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O Carmo e o passado

por José Mendonça da Cruz, em 25.04.14

Em 1974, o homenzinho de boina preta que hoje esteve no Largo do Carmo, teria aproveitado o 1º de Maio para beijar os pés a Cunhal, proclamar-se seu discípulo e empenhar-se com ardor e zelo nas tentativas de instaurar uma nova ditadura.

O homenzinho de boina preta teria sido uma figura importante do mais abjecto populismo ou de uma nova tirania.

Quando o último meio de comunicação livre da bota comunista, o República, foi ocupado, o homenzinho de boina preta teria exigido o esmagamento da primeira manifestação de rua em que democratas revoltados entoaram «O Povo não está com o MFA».

O homenzinho de boina preta teria acompanhado Otelo nas prisões sem mandato nem culpa, no terrorismo messiânico, no ridículo. 

Em vez de estar na manifestação da Fonte Luminosa, decisiva no combate da democracia contra a ditadura militar-comunista, o homenzinho da boina preta teria estado nas barricadas que tentavam impedir o afluxo de manifestantes, e não no lado dos que defendiam a liberdade.

O homenzinho de boina preta que hoje foi ao largo do Carmo proclamar que aquele ajuntamento era «o bem» e os eleitos do povo «o mal», teria estado na rua, a cercar a primeira Assembleia eleita, a Assembleia Constituinte cuja composição o frustrava, em vez de estar lá dentro, com os eleitos da eleição mais participada de sempre.

A menos que o homenzinho de boina preta que hoje foi filmado no Carmo não fosse realmente Mário Soares, o que explicaria tudo.

Mas, se for, ele viverá os últimos anos frustrado e assim morrerá. Ele e as figurinhas militares rotundas e presunçosas que anseiam impor-nos caminhos ignorantes e irresponsáveis. O que eles pensam vale nada perante o voto livre. Viva o 25 de Abril! Viva o Mundo de hoje!

 

 


6 comentários

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De jojoratazana a 25.04.2014 às 22:23


O que falta, para cumprir Abril.

Interditar a democracia, a aldrabões e vigaristas.

É simples, garante o futuro do país, e deixaremos de ser envergonhados e ofendidos, por alguns que apenas por engano e vigarice, se conseguem eleger para mandatos, que lhes garante a total impunidade, nos seus actos ofensivos aos princípios de Abril.

Como pode o presidente da republica de Portugal, por em causa o direito de manifestação do povo português, nas comemorações dos 40 anos da revolução, a manifestação e bloqueio da assembleia, foi uma manifestação do povo em pleno (processo revolucionário em curso), que não envergonha a nossa democracia, antes pelo contrário orgulha e engrandece.

Já alguém, que em pleno uso de funções, eleito livre e democraticamente, tenha usado esse cargo para se vingar de alguém, que tinha sido um dos heróis de Abril, negando a Salgueiro Maia uma pensão a que tinha direito, e autorizando o pagamento da mesma, a alguns esbirros da ex policia politica do estado novo, demonstrando inequivocamente que os tempos eram de (processo reaccionário em curso).

Em democracia, o uso pelo povo da mesma, apenas pode engrandecer um país.

Já a falta de vergonha dos eleitos, apenas nos pode envergonhar.

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De um açoreano na capital a 25.04.2014 às 23:47

dois magníficos textos na www.maquinadelavax.blogspot.com (http://www.maquinadelavax.blogspot.com) um blogue que tem as dificuldades de viver sob o regime açoriano.
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De CarmoPais a 26.04.2014 às 17:55

 Não vi o "homem da boina preta", principal culpado de Portugal em 1975 ter perdido em poucos meses, 95% do território e 60% da população e depois ainda nos entregou (com a europa connosco) aos seus patrões do Norte da Europa, a cantar, fiquei-me a observar pela TV um local mal frequentado, repleto de cravos...e pensei no que é que esta gente é diferente de 1926? os deputados com e sem cravos são eleitos pelos chefes partidários e não pelo eleitorado, que se limita a votar na lista do partido. Na Constituição de 1933 onde havia o sufrágio UniversaL, Salazar alterou e passou a nomear o Presidente da República, na Constituição de 1976 o deputado é designado pelo chefe do partido, Salazar não obedecia a Belém, agora S. Bento não obedece aos deputados, na verdade ele é o seu criador. Tudo legitimidades fictícias e indevidas. Esta gente é eleita, pela minoria que vota, que cada vez será mais minoria, e representam a população? o povo esteve no Largo do Carmo, tenderá a estar cada vez mais até á mudança deste regime...as pessoas já não se deixam enganar, e algo vai mudar, e a culpa não é dos militares, que eram apenas uma minoria no Largo do Carmo. É preciso olhar para o que está a acontecer e pelo menos admitir que há alguma coisa de inorgânico, mesmo com a presença do xéxé da boina preta.
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De Anónimo a 26.04.2014 às 22:18

"principal culpado de Portugal em 1975 ter perdido em poucos meses, 95% do território e 60% da população"


Pelo amor de deus (e da verdade)...passaram 40 anos. Ainda há quem acredite nisto?
O que mais há por aí são impérios onde o sol nunca se põe.


Assim fica difícil ser levado a sério.

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De CarmoPais a 27.04.2014 às 21:23


Anónimo. O “D” da descolonização resultou numa desgraça inominável e na maior vergonha histórica, desde 1128, cuja responsabilidade teremos que carregar como povo e sociedade organizada, para todo o sempre. Tendo, além dos que ficaram deste lado do mar, desgraçado sobretudo os portugueses dos territórios que abandonámos à sua sorte, os quais em vez de descolonizarmos – uma operação já de si aberrante, para a idiossincrasia da Nação Portuguesa, dadas as regras internacionais em vigor –entregámos nas mãos de forças marxistas, e só a essas. Em 1975, as superpotências tinha pressa em entrar nas "colónias" e Spinola não tinha pressa nenhuma...nós não podiamos conservar a colónias, mas ainda hoje, embora encapotadas elas existem, em lingua inglesa, francesa ou russa. Não deixa de ser caricato dizer que demos a independência a outros povos, quando estamos a perder a nossa própria independência.
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De pedro a 29.04.2014 às 11:34

Acho que não era uma boina: http://garfiardois.blogspot.com/2014/04/a-boina.html

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