Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Não é que seja muito de espantar, mas o meu post anterior, sendo sobre o que me parece ser o efeito prático do voto no Chega e os objectivos dos seus dirigentes, suscitou dois tipos de comentários frequentes sobre o Chega: os que se escandalizam porque acham o Chega um partido diferente dos outros, perigoso, ameaçador, boçal, infrequentável, etc., e os que se escandalizam porque acham o Chega um partido diferente dos outros, que vai acabar com a casta, a corrupção, os esquemas, etc..
Ora o post que fiz parte de um pressuposto diferente, o pressuposto de que o Chega é um partido como os outros e deve ser avaliado pelo que é normal avaliar qualquer partido.
Para mim, o Chega não tem interesse nenhum.
No médio/ longo prazo, é um partido que essencialmente quer mudar políticos e não tanto políticas, ou seja, um partido assente na certeza da superioridade moral dos dirigentes e militantes do Chega face aos restantes (neste sentido, é um partido muito próximo do BE).
E é exactamente por isso que me parece que o Chega não quer saber se governa o PS ou outro qualquer (prefere o PS porque é mais fácil federar votos de protesto com governos tão maus, mas tirando isso, tanto faz ser um ou outro partido, o que interessa aos dirigentes é acederem eles próprios ao poder), quer apenas ser o partido maioritário da direita para aceder ao poder em posição dominante, isto é, quer ser o PS da direita.
Ao contrário da Iniciativa Liberal, que é um partido ideológico, o Chega defenderá as políticas que lhe permitirem ganhar votos em cada momento (como tem vindo a fazer, basta olhar para a grande mudança do seu programa económico inicial, mal Ventura se apercebeu de que o liberalismo económico é pouco popular em Portugal), sejam elas quais forem, tal como faz o PS, há anos.
É verdade que o PSD não anda muito longe disto mas, neste momento, não me interessa muito discutir a qualidade das alternativas ao PS o que me interessa é parar a degradação institucional, o que só se consegue removendo o PS do poder.
Interessam-me opções mais liberais e menos estatistas, opções mais institucionais e menos cesaristas e opções mais abertas e menos opacas, o que me teria feito votar tranquilamente na Iniciativa Liberal, não se desse o caso da sua actual direcção ter optado pela predominância da eficácia partidária do centralismo democrático contra a criatividade da liberdade individual.
Como o Chega está mais interessado em ser o partido maioritário da direita que na qualidade das instituições, o Chega não me interessa também no curto prazo.
Resumindo, focando-me neste meu objectivo de remover o PS do poder (a frase das fraldas não será de Eça de Queiroz, mas é uma frase verdadeira quando se pretende reforçar as instituições), resta-me não votar ("são todos iguais", dizem uns, "todos fazem asneiras", dizem outros), votar AD ou Iniciativa Liberal (porque no distrito em que voto a Iniciativa Liberal elege deputados, noutros distritos, nas actuais circunstâncias, apenas me restaria votar AD ou não votar, o que inclui votos brancos e nulos).
Como a Iniciativa Liberal resolveu, no meu círculo eleitoral, privilegiar a confiança política em relação à qualidade política, usando um processo vergonhoso para o fazer, não me apetece premiar essa forma de lidar com a liberdade individual, e votarei AD, onde ao menos não tenho desilusões, já sei do que a casa gasta, acho é que, apesar de tudo, o que a casa gasta é institucionalmente mais positivo que manter o PS no poder.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
Haverá eleitores e cidadãos que pouco se importam ...
É claro que responder a quem não faz ideia de que ...
"Here’s a True Believer insisting it’s *no big dea...
Primeiro: O Governo de Passos, foi mau. Como todos...
a CS é toda ela social-fascista e tem vergonha de ...