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O Dilema dos Salários

por Miguel A. Baptista, em 30.09.21

Os patrões queixam-se que não encontram mão de obra e nós, naturalmente, dizemos aumentem os salários e passem a ser atractivos para quem querem atrair para trabalhar convosco. 

Tudo bem, mas há aqui um problema, muitas das empresas, na linha de água, não podem pagar salários significativamente mais elevados. 

Face a este cenário há duas hipóteses, ou se incrementa a oferta de mão de obra fomentando a imigração ou se assiste a uma destruição criativa schumpeteriana deixando muitas empresas pelo caminho. Claro que entre as duas hipóteses extremas há todos os cenários gradativos. 

Ambos os caminhos contêm coisas boas e menos boas. Se optarmos pela eliminação das empresas mais fracas teremos salários médios maiores e uma produtividade maior. Mas, atendendo ao facto de termos uma população muito envelhecida, é difícil que essa economia mais pequena no seu todo seja capaz de suportar um estado social, necessariamente dispendioso no que diz respeito a reformas e sistema de saúde. E é claro, numa economia mais competitiva não temos aquele cafézinho em quase todas as esquinas, de que tanto gostamos, nem uma agência de publicidade que faz excelentes trabalhos a custos muito comedidos, para falar de dois meios que conheço relativamente bem. 

Se optarmos por abrir à imigração teremos uma economia mais dinâmica, mas sem se libertar do modelo de baixos salários. Como disse, entre estas duas hipóteses há todos os cenários gradativos, mas decidir onde “colocar o cursor” não é uma decisão evidente. 


7 comentários

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De Anónimo a 01.10.2021 às 08:03

Onde escreveu "Se optarmos por abrir à emigração teremos uma economia mais dinâmica", creio que pretendia escrever "Se optarmos por abrir à imigração teremos uma economia mais dinâmica" 


Não percebi como é que a imigração iria resolver o problema dos baixos salários. 
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De Miguel A. Baptista a 01.10.2021 às 12:46

Muito obrigado pelo seu comentário. Foi um lapso, vou corrigir.
De facto abrir o país é imigração não é um remédio para os baixos salários, no entanto no nosso cenário, em que temos um pirâmide etária invertida, talvez seja a única forma de manter a economia e o Estado Social sustentáveis,
O ponto que procurei transmitir é que temos que fazer um compromisso entre aumentar salários e manter a sustentabilidade da economia.
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De Anónimo a 01.10.2021 às 16:33

No tema que agora apresenta estamos de acordo. Inverter a pirâmide etária só através da imigração, 100% de acordo. Sobre os salários (ponto inicial) só trazendo mais multinacionais para cá. 
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De balio a 01.10.2021 às 11:18


há aqui um problema, muitas das empresas, na linha de água, não podem pagar salários significativamente mais elevados


O problema não é tanto não poder pagar um salário mais elevado ao trabalhador que se deseja contratar, o problema é que não se pode pagar um salário mais elevado a esse trabalhador sem simultâneamente aumentar também os salários a todos os outros trabalhadores em posições equivalentes que já anteriormente se encontravam na empresa.
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De G.E. a 01.10.2021 às 19:04

Isso corresponde à mentalidade dominante neste país de que a remuneração deve ser função da antiguidade e não função do mérito...
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De João Brandão a 01.10.2021 às 12:55


Talvez exista uma terceira alternativa.
Que tal deixar de financiar a 'legião' de desocupados que por aí anda?


A esquerda perderá votos, mas a economia e o contribuinte ganharão certamente!
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De António Sérgio a 02.10.2021 às 14:10

Há uma 3a via. Dizemos aos patrões para aumentar salários, mas ninguém se lembra de pedir ao governo que baixe os impostos e contribuições sobre o emprego. Qual seria o efeito prático da redução da TSU e do IRS? 


Fala-se em aumentar a competitividade das empresas mas ninguém fala no quanto essa competitividade depende das políticas dos governos, e no nosso caso sabemos quem vai ao volante...

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