriminados com base em capacidade financeira, idade, raça e sexualidade na altura de escolher os melhores adoptantes para uma criança, sobretudo quando há vários candidatos.Adoptar não é um direito, caso contrário uma adoptante solteira, de 50 anos, desempregada, sem habitação própria seria tratada da mesma forma que um casal infértil de 35 anos, com empregos estáveis, habitação própria e sem dívidas a bancos.
Evidentemente, não são tratados todos os adoptantes da mesma forma, porque o que prevalece são os direitos e interesses dos adoptados: em ter pais adoptivos com uma relação estável, condição económica suficiente, idade aproximada ao ideal, e preferencialmente da mesma raça que o adoptado (racismo!).
Algures no meio dessas considerações vai, e bem, continuar a estar a orientação sexual.
O que não significa que não seja um avanço civilizacional não excluir homosexuais à partida, visto que, em algumas situações, serão sem dúvida a melhor opção para a criança.
De IsabelPS a 03.12.2015 às 11:06
Por acaso calha que foi o próprio juiz do Tribunal de Família que propôs o apadrinhamento civil, pelos dois, da primeira criança, que já estava sinalizada pela Comissão de Menores por faltar às consultas de acompanhamento que a sua trissomia 21 exigia e que a família biológica era incapaz de proporcionar.
Por acaso calha também que ouv, em privado, a história da preparação do baptismo da criança, que passou de uma confusão mental como a sua por parte da pessoa que na paróquia tinha esse encargo, para um grande empenho nessa preparação, pelo menos tão grande como os dos padrinhos/pais.
Por acaso não fazia mal em informar-se melhor sobre esta história, que é interessante (e, até agora, feliz). Até não precisa de o fazer numa revista da tolice, há uma entrevista bastante boa que passou num canal de televisão qualquer. Isto, se não for areia demais para a sua camionete, claro.
Por acaso, na sua douta intervenção esqueceu-se que me limitei ao contado pelos próprios na revista.
Do que se pode concluir que eles contaram o que acharam importante que o mundo soubesse.
Eles. O que sei foi o que eles contaram. Não tenho obrigação de saber mais senão a realidade deles, por eles próprios livremente narrada.
De Slade a 03.12.2015 às 11:19
O papá e a mamã também podem, e não raro o fazem, criar os seus meninos entre casinhas de bonecas e os popós de alta-velocidade; a tontice deseducativa (assim a vou considerar em consciente liberdade) não é apanágio do género ou condição sexual.
No resto, o que importa, resume-se às condições/caminho de resposta para "explicar às crianças a condição de casal homossexual?", e aí só pode remeter para um ponto: a percepção da sociedade a tal condição. Ou seja, se nada se fizer e partindo do princípio que 7-10% dos seres humanos são e serão para sempre homossexuais (como o foram desde o início dos tempos do Homem), a percepção não se alterará. Leis como estas são parte fundamental do caminho para a alteração dessa percepção.
Dirá que esse não é o caminho! É (ou será - pois espéculo) a sua opinião. Pois eu digo que este caminho (o das referidas leis) é o único possível - não sendo a homossexualidade uma doença e sendo um facto da evolução social (os tais 7-10% válidos desde sempre e para todo o sempre), tem de haver um ajuste da maioria às necessidades dessa minoria; de contrário, só restaria a sua guetização ou uma luta que levasse à sua destruição. O que, como disse antes, não é opção para mim - nem (acredito) para si.
Pois não é. Mas nem me meto em questões como a do casamento homo. é com eles, o casamento é um contrato civil.
A adopção não é. É a fixação de laços equivalentes aos da paternidade/maternidade. Situação complexa, neste caso duplamente complexa.
Não costumo discutir esta questão e limito-me a dizer - o tempo dirá.
Mas uma mãe (admitindo que desconhecem o progenitor) e dois pais - o pai e o papá - em meu entender será demais para a formação psicológica da crianças.
Mas sendo actual e moderno, que se lixem as crianças.
De Slade a 03.12.2015 às 12:11
O tempo que refere também se constrói, e dentro desse correr, dessa construção, está a percepção cultural da sociedade, sujeita muito naturalmente a mudanças. Leis como a que está em causa ajudam a construir, a mudar, e também porque nos responsabilizam enquanto cidadãos, que temos agora de contribuir para uma melhor percepção desse modelo de agregado familiar. Já não vale o gozo nem o desprezo, pois há crianças pelo meio que - isso mesmo - precisam de se formar psicologicamente de uma forma saudável.
De Slade a 03.12.2015 às 12:17
Devo dizer, por ser justo e verdade, que quando refiro 'gozo' e 'desprezo' não me refiro obviamente a si, mas a todos nós!
Eu sei. E esse «todos nós» (que envolve muito as outras criancinhas do mundo que as rodeia, e são normalmente pouco tolerantes) vai condicionar toda a liberdade e tranquilidade das adoptadas.
Mas que quer? É um direito dos casais homo, que prevalece sobre os dos menores...
Slade, essas criancinhas que refere neste momento são um tubo de ensaio.
Através delas - e isto para me subsumir aos aspectos que menciona - a sociedade experimenta um novo modelo de si mesma. Se se aceitar, bom para os miúdos; se se rejeitar, mau.
Entretanto, as próprias crianças, a quem ninguém perguntou nada, ver-se-ão confrontadas coma realidade que os cerca. Se, crescendo, acusarem o toque, isso é de somenos, a sociedade precisa modernizar-se.
De tgy a 03.12.2015 às 16:24
A questão nem é tanto a realidade que os cerca. A coisa vem de mais fundo.
A dinânima de uma relação entre um homem e uma mulher é diferente da relação entre dois homens ou duas mulheres. Ontologicamente diferente ( e não será se estranhar já que é a única que produz vida, que inova, que é apta a verdadeiramente criar). E é no modelo dela que as crianças vão buscar elementos fundamentais para a construção da sua identidade.
Não se confunda os pais com encarregados de educação, por mais zelosos e bem intencionados que sejam. São realidades diferentes.
Quando algum dos pais falta (por morte, ou ausência prolongada) é habitual as crianças procurarem no círculo de família ou amizades próximas alguém que, de algum modo, preencha a falta desse pai ou mãe que deixou de ter (e não "repetir" aquele que continua a ter: a diversidade enriquece e estabelecemos laços diferentes com o nosso pai e com a nossa mãe.
É interessante como tudo isto é visto como um "avanço civilizaconal". A ficção jurídica e os construtivismo são velhos de milhares de anos, e em todas as civilizações marcou um período de decadência. O fim que presidiu à adopção em Roma nada tinha de altruísta e estava ao serviço do ego do adoptante.
De Anónimo a 03.12.2015 às 19:16
Comentário apagado.
De tgy a 04.12.2015 às 02:08
A produção de uma vida depende de um homem e de uma mulher, por embaraçoso que isso possa ser.
Por isso, não houve nem há uma infinidade de modelos de família supostamente possíveis mas apenas os que mantêm o comprometimento ôntico traduzido em estratégias que permitem a identificação com os princípios feminino/ masculino e do ser humanos como resultante deles.
O construtivismo jurídico (que não se confunda com o acolhimento pelo direito de realidades que o "precedem" ou vão para "além" dele) vai da relativamente benigna adopção - que não teve por escopo qualquer motivação altruísta nas suas origens - ao Lebenborn nazi.
De Slade a 04.12.2015 às 10:04
Não sei de onde pensa que virá o meu suposto embaraço. É que, certamente reparou, dissemos exactamente o mesmo tentando jogar com palavras que supostamente liquidam o raciocínio do outro. Nada disso é necessário, os modelos não são porque são, são porque são pensados de acordo com as necessidades. Os homossexuais existem e sempre existirão, uns quantos querem ter filhos e recorrem à adopção (que por mal ou por bem também existe, e não distingue homossexuais, desde fora de um casal), outros até podem já ter filhos de relações heterossexuais anteriores e vivem com eles desde tenra idade, todos (crianças incluido) saberão que a vida não adveio de dois cromossomas masculinos ou femininos, e no entanto vivem juntos, e quem sabe se felizes. Cria-se uma lei que torna o processo consistente e coerente - e o mundo prossegue. Daí ao Lebensborn Nazi vai uma distância que se pode medir pelo infinito. Devo dizer, aliás, que a sua simples menção me parece absurda e intelctualmente desonesta.
Quanto ao resto, pois, vai dar ao ponto (questão) anteriormente referido: o que estou disposto a aceitar(?)
De tgy a 04.12.2015 às 14:57
"Os homossexuais existem e sempre existirão, uns quantos querem ter filhos e recorrem à adopção"
A questão é que não se pode ter tudo. E antes dos apetites dos homossexuais há que pôr os interesses das crianças em terem um pai e uma mãe (e se os seus pais não são capazes de os criarem, a tal ponto que lhes sejam retirados os filhos, o remédio não será a adopção por pares homosexuais mas por um dos milhares de casais que desejam adoptar.
No caso de homossexuais que têm filhos seus biológicos, o essencial será que a as crianças tenham ligação com a mãe, mesmo que o pai viva com outro homossexual.
A questão não é que as crianças saibam intelectualmente que são produto de um cromossoma masculino e feminino (e cada vez se percebe mais que os meses de gestação têm, também, uma imensa importância) mas que possam construir a sua identidade na dinâmica (que é única, desde logo na sua diversidade que gera a capacidade de criar) da relação heterossexual dos seus progenitores.
Infelizmente, nem todas as crianças podem ter isso. Será um caso de "infelicidade normal" de que falava Freud. Mas o que o acaso provoca não pode ser reproduzido pela lei, que tem de se limitar a reconstituir posições habituais e comuns. Por isso mesmo, desde logo, e no interesse da criança, os casais têm preferência na adopção sobre as pessoas individuais.
Nota: Qualquer construtivismo pode levar ao Lebensborn. É apenas uma questão de grau e oportunidade. Do ponto de vista da efabulação jurídica é tão absurdo e falso alguém ser filho de um ente colectivo como ter no seu assento a afirmação de que é filho de dois homens ou de duas mulheres - o que seria a consequência lógica da co-adopção.
Felizente, creio estar muito longe do que afirma.
De Carneiro a 03.12.2015 às 14:06
O único reparo que faço é o exibicionismo das crianças, comos e fossem troféus.
Aliás, o politicamente correcto implica que a exibição de crianças sem marca distintiva - diga-se assim para não causar urticárias - seja proibida e penalizada, mas se forem adoptados por gays ou filhos de migrantes já podem aparecer nas primeiras páginas das revistas e jornais.
Aquelas crianças para serem amadas não precisam andar nas revistas desde tão tenra idade. Aliás, são conhecidos casos de exposição infanto-juvenil nos EEUU que acabaram muito mal.
As crianças com animaizinhos de estimação ou, seguramente, como troféus dos direitos que um«género» alcançou.
De Sousa a 03.12.2015 às 17:26
Vamos a ver se eu percebo. Todos os dias aparecem em revistas e jornais fotografias de pais com filhos. Naturalmente, na maior parte das vezes aparecem felizes. Um dos casais supostamente modelo, Duarte de Bragança e sua esposa, sempre apareceram com os seus filhos, desde tenra idade, aparentemente também felizes. Nunca vi aqui qualquer reacção negativa. Só agora, com este caso, se acha isso "exibicionismo das crianças"?
De IsabelPS a 04.12.2015 às 11:03
Bingo!
Na família Real há assumidamente uma intenção nessas fotografias: a de demonstrar a sua continuidade, uma vez que a Monarquia assenta no princípio dinástico.
Há uns anos, na TV espanhola, no fecho de um programa qualquer surgia a bandeira e uma fotografia da Familia Real.
Por isso: sem dúvida, a Família Real quer mostrar ao público que existe e vai continuar. O público gosta pela exacta razão de que gosta da Monarquia e a mantém. Seja ao nível do Estado ou, no caso dos monárquicos portugueses, da suas convicções. Mais curto: o público gosta de ver a fotografia da Família Real.
A partir daí, pode estabelecer as comparações que quiser nesta situação de fotografias com filhos.
De Sousa a 04.12.2015 às 16:49
Para começar, o público gosta de ver fotografias da “família real” (coisa que nem existe cá, como sabe), como gosta de ver fotografias de qualquer outra família conhecida. E é óbvio que os monárquicos, que são aqueles a quem isso interessa, não precisam de ver fotografias da família, na quinta, em casa, etc, para saber que esses pais têm descendentes. Precisa? De resto, não sei, nem me interessa saber, se essa, ou outra família conhecida, tem filhos felizes e bem educados e se a harmonia familiar que se vê nas fotografias é real ou fictícia. Isto vale tanto para o que chama “família real”, como para os que aparecem no seu post. Deu-lhe simplesmente agora para lançar uma espécie de suspeita nebulosa sobre essas pessoas, processos de intenções, etc. Como sabe, qualquer suspeita de maus tratos deve ser comunicada de imediato ao ministério público. O resto é treta.