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Na primeira página: "PSD Lisboa promete luta contra apoio a Cristas".
Título da notícia: "Concelhia do PSD promete luta contra apoio a Cristas em Lisboa".
Notícia: "O número dois da concelhia de Lisboa do PSD, Rodrigo Gonçalves, assegura que vai continuar a contestar o apoio do partido a Assunção Cristas".
É um grande progresso que o Público tenha evitado a citação anónima de agentes políticos e tenha feito a sua obrigação: identificar a fonte da informação que está a difundir.
E ao fazê-lo torna evidente a mentira da referência da primeira página e do título: o Público verificou que há uma pessoa, que exerce um cargo relevante num orgão colegial, que tomou uma posição política e, sem mais nada, o Público anuncia que o orgão colegial de que essa pessoa faz parte perfilha o seu ponto de vista.
Até pode ser que perfilhe, ou que amanhã venha a perfilhar mas, até esse momento, é mentira dizer que esse orgão tem essa posição política.
Amanhã a chamada de primeira página e o título da notícia podem ser verdade. É plausível que assim venha a ser mas, como lembra o director do jornal em editorial, exactamente a propósito da ideia da morte política de Passos Coelho, é um bocado arriscado fazer prognósticos antes do jogo.
Um jornal não existe para propagar hoje mentiras que serão verdade amanhã, mas para dar informação objectiva aos seus leitores.
Não se admirem pois da falta de vendas: pessoas como eu, que continuam a pagar o jornal todos os dias em banca, apesar de saberem que estão a comprar gato por lebre (porque prefiro comer gato a morrer à fome por falta de alternativas) somos muito poucos.
Não vale a pena falar de pós-verdades e outros eufemismos: o Público mente porque quer mentir, não há outra forma de o dizer.
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