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Um comentário num dos meus posts anteriores chamou-me a atenção para uma história inacreditável em Mafra: o senhor Presidente de Câmara, achando pouco eficiente o controlo da epidemia, deu um passo em frente.
A coisa é simples de descrever, e aliás o próprio presidente de Câmara a descreve: a polícia municipal tem competências semelhantes à GNR para fiscalização do cumprimento dos deveres de confinamento dos infectados, consequentemente qualquer membro da polícia municipal - tal como qualquer membro da GNR - tem acesso a informações pessoais de saúde de pessoas que podem nem sequer estar doentes ou serem infecciosas, transmite essa informação ao presidente de Câmara - a mim parece-me uma evidente violação do dever de sigilo profissional dos membros da polícia municipal, mas isso sou eu que não sou jurista e tenho uma visão pouco sofisticada dos direitos individuais e dos deveres funcionais dos funcionários do Estado -, o presidente de Câmara transmite aos seus presidentes de junta essa informação que pensei que era um direito inviolável de cada um de nós e, a partir daí, monta-se um sistema de controlo e discriminação de pessoas sem qualquer culpa formada e sem que esteja estabelecido qualquer perigo concreto para a saúde pública representado por essa pessoa.
Com base na hipótese de que uma pessoa que testa positivo é infecciosa - hipótese perfeitamente admissível, mas longe de estar completamente demonstrada, e muito menos que é sempre assim -, sem qualquer demonstração de que tal se verifica no caso concreto da pessoa em causa, estabelece-se um sistema de detenção domiciliária não controlada judicialmente, em que meros agentes administrativos, como um presidente de câmara, ao arrepio de qualquer legislação e contrariando direitos fundamentais, se orgulham de instaurar sistemas repressivos ilegais e não controláveis judicialmente.
Pois bem, o que verdadeiramente me deixa inquieto é que a comunicação social ache que é mais importante escrever sobre "teorias da conspiração e informações falsas que órgãos de comunicação, como o Observador, têm procurado rebater", com base em histórias da carochinha não verificáveis - a história do homem de trinta anos de morre depois de uma festa covid, dizendo, às portas da morte, que acha que cometeu um erro é exemplar porque é uma história contada por uma médica, não ligada à prática clínica, que ouviu de uma enfermeira, que terá acompanhado o homem às portas da morte por causa de uma festa covid, festas essas que são um mito persistente nunca demonstrado - em vez de escrutinar a actuação do senhor presidente da Câmara de Mafra.
Este alinhamento do jornalismo com a força do Estado, contra os direitos individuais e a liberdade, é arrepiante.
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