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O Chega e os seus votantes

por Jose Miguel Roque Martins, em 25.01.22

O Chega é um produto dos nossos tempos, uma reacção ao politicamente correto, ao atropelo de convicções tão legitimas como aquelas que as provocaram. 

Nenhum partido, nem mesmo o animalesco PAN, tem tão pouco a ver com economia ou um modelo de sociedade como o Chega, uma confederação de pessoas fartas de verem as suas convicções atropeladas. Os seus eleitores não procuram soluções, em que já não acreditam. Querem protestar, cantar alto o seu descontentamento e o seu repúdio por uma sociedade em que não se revêem. O Chega não ter uma proposta coerente para a nossa sociedade, é por isso irrelevante para o seu eleitorado, que é relativamente fácil de identificar.

São aqueles que se fartaram de serem objecto de bulling, apenas por serem de direita, por parte de quem diz defender minorias e a democracia. São aqueles que não têm uma opinião diferente: são simplesmente idiotas. São aqueles que nunca engoliram a liberalização do Aborto e não aceitam a Eutanásia. São aqueles que deitam as mãos á cabeça com a loucura do género., o revisionismo histórico e que não percebem porque têm que provar constantemente não serem racistas, sexistas, intolerantes aos outros. Quando os outros têm orgulho em mostrar o desprezo por aquilo que acreditam. São aqueles que não percebem porque se perseguem os Policias. São aqueles que não aceitam que  se trate de forma igual aquilo que é diferente e o contrario.  São aqueles que se fartaram de uma justiça que aparentemente faz a culpa morrer sempre solteira. São aqueles que sentem o peso da injustiça  e de discriminações positivas que nunca os beneficiam.

Quem não é um radical de esquerda, tem a obrigação de pelo menos entender os agravos dos votantes do Chega.

Nunca escondi o meu completo repúdio pelo Chega. E compreendendo (quando não concordando) com as motivações dos seus votantes, não posso deixar de pensar que estão muito errados. Que se estão a tornar próximos, senão semelhantes,  daqueles que mais detestam. Que com convicções diferentes, se aproximam de um maniqueísmo e de um ódio tão característico de um Bloco de Esquerda que, com propósitos distintos, também não contribui para uma sociedade possível e desejável.

Tal como não podemos combater injustiças com outras injustiças, intolerância com intolerância, também não podemos combater um politicamente correto, com outro politicamente correto.

O Chega é apenas uma reacção irada. Que nada resolve. Um sinal de falta de esperança. Quando o Chega desaparecer é sinal que, enquanto sociedade,  estaremos melhor. Que seja breve. 


76 comentários

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De Carlos a 25.01.2022 às 19:11

"Aceitando que o Chega é da extrema-DIREITA", assim é que queria escever. As minhas desculpas.

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