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Convencido com inteira razoabilidade de que a diferença entre os politicamente correctos e os parvos é hoje praticamente inexistente, o senhor Tom Neuwirth deixou crescer barba e cabelo, vestiu um vestidinho preto apertado, anunciou que passava a chamar-se Conchita e partiu à conquista do festival da Eurovisão e da fama.
Agora de passagem por Portugal, o homem ainda avisou que não era transexual nem gay. Mas foi em vão: a Sic lá celebrou o concerto «da mulher de barbas».
Ora eu queria ficar indiferente a estas parvoíces, mas a minha costela feminista disparou em estertores agudos e lancinantes e eu tenho que desabafar. É que o Tom ou o Conchita pode ter pila ou não ter como entenda, e pode decidir gozar à frente ou atrás, que isso não me aquece nem arrefece, faça como quiser e passe bem. Mas já chamar mulher àquilo é uma ofensa às mulheres.
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