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Catarina Martins: "Enquanto diretora da Refer, custou milhões à empresa pública em contratos swap".
Maria Luís Albuquerque: "relativamente à minha passagem pela Refer e aos contratos de swaps, eu desconheço a fonte de informação da Senhora Deputada, mas o resultado dos contratos de swaps que eu contratei na Refer foi um benefício superior a 40 milhões de euros para a empresa".
Há anos que o jornalismo alimenta a conversa dos SWAPs a propósito de Maria Luís Albuquerque, dando origem a intervenções como a que citei, de Catarina Martins, no parlamente europeu, esta semana.
O Público, a 29 de Agosto, depois do anúncio da escolha do governo para a Comissão Europeia, tinha esta capa:
O Observador, em 28 de Agosto, faz esta peça, em que fala em nove polémicas que envolveram Maria Luís Albuquerque, e a primeira delas diz exactamente respeito aos SWAP.
Não estamos, pois, a falar de 2011, estamos a falar de 2024, 13 anos depois dos factos, que os senhores jornalistas já tinham mais que obrigação de ter escrutinado: Maria Luís Albuquerque, enquanto governante, esteve envolvida na decisão de acabar com os contratos SWAP ruinosos que existiam nas empresas públicas (uma das manobras manhoas das empresas públicas para se endividarem sem afectar as contas do défice, ou seja, um efeito colateral da desastrosa gestão financeira do Partido Socialista e de Sócrates) e a oposição (que inclui a generalidade do jornalismo), resolveu meter todos os contratos SWAP no mesmo saco, bons e maus, atribuindo a Maria Luís Albuquerque responsabilidades directas no que isso custou aos contribuintes por causa de contratos que, no caso dela, até correram bem para a empresa.
É porque o jornalismo mantém essa fantasia, que Catarina Martins mente, com quantos dentes tem na boca, 13 anos depois, no Parlamento Europeu (pode-se discutir se tecnicamente é uma mentira, no sentido em que penso que Catarina Martins é suficientemente ignorante na matéria para estar mesmo convencida de que os SWAP contratados por Maria Luís Albuquerque na REFER resultarem em prejuízos para a empresa, embora o artigo que publicou, no dia anterior, no Público, com José Gusmão, me leve a duvidar desta hipótese caridosa).
O que faz o jornalismo?
Como se pode ver nesta peça, reproduz o que diz Catarina Martins (como eu fiz neste post), reproduz o que diz Maria Luís Albuquerque (como eu fiz neste post) e abstém-se de verificar os factos que o levariam a concluir, preto no branco, que a afirmação de Catarina Martins é totalmente falsa, como seria obrigação de qualquer jornalismo sério.
Sim, o jornalismo é essencial a uma sociedade democrática e liberal.
Convém é saber que jornalismo não é o que fazem jornalistas, é uma actividade com regras e pressupostos, que precisa de jornalistas, sim, mas nem tudo o que os jornalistas fazem é jornalismo.
Actualmente, a esmagadora maioria da actividade dos jornalistas, de que é exemplo o que descrevo neste post, está muito longe de poder ser considerado jornalismo.
E, por isso, não tem qualquer valor social.
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