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Não falta muito tempo (e o que é isso do tempo?) para sermos esquecidos destas ruas que um dia palmilhámos em busca de quem. Porque foi só com os outros que existimos. Aquela música que já não toca para nós, da janela ninguém nos espreita, ninguém nos espera, como quando fomos esperança de alguém e nos guardou numa moldura empoeirada. Enquanto a memória durar, enquanto os nossos mais queridos permanecerem, que também eles se irão embora, corrompidos pelos anos em que a saudade se esvai, por troca de rugas fundas de estranheza. Não se aguenta muito tempo demasiada saudade. A culpa foi toda nossa que quisemos um sentido para viver. Virão dias luminosos indiferentes à nossa ausência. Ofuscantes, tudo por resolver e a desordem também. As ondas geladas a rebentar nas rochas, as mesmas em que um dia nos sentámos, a conversar a vida, fazer projectos e balanços. E tantos outros antes de nós... Fomo-nos todos embora, e o vento levanta-se arrogante, alheado.
No fim é o Mistério que nos salva - e está para durar (o que é isso do tempo?), que é maior que uma feroz clarividência madrugadora, despida de humanidade, mesquinha e traiçoeira. Enquanto houver o Natal, enquanto houver uma casa.
Imagem: Noite Santa, - Antonio da Correggio 1489 - 1534
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