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Um tipo qualquer diz: "“A comunicação social deveria estar envergonhada, humilhada. E ficar de boca calada. Deveria ficar só a ouvir durante algum tempo”.
Um jornal qualquer titula: Fulano de tal "pede à comunicação social para “ficar de boca calada”.
Devo dizer que tenho gostado imenso de ver a imensa subtileza de grande parte da imprensa procurando demonstrar na prática aquilo de que é acusada, ao mesmo tempo que finge criticar os seus críticos.
O resultado calculo que seja o pretendido, levando os seus leitores a concordar com a conclusão geral "Aqui, a comunicação social é o partido da oposição. Ela não compreende este país". Sobretudo este "Ela não compreende este país", que a grande maioria das pessoas reconhece perfeitamente como verdade.
Tudo isto seria apenas muito divertido se não houvesse um pequeno problema: uma imprensa livre, que resiste à manipulação cumprindo rigorosamente as regras da profissão, é muito mais importante para a democracia que qualquer governante.
Uma imprensa da treta, que cita fontes anónimas (não é o caso nesta peça, mas exemplos não faltam), que deturpa o que é dito para encaixar nos preconceitos dos jornalistas (seguramente o caso), que passa o tempo a procurar demonstrar a maior legitimidade democrática da rua e da democracia directa, em detrimento do voto e da democracia representativa, é muito mais preocupante que um reaccionário nostálgico de um mundo que acabou, por muito poder que temporariamente tenha.
Os defeitos da democracia liberal, as constantes referências à corrupção e à casta que domina o sistema, a identificação de grupos sociais responsáveis pelos problemas da maioria, são tudo temas velhos e revelhos na imprensa, em especial em épocas de maré vaza (os bancos e os banqueiros são um must nestas épocas, usados por todos os demagogos em todas as épocas, sejam eles Filipe o Belo ou Francisco Louçã, bovinamente ampliados por uma imprensa ressentida, preguiçosa e, muitas vezes, simplesmente ignorante).
Alimentem o medo e o desespero, deslegitimem moralmente a importância do formalismo das regras democráticas e a necessidade de aceitar os seus resultados, quaisquer que sejam, prestem vassalagem a ideias românticas cheias de boas intenções sem discutir a sua aplicação prática e tratem com benevolência quem defende ideias totalitárias com argumentos de Miss Mundo.
Depois não se queixem dos outros.
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