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O fogo e o seu contexto

por henrique pereira dos santos, em 04.08.24

Uma das coisas mais complicadas, porque contra-intuitivas, nas discusssões sobre a gestão do fogo é ter de se reafirmar, vezes sem conta, que as ignições não interessam nada, o que interessa é o contexto do fogo, apesar de não haver incêndios sem ignição.

É muito difícil convencer alguém de que quando o contexto é mesmo favorável, haver uma ignição não é um acaso, é uma certeza que se materializará de uma ou outra maneira.

Da mesma maneira, ao contrário do que dizia ontem a SIC, os tumultos no Reino Unido não resultam de informações falsas sobre a identidade do indivíduo que atacou com uma faca um grupo de crianças, matando algumas delas, resultam de um contexto em que uma circunstância desse tipo, falsa ou não, dá origem a um fogo difícil de controlar.

Não, nada disso resulta de haver redes sociais, as bruxas não eram queimadas por haver comentários no facebook, os judeus não foram mortos em Lisboa por causa de partilhas de informação falsa no X, etc., etc., etc..

O padrão é sempre o mesmo: num contexto favorável ao fogo, a ignição concreta que ocorre é irrelevante.

Um bom exemplo é o do combate de boxe mais famoso destes jogos olímpicos.

Sim, a informação sobre o assunto era falsa ou pouco rigorosa (depende da opção de classificação que cada um queira fazer), a senhora é e sempre foi considerada uma mulher, embora uma mulher com uma alteração genética rara que aproxima estruturalmente o seu corpo do de um homem.

Mas não é isso que dá origem ao bruuáá, o que rapidamente faz tanta gente aceitar essa informação pouco rigoroso é um sentimento muito generalizado de que as políticas de inclusão de atletas trans, ou nem isso, que se identificam como não sendo do sexo biológico com que nasceram, criam uma sensação de injustiça para muitos outros atletas.

Noutro contexto, o combate de boxe teria gerado estranheza, a informação teria aparecido e o assunto teria passado, o que torna o combate uma questão global é o contexto social em que ocorre, tal como no caso dos distúrbios no Reino Unido, tal como pode acontecer em qualquer outro lado em que a pressão esteja a crescer e haja um esforço deliberado de não reconhecer a realidade, dizendo que são preconceitos ou mal formações morais de gente sem grandeza.

Reconhecer a realidade e discutí-la a partir de uma base racional é um campo comum que a wokaria tem vindo a abandonar, preferindo usar a sua superioridade moral como base de relacionamento de terceiros.

Tem tudo para não correr bem.


4 comentários

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De anónimo a 04.08.2024 às 12:16


Quanto ao facto de a atleta ter escolhido a modalidade box, será sintomático?. Bem que podia ter escolhido uma disciplina menos corpo a corpo e agressiva. 
A responsabilidade de semelhante escolha -e doentia insistência na sua prossecução- será mesmo "dela" ou das autoridades argelinas donas do desporto olímpico?. Haverá ali patologia e de quem?.
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De Carneiro a 04.08.2024 às 14:21

“num contexto favorável ao fogo, a ignição concreta que ocorre é irrelevante.” - exactamente. O contexto é parte nevrálgica para desenvolver a raiz e prosperar ramos, folhas e frutos.



O abandono, o desleixo e a desordem nunca são fruto do acaso e dificilmente não produzirão fogo violento. Em suma, o desprezo pela lei natural como modo de vida.


A realidade discutida de forma racional apenas interessa a quem busca o bem-comum. Não é o caso dessa insana wokaria e de muitos desses soberbos ou invejosos que este mundo abriga.
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De Filipe Costa a 04.08.2024 às 15:35

O problema no RU foi a falta de informação, levaram a especulação, pior a emenda que o soneto.


A atleta de boxe é um caso a analisar, isto porque a federação mundial de boxe a proibiu de competir em femininos devido aos elevados niveis de testosterona, um doping natural visto ser hermafródita, mas não deixa de ser ilegal.
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De Anonimus a 04.08.2024 às 17:26

O bruaaa tem mais que isso


1. O modo como a italiana perdeu
2. O facto da argelina ter sido previamente desqualificada por uma entidade promotora da modalidade, mas aceite por outra
3. O aproveitamento imediato de wokes, de esq e dta


Vale dizer que muita gente aldrabou, ao chamar a sra de trans, mas já ouvi muito virtuoso falar da Semenya como caso de transfobia, quando ela não é trans.
Ou seja,  vale tudo.

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