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Imediatamente depois das eleições que Passos Coelho ganhou, sem que tivesse maioria da Assembleia da República, Porfírio Silva escreveu um texto muito interessante: "E agora, esquerda?".
O ponto de partida era a possibilidade da morte de partidos, em concreto a ideia de que "Uma forma clássica de matar um partido é permitir que ele deixe de representar aqueles que prometeu representar".
Desde essa altura que estou convencido de que grande parte da actuação dos dirigentes do PS decorre do medo de acontecer ao PS o mesmo que aconteceu ao PASOK (ou ao partido socialista francês, por exemplo), isto é, um rápido desaparecimento eleitoral e crescente irrelevância política.
Desde essa altura, há nove anos, António Costa foi conseguindo conciliar o seu interesse pessoal de sobrevivência política com o seu interesse partidário de manter o PS relevante, absorvendo grande parte da extrema esquerda, para manter o seu partido como hegemónico nessa área, mesmo num contexto de perda relativa de peso da esquerda, e promovendo a extrema direita para enfraquecer o seu principal adversário.
Fazer a geringonça foi uma questão de sobrevivência politica de António Costa, mas foi também uma questão de impedir que, gerindo Passos Coelho o pós-troica, o PS fosse relegado para anos de oposição, eventualmente levando à sua pasokisação como, lucidamente, fez notar Porfírio Silva.
E, até agora, resultou.
Se eu fosse do PS, estaria agora, outra vez, com medo de pasokar.
A possibilidade real da direita (mais liberal ou menos liberal) governar em condições de alguma bonança económica, depois de António Costa ter desbaratado todo o seu capital político em manobras inconsequente e depois se ter pisgado para Bruxelas, deixando o partido à deriva porque os seus interesses divergiram dos do PS, pode resultar numa diminuição global da esquerda e, mais perigoso para o PS, aparecer um "portugal insubmisso" qualquer que ocupe o lugar de oposição à direita.
Se isso acontecer (não vejo ninguém, por enquanto, para desempenhar o papel da França Insubmissa), acentuar-se-á o desfasamento da esquerda com a realidade, dificultando a sua reconstrução como campo político gerador de governos.
Ora o PS, há muitos anos, não tem grande programa político para oferecer aos eleitores, sem o poder, que é como quem diz, sem a possibilidade de usar o Estado para fidelizar clientelas, o PS tenderá a definhar e, eventualmente, pasokar.
A opção de transformar dúvidas legítimas sobre Montenegro em acusações delirantes, que resulta de uma evidente radicalização do PS, só tem como efeito aumentar a velocidade de pasokização, a menos que alguém, no PS, resolva inverter o caminho.
Aparentemente, Medina estará disposto a, depois das eleições que tudo indica que o PS vai perder, pôr a render a sua declaração de voto na rejeição da moção de confiança.
Provavelmente, tal como eu, é hoje a direita do PS que tem medo da pasokização que a esquerda do PS usou para se tornar dominante no partido até 18 de Maio.
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Passos tentou!?Aumentou impostos, criou novos. Alg...
Claro. Tudo será cabal e integralmente esclarecido...
> Tudo uma hipótese completamente absurda, clar...
Clara manobra de diversão para fingir que todos sã...
Vamos ver o que diz agora a imprensa sobre a dita ...