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Está uma campanha eleitoral a decorrer.
Essa campanha tem um monte de debates.
Um dos intervenientes diz que em dois desses debates, não vai ele, vai outro da sua coligação.
Durante mais de não sei quantas horas há não sei quanto tempo mediático cheio de questões sobre esta questão simples, desde os que se indignam com a mudança de regras, aos que extrapolam para a falta de credibilidade da palavra dada, até aos que fazem propostas infantis sobre putativos debates.
Na sala, permanecem dois adultos, o primeiro, que diz que não vai perder tempo a comentar, recomentar e recomentar os recomentários dos outros sobre um assunto que não interessa nada à generalidade das pessoas, e o secretário-geral do PCP que diz que por ele, façam como quiserem, se não for o chefe de um lado, do lado do PCP irá alguém, com certeza, mas não o chefe do PCP.
Esta história e a histeria dos jornalistas à volta deste não assunto parece-me uma excelente demonstração do desfasamento entre o mundo da comunicação social e das pessoas comuns e ilustra bem as razões pelas quais os jornais e os jornalistas ficam tão espantados com os resultados eleitorais.
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