Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Estávamos em 2008 (muito dos grandes males foram gerados nesse fatídico ano) quando o Conselho de Ministros do Governo do Sócrates (who else?) aprovou um acordo que estava assinado desde 1990 (imagine-se!) entre os países de língua portuguesa. A ideia deste acordo era uma maior uniformização ortográfica entre os países da CPLP. Uma má ideia, diga-se, que foi reforçada em 2004, e implementada em 2009 (ver aqui).
Passado todos estes anos o único país de língua portuguesa que introduz o acordo é, claro, Portugal – sempre pioneiro no que não deve e atrasado no que deve. Talvez seja ignorância, mas ainda que mal me pergunte se o português é nosso, porque é que os outros países não acordaram escrever português como se escreve em Portugal? Porque carga de água é que este acordo impõe o português do Brasil como uniforme?
Em Angola o acordo ainda não foi ratificado por qualquer órgão político, enquanto em Moçambique já foi aprovado em Conselho de Ministros, mas falta ainda a ratificação pelo parlamento. E até no Brasil a moratória para a aplicação plena adia o Acordo Ortográfico para Janeiro de 2016. Em África, Guiné Bissau, Cabo Verde e São Tomé ratificaram o acordo. Mas ainda não está em vigor.
Depois surge Timor Lorosae que também aprovou a nova ortografia, mas como não falam praticamente português, é-lhes igual ao litro aplicarem este acordo.
Mais recentemente a Guiné Equatorial aderiu ao CPLP , e não ratificou ainda o acordo, mas a população não fala português, pelo que é caricato o acordo para este país.
Portanto, neste momento, Portugal está acordado e uniformizado na ortografia consigo próprio.
A partir de hoje, 13 de Maio, as regras do Acordo Ortográfico são obrigatórias. Acabou oficialmente o período de transição. Mas vejamos, uma determinação governamental – fundamentada numa Resolução parlamentar – funciona, na prática, como uma “ordem por escrito”, mas que apenas diz respeito e se circunscreve, em termos de efeitos e de eficácia, aos serviços e organismos do Estado ou deles dependentes (e ao Ensino público); ou seja, afecta somente os funcionários públicos e, mesmo quanto a estes, apenas no âmbito das suas competências e enquanto no exercício das suas funções. Nada mais. Ninguém pode ser obrigado a escrever ato em vez de acto, para em vez de pára. Ninguém.
P.S. Este post escrito a 13 de Maio está escrito com erros. Mas é óptimo que assim seja.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Os seus coments parecem bastante similares aos "cu...
Diz bem, a começar. Pois outras medidas mais drást...
E quem lê o Público e(digamos) o jornal do pcp e/o...
Os erros ortográficos cometidos por analfabetos (d...
já havia problemas antes da vinda em grande número...