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Desde que chegara à casa do anfitrião que reparara na curiosa presença de umas embalagens cilíndricas cuidadosamente expostas numa prateleira da sala. Mas a conversa – variada e interessante, que a actualidade convida e os temas eram muitos – e a refeição foram-me distraindo da pergunta inevitável: o que era aquilo? Como mandam as regras, ou não fosse este blogue de gente conservadora, liberal e, alguns, monárquicos, a refeição seguiu por caminhos bem portugueses – bacalhau à Gomes de Sá, uma das receitas primas entre as mil que o fiel amigo nos proporciona, e grão com mão de vaca, pois dias não são dias. Mas depois de despachada a intendência da conversa mais política – que na verdade nunca se despacha, pois há temas sobre os quais nunca se chega a acordo –, eu fiz a pergunta sacramental: “o gramofone ainda funciona?”. Abriu-se a caixa de Ali-Babá, pois não só o gramofone funcionava, como de repente saltou detrás de um móvel um mais antigo fonógrafo de Edison e, milagre!, saíram de dentro das embalagens cilíndricas o que eu nunca tinha visto, cilindros de cera, com mais de 100 anos e com sons insuspeitos assim preservados. Mas não se julgue que ali tudo era antigo. Na mesma sala, na mesma hora em que fui introduzido a sons velhos de um século, mostraram-me como uma caixinha do tamanho de um maço de cigarros transforma o som agreste e digital do Youtube no som envolvente de outros tempos, um contraste de que eu – que me confesso duro de ouvido – já me tinha esquecido.
Quem diria pois que este convidado para um almoço de um blogue onde talvez esperassem ouvir qualquer coisa de mim, de lá sairia como alguém que lá foi sobretudo para ouvir e aprender.
José Manuel Fernandes
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