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O sustentável peso das aparências.

por Jose Miguel Roque Martins, em 08.01.22

Temos uma maioria de esquerda. Não admira, enquanto os Portugueses olharem para medidas avulsas e não para o seu resultado global.

As medidas socialistas são, por natureza, atraentes. Conferem benefícios ou asseguram direitos que, aparentemente, não são pagos por ninguém. Parece magia. Mas não é e por isso acaba por correr mal. A realidade acaba por impor-se. Economia de mercado sim, se for despojada de toda a liberdade e por isso, da sua eficiência. É um caminho possível, mas com os resultados que se conhecem: estarmos relativamente piores dos que se afastam do socialismo. 

O mesmo acontece com a defesa dos bens e serviços públicos por funcionários públicos, que evitam o custo acrescido do lucro para os contribuintes. Por isso a saúde e o ensino publico,  custam mais do que custariam se recorrêssemos ao mercado. Porque não há nenhuma razão para o Estado ser inevitavelmente menos eficiente que o sector privado, a não ser os incentivos, que apelam ao interesse próprio de cada um, uma imoralidade, que importa contrariar. Num País pouco pragmático, vamos mudar a natureza humana, ao invés de a aproveitar para interesse comum.

Não importa quanto custe, como diria Catarina Martins. A dimensão de um estadista parece medida pela indiferença sobre os custos que os outros vão pagar.  É nestes temas que a moral socialista se sobrepõe ao interesse colectivo. Em que os meios importam mais do que os fins.A confusão que instalam antes, a confusão entre SNS e os cuidados de saúde Universal, uma mentira útil à causa e, por isso, virtuosa. 

Ao ver os debates eleitorais é fácil de perceber a superioridade da mensagem socialista: basta dizer o que as pessoas acreditam, mesmo contra todas as evidencias.  O velho tema da saúde em Portugal, é um dos mais surpreendentes.

O SNS é um buraco ineficiente, incapaz de garantir o constitucional acesso universal á saúde, uma realidade reconhecida pelos portugueses, cujo sonho de ter um seguro de saúde esse sim, é universal. De tão ineficiente, apesar dos esforços de milhares de óptimos profissionais de saúde públicos, os funcionários públicos, aqueles que devem garantir os cuidados de saúde, são os primeiros a salvaguardarem-se com um subsistema particular, a ADSE.  As respostas políticas de esquerda?

Acabarem-se com as PPP da saúde, que provaram apresentar melhor serviço a menor custo, lançar mais dinheiro ( que alguém vai pagar) sobre o sistema. E ainda têm a lata de fazer do SNS, uma bandeira contra a perfídia da direita, que quer entregar os lucros da saúde aos privados.

Certo e indesmentível é que, quanto mais medidas socialistas, menos bem estar uma sociedade permite.  As sociedades mais ricas prosperas e felizes, são as mais liberais.

O socialismo é uma soma de medidas simpáticas que resultam na estagnação. O liberalismo é o somatório de medidas impopulares que resultam em bem estar social.

 


2 comentários

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De Mosaicos em Português a 08.01.2022 às 15:55


Não digo que não. Acontece, porém, que o partido liberal que por cá temos é incipiente e deixa transparecer diversas correntes que coexistem no seu seio, algumas das quais partidárias da grossa asneira, como a que nos Santos Populares em Lisboa se manifestou.
O panorama político está, de tal forma desolador, que o mais certo será o aumento da taxa de abstenção, tema que hoja abordo em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2022/01/o-portugues-nao-gosta-da-democracia.html.
Penso que muito irá depender do folclore diretamente junto das populações nas duas semanas de campanha eleitoral, já que estas duas de pré-campanha se caracterizaram mais por debates vazios de conteúdo, cada um dos quais mal tem tempo de arrancar antes de acabar.
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De aly kath a 08.01.2022 às 17:32

na sua iliteracia confundem socialismo com justiça social

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