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O estado do Estado

por henrique pereira dos santos, em 22.11.24

A discussão sobre o INEM é um bom retrato do país.

O INEM tem, há muito tempo, problemas muito grandes de pessoal, equipamento, informação, gestão, etc..

Tal como a generalidade do Estado, está num estado lastimável.

Como o jornalismo se tem especializado no ping-pong de declarações de meia dúzia de políticos, esquecendo a substância dos problemas (ver como o jornalismo trata a inacreditável reacção da FENPROF e do PS ao facto do Ministério da Educação ter apresentado números que revelam uma boa evolução do número de alunos sem aulas, pondo as suas declarações ao mesmo nível dos dados oficiais, em vez de referir que a FENPROF e o PS estão a martelar os números de forma inaceitável), o Estado pode estar em estado de ruína que não se nota muito, a não ser em serviços como as urgências ou o socorro médico.

Até ao dia em que um responsável comete, ou parece cometer, um erro, como se não fosse normal que se cometam muito mais erros quando se trabalha num estado de degração institucional e financeira como o que caracteriza, actualmente, o Estado português.

Nessa altura cai toda a gente em cima do responsável, não para perceber como tenciona o responsável gerir o problema para melhorar o desempenho, mas pedindo a sua demissão, como se o problema fosse a falta de qualidade do responsável e não o contexto miserável em que trabalha, e outro responsável qualquer, no mesmo contexto, não corresse o risco de cometer erros.

E é assim que o Estado não sai do estado de estupor em que vive, triturando quem quer fazer alguma coisa, na melhor das hipóteses promovendo quem é bom a resolver problemas e afastando quem é bom a evitar problemas.

Essa é a melhor das hipótese, na maior parte dos casos nem isso acontece, vai-se só promovendo quem convive bem com a mediocridade geral, especializando-se na nobre tarefa de nunca ser responsável por coisa nenhuma.

E é aqui que estamos (pessoalmente, do que mais me entristece é ver a Iniciativa Liberal alinhar nesta coisa de reivindicar demissões dia sim, dia não, a típica atitude populista de sinalização de virtude quando não se tem nada a dizer).


11 comentários

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De Raposo Magalhães Miguel a 22.11.2024 às 16:57

Tem toda a razão sobre a IL. E é dos que pode falar com muitos motivos para falar: a primeira vez que o encontrei foi numa reunião de liberais no hotel Lisboa-Açores, anos e anos antes de haver qualquer partido liberal por cá. Foi de certeza há mais  de uma dúzia de anos, pois eu ainda não estava aposentado.
Infelizmente, a IL tem sido exímia a estreitar a sua base de apoio e a fazer disparates sectários. Que desilusão
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De Anónimo a 22.11.2024 às 18:09


uma reunião de liberais no hotel Lisboa-Açores


Uma reunião do Movimento Liberal Social?


Lembro-me de ter estado numa reunião desse Movimento nesse hotel.
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De Raposo Magalhães Miguel a 24.11.2024 às 05:21

Exactaqualmente
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De Anónimo a 22.11.2024 às 18:02


cai toda a gente em cima do responsável [...] pedindo a sua demissão



Quem se especializou em pedir as demissões de responsáveis, quando estava na oposição, foi o PSD. O Henrique não tem muito de que se queixar, o PS até tem sido muito parco a pedir demissões.
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De henrique pereira dos santos a 23.11.2024 às 07:33

Já li umas dez vezes o post e confesso que não consigo encontrar as referências partidárias que refere.
Será que se enganou no post que queria comentar?
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De Anónimo a 23.11.2024 às 17:02

Não é preciso, sabemos muito bem o que a "casa gasta".
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De Filipe Costa a 22.11.2024 às 18:03

O problema é que as nomeações para os tais "que resolvem problemas" vão parar todas a boy's dos partidos PSD e PS, nem é preciso ir muito atrás, basta ver que um dos responsáveis da proteção civil em 2017 era... penso que massagista. Mas com certeza que me corrigirá.
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De Anónimo a 22.11.2024 às 18:07


quando não se tem nada a dizer


Aquilo que há a dizer é, infelizmente, muito triste: temos um país em rápido decaimento demográfico, o que torna cada vez mais difícil, ao Estado, contratar pessoas para fazer aquilo que é preciso fazer.


Os privados ainda se vão safando com imigrantes. Mas o Estado, para a maior parte das tarefas que desempenha, necessita de portugueses. Ora, portugueses capazes de trabalhar, é coisa que cada vez há menos.


É por isso que há falta de tudo: de enfermeiros, de médicos, de trabalhadores do SEF, de polícias, de professores, etc, etc, etc.
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De Anonimo a 22.11.2024 às 19:36

O INEm não funciona, deve ser encerrado. Quem disser o contrário só pode ser um Estatista, desses que pululam em jornais e tvs.
Elon Musk vai mostrar como se faz, fechando agências corruptas e ineficazes. Haja tino, é ver e aprender.
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De Manuel da Rocha a 22.11.2024 às 19:57

Curioso que V.Exa acredita, cegamente, em tudo o que o governo lhe vende. São os 90000 milhões de aumento das receitas de impostos (e taxas) com a redução de 40% nos impostos empresariais, são os 3800 milhões, para segurança privada (sim que um ministro precisa de 150 seguranças privados e 50 da PSP/GNR) e viagens (pois 28484 assessores e 9820 membros dos gabinetes a recibos verdes, em vários casos, a receberem 260000 euros mensais (mais IVA), pelo seu serviço, não violando as normas do estado (como são os casos do assessor de Nuno Melo e do de Leitão Amaro), que viu que os números do PS e Fenprof foram martelados, sem notar que o governo dá como o número de alunos, com falta de professores, é feito por turma. Se falta o professor de IT e o de Português, para o governo essa turma só tem 1 professor em falta... pois é só 1 turma. 
"Olhem para o que eu digo, e para os 160 milhões, que o governo está a pagar, aos média, sem lerem mais nada." 
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De Ricardo Sebastiao a 25.11.2024 às 11:25

"na melhor das hipóteses promovendo quem é bom a resolver problemas"


Se fosse assim já não era mau, o problema é que se promove quem melhor mascara e varre os problemas para debaixo do tapete com o objetivo que o acumular de porcaria só seja descoberto alguns anos à frente por outro Governo que não o presente. 

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