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Uma das coisas mais complicadas, porque contra-intuitivas, nas discusssões sobre a gestão do fogo é ter de se reafirmar, vezes sem conta, que as ignições não interessam nada, o que interessa é o contexto do fogo, apesar de não haver incêndios sem ignição.
É muito difícil convencer alguém de que quando o contexto é mesmo favorável, haver uma ignição não é um acaso, é uma certeza que se materializará de uma ou outra maneira.
Da mesma maneira, ao contrário do que dizia ontem a SIC, os tumultos no Reino Unido não resultam de informações falsas sobre a identidade do indivíduo que atacou com uma faca um grupo de crianças, matando algumas delas, resultam de um contexto em que uma circunstância desse tipo, falsa ou não, dá origem a um fogo difícil de controlar.
Não, nada disso resulta de haver redes sociais, as bruxas não eram queimadas por haver comentários no facebook, os judeus não foram mortos em Lisboa por causa de partilhas de informação falsa no X, etc., etc., etc..
O padrão é sempre o mesmo: num contexto favorável ao fogo, a ignição concreta que ocorre é irrelevante.
Um bom exemplo é o do combate de boxe mais famoso destes jogos olímpicos.
Sim, a informação sobre o assunto era falsa ou pouco rigorosa (depende da opção de classificação que cada um queira fazer), a senhora é e sempre foi considerada uma mulher, embora uma mulher com uma alteração genética rara que aproxima estruturalmente o seu corpo do de um homem.
Mas não é isso que dá origem ao bruuáá, o que rapidamente faz tanta gente aceitar essa informação pouco rigoroso é um sentimento muito generalizado de que as políticas de inclusão de atletas trans, ou nem isso, que se identificam como não sendo do sexo biológico com que nasceram, criam uma sensação de injustiça para muitos outros atletas.
Noutro contexto, o combate de boxe teria gerado estranheza, a informação teria aparecido e o assunto teria passado, o que torna o combate uma questão global é o contexto social em que ocorre, tal como no caso dos distúrbios no Reino Unido, tal como pode acontecer em qualquer outro lado em que a pressão esteja a crescer e haja um esforço deliberado de não reconhecer a realidade, dizendo que são preconceitos ou mal formações morais de gente sem grandeza.
Reconhecer a realidade e discutí-la a partir de uma base racional é um campo comum que a wokaria tem vindo a abandonar, preferindo usar a sua superioridade moral como base de relacionamento de terceiros.
Tem tudo para não correr bem.
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