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O eterno Portugal dos pequeninos.

por Jose Miguel Roque Martins, em 31.08.21

Falta moderação exigente.

 

Somos 10 milhões e cada um pensa da sua forma. Mas estamos agrupados em famílias mais ou menos extensas.

Uma primeira grande família importante, mas minoritária, são os radicais. E já temos aqui vários ramos, que se vão agrupando em várias sub famílias. Os comunistas, cristalizados numa utopia tantas vezes provada como um desastre. Os bloquistas, sempre motivados pela continua subversão que conduza a um regime hediondo. O Chega, uma manta de retalhos incompreensível e  inconsequente. O PAN, um fenómeno para além da minha compreensão.

Depois temos os moderados, que não gostam de extremismos e gostariam de viver numa democracia liberal europeia. Também não são um grupo uniforme. A grande maioria vive satisfeita e ganha eleições. Claro que uns mais do que outros.  Apontam para os progressos na economia, na educação, na saúde, na luta contra a desigualdade e muitas outras conquistas que foram efectivamente acontecendo nas ultimas décadas. Globalmente, acreditam na visão do PS e do PSD, que cedências aos radicais são inevitáveis,  que devagar se vai ao longe e que o Estado tem que ir ao volante da extraordinária empresa que é fazer Portugal progredir. Os governos, merecem o aplauso, pelo grande esforço que os extenua, que a bronca não rebente no seu mandato, o único objectivo verdadeiramente ambicioso que têm para Portugal. Quando não conseguem e vem a troika, já ninguém gosta. Mas quando alguém, por milagre, tenta reformar e avançar Portugal, também é punido. À falta de outros argumentos, porque não comunica bem, porque não é um comunicador habilidoso, antes se atreve a dizer verdades inconvenientes.

Os outros moderados, são os insatisfeitos e que não ganham eleições. Ou que quando as ganham, perdem-nas. São aqueles que não aceitam porque estamos cada vez mais longe das democracias liberais realmente desenvolvidas. Que se irritam porque somos constantemente ultrapassados por tantos países antes mais subdesenvolvidos do que nós.. Aceitam que  houve progresso, mas que é tremendamente insuficiente em relação ás nossas potencialidades e até obrigações. Apesar de pertencerem à família dos moderados, passam, também, por radicais.

A responsabilidade pela mediocridade do nosso regime, não é dos radicais. É dos moderados felizes. Que governam de forma reiterada. Que com quase nada ficam satisfeitos. Que não percebem que, mantendo o rumo, nunca seremos nada de jeito, que seremos um pais atrasado para todo o sempre. Que apenas estaremos à frente de África e da América latina e de alguns países da Ásia, pelo menos mais umas décadas.

O que falta não é moderação. É algum radicalismo ou melhor, uma moderação exigente. Enquanto assim não for, continuaremos a ser, com toda a moderação, o Portugal dos pequeninos. As crianças tambem se contentam com pouco. 


9 comentários

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De Anónimo a 31.08.2021 às 14:32

o país de kosta m-l
cresce para baixo
e recua para trás
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De Maria Neves a 31.08.2021 às 17:02

Boa tarde!
Concordo consigo, não essencialmente radical, mas mais contundente. Alguns sectores da nossa sociedade estão completamente desgastados, por querelas moderadas. Enfim!
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De Anónimo a 31.08.2021 às 21:03

Neves,dizes umas coisas giras...e tens bom gosto,esse teu penteado copiado do xaval hacker pinto é demais,demais! Alem de espião,vejo agora que o xaval é tambem um influencer de sucesso!Para quando as bolachas nas orelhas á la Agir?
Tá no sangue Neves,tá no sangue topas,nunca nada vai mudar nas carolas tugas.
O Quim Barreiros dá um recital  hoje na Universidade de Chelas zona J ás 22:30h,tinto carrasco e morcela a rodos...imperdivel! 
Sei que gostas destes eventos culturais,espero ver-te por lá.
Um abraço!
Ass:Basilio xuxa vira casacas esquerdalho direitalho das hortas de Sintra
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De lucklucky a 31.08.2021 às 23:49

Para perceber o pais é preciso perceber o 25 de Abril. Ora o 25 de Abril também foi feito por muita gente que queria Ditadura. Outras Ditaduras.
Como resultado temos uma Constituição que caminha para o Socialismo, logo é fácil perceber que Liberdade está a prazo. Vai acabar.
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De Anónimo a 01.09.2021 às 11:47


.Falta-nos um golpe de asa.  Sem dúvida que nos tornámos um Portugalito dos pequeninos que não arranca. Deve haver uma explicação para este torpor.
O problema é que grande parte dos portugueses de hoje, além de uma memória débil, com pouco alcance temporal, vivem num circuito-fechado, por julgarem que tudo oscila entre dois sistemas fechados: a "ditadura" de antigamente e a dita "mole", pós-25A. Ora só houve fascismo, ora só há socialismo. É isto e nada mais.  E assim temos andado enredados (já faz tempo, há 47 anos!) neste movimento pendular e bi-polar, entalados num vaivém contínuo entre estes dois muros! meio atordoados, como que condenados à perpétua pequenez, num espaço exíguo ...  Fora destas duas "únicas" realidades, nas suas cabecitas fracas, Portugal nunca existiu! 
E é este o único espaço temporal da Pátria que nos foi imposto, se entranhou e nos capturou. Sem outros horizontes. Sendo mentalmente limitativo, não concebemos outra realidade fora da "caixa" e ficámos encerrados na nossa crónica tacanhez. Sujeitámo-nos a esta "moderação sem exigência" que referiu, numa espécie de mediania medíocre bem comportada.  Somos como um povo sem Passado, que não tem História. Sem História não há memória, nem identidade. É como se não tivesse havido caminho percorrido (e por percorrer), e um tempo construído (e outro ainda por construir). Ora é preciso derrubar esse muro mental com um golpe de asa, para ver que há Horizonte. 
 
Dar a volta. Que os moderados arrisquem e deixem «radicalmente» de ser as presas fáceis e moldáveis, às mãos de manipuladores de tretas, sem escrúpulos que mandam nisto tudo


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De Andre Miguel a 01.09.2021 às 12:31

"Deve haver uma explicação para este torpor"


Sim há: desde 2010 que emigram anualmente quase 100 mil portugueses. Jovens, qualificados, ambiciosos e empreendedores. Poderiam fazer algo por mudar este estado de coisas, mas o ar é irrespirável, a inveja um modo de vida, a mediocridade reina, a "cunha" impera e a meritocracia brilha por ausência. Ficam os conformistas e os instalados. Um país de bananas, governado por sacanas. Um país de merda.
Temos dois milhões de emigrantes, a maior proporção da UE em relação à população residente (20%!). Porque será?
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De Anónimo a 01.09.2021 às 13:27

Anónimo das 12:31
Comentário certeiro.
 E quanto maior é a incompetência e o "inconseguimento", maior é a gritaria destes  "prodígios" que reinam. Devem estar a tentar autoconvencer-se das suas fantásticas prestidigitações !
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De lucklucky a 02.09.2021 às 00:37

 Ora só houve fascismo, ora só há socialismo."



Não há Fascismo sem Socialismo. É só ler o que os Fascistas escreveram e praticaram.
A nossa Ditadura não era Fascista mas sim Conservadora.
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De Anónimo a 01.09.2021 às 12:16

A constituição pode-se mudar, o problema é que 80% dos portugueses que votam são socialistas, invejosos e acreditam em gnomos, pai natal, coelhinho da pascoa e acham que o dinheiro cai das árvores. 

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