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É um magnífico artigo de Eduardo Paz Ferreira chamado “O Papa que vai a Lampedusa mas não vai a Davos” do Expresso de hoje que inspira esta prosa. Este título é todo ele um tratado, se não vejamos: de facto Cristo actua no coração das pessoas, não nos "sistemas", e sempre que a Igreja cedeu a essa tentação (ou foi por eles foi capturada) não resultou bem. De resto o mais salutar é duvidarmos dos "engenharias políticas", senão façamos como que um zoom out: todos os dias testemunhamos com mais ou menos profundidade a “perversidade humana” (sempre convenientemente alheia), se não na nossa pele, através do sofrimento dum parente chegado, de um familiar desempregado, do vizinho velho votado ao abandono, ou na obscena praga dos sem-abrigo do nosso bairro. Mas desloquemo-nos deste prisma “paroquial” e detenhamo-nos na escala sucessivamente nacional, continental e finalmente global que tem no drama de Lampedusa um poderoso Ícone, e ponderemos como resultaria um “modelo” eficiente que pusesse termo a nível planetário a todas as atrocidades que atropelam a sagrada dignidade de cada ser humano concreto. Como a História nos comprova, qualquer “sistema” está condenado ao desprezo do individuo no seu livre-arbitrio, e actuaria de forma opressiva sobre cada um, sua comunidade e seus legítimos interesses, apagando ou redesenhando fronteiras, limites à propriedade, administrando artificialmente o sucesso pessoal ou colectivo de uns em detrimento de outros. Caídos na tentação de “cortar a direito” no fabrico de um mundo novo, o resultado não estaria longe de um banho de sangue.
A mensagem de Cristo é inequívoca e contrária ao discurso sartriano enraizado na adolescentrocracia do Ocidente: o inferno não são os outros. Esse inferno somos nós e como um incêndio propaga-se na medida da (in) capacidade de cada um a dar quotidianamente forma ao Amor (que não o do sentimentalismo de John Lennon, mas no sentido de abnegação e entrega) que devemos pelo próximo. É por isto que o Papa Francisco não vai a Davos - ele não é liberal nem socialista, apenas pretende desafiar cada um de nós para o único caminho possível de salvação: aquele que é inspirado em Jesus Cristo.
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