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O campeonato mundial de chinquilho

por henrique pereira dos santos, em 27.01.23

Imaginemos que eu resolvo organizar o campeonato mundial de chinquilho.

Qual deve ser a posição do Estado em relação a isso?

Do meu ponto de vista, nenhuma, eu devo poder organizar o campeonato mundial de chinquilho com toda a liberdade e cumprindo regras gerais de segurança e respeito por terceiros.

Ao organizar o campeonato, eu consigo trazer a Castelo Branco - imaginemos que já consegui vender a ideia de que a capital do país deve mudar para Castelo Branco - cem pessoas.

Qual deve ser a posição do Estado central e local sobre isso?

Do meu ponto de vista, nenhuma, mas Castelo Branco pode achar que ter mais cem pessoas na cidade é uma vantagem para a economia local, eu posso achar que a câmara quer ter mais cem pessoas na cidade, vou ter com o presidente de câmara e digo-lhe que em Idanha me estão a oferecer um terreno gratuito para eu fazer lá o campeonato mundial de chinquilho, e portanto vou levar o campeonato para Idanha.

Qual deve ser a posição do Estado local sobre isso.

Do meu ponto de vista, encolher os ombros, e deixar o campeonato mundial de chinquilho ir para Idanha, o risco de ceder a esse tipo de chantagens é enorme, a possibilidade de às tantas estar envolvido em decisões manhosas é enorme, portanto, do meu ponto de vista, o Estado local - já agora, quer seja o de Castelo Branco, quer seja o de Idanha - não se deve meter no assunto, mas isso cabe aos eleitores decidir nas eleições.

Por mim, o que quero de um presidente de câmara é que me garanta que as sarjetas funcionam bem, não é que decida sobre o que a sociedade e a economia devem fazer na cidade, sendo por isso muito pouco favorável aos gastos públicos que envolvam festas, actividades desportivas, celebrações religiosas, iluminações e animações natalícias e mesmo actividades económicas puras e duras: as fábricas que queiram instalar-se no meu concelho devem encontrar decisões rápidas sobre obrigações legais e boas condições de gestão dos espaços públicos, acessibilidades, infra-estruturas, mas não dinheiro público ou vantagens patrimoniais específicas, sejam elas directas, como a subsidiação, sejam elas indirectas como descontos fiscais, em taxas, disponibilidade de espaços e serviços, etc..

Sou, por isso, contra o envolvimento do Estado na organização de grandes concentrações de pessoas, sejam elas de natureza desportiva, cultural, religiosa, tecnológica, etc., excepto na articulação que essas realizações tenham com o que é da natureza do serviço público: segurança, infra-estrutura, acessibilidade e coisas que tais.

Haveria vantagem para Castelo Branco em ter um milhão de pessoas na cidade a alimentar a economia durante uma semana?

Sim, haveria, os beneficiários que paguem o custo disso, não os contribuintes.

Aqui chegados, apliquemos então o raciocínio às jornadas mundiais da juventude, uma organização da Igreja Católica criada por João Paulo II, coerente com a sua opção evangelizadora usando os meios de comunicação de massas.

Nada contra a sua realização, tudo contra o envolvimento do Estado português em candidaturas e em compromissos de realização conjunta.

A Igreja que faça as jornadas onde quiser, com a organização que quiser, usando os meios que conseguir mobilizar para isso.

Acho natural que a Igreja (como Paddy Cosgrove, a FIFA ou o Comité Olímpico Internacional) procurem capitalizar o efeito económico de decidir a localização das jornadas abrindo uma espécie de leilão, infelizmente demasiado opaco e inevitavelmente atreito à troca e venda de favores, vendendo a localização das jornadas aos Estados que possam beneficiar delas, quer do ponto de vista político, quer do ponto de vista económico e social.

O preço dessa decisão é, inevitavelmente, tanto mais alto quanto mais gente mobilizar: o meu campeonato mundial de chinquilho dificilmente reúne um milhão de pessoas num determinado sítio durante uma semana, portanto o seu impacto económico e social é diminuto, logo, a decisão sobre a sua localização é muito baratinha.

A principal razão para eu achar que o Estado português, incluindo o Estado local, se deve abster de entrar nesses leilões é que são como as guerras: é relativamente fácil saber como começam, é impossível saber como acabam.

Num Estado disfuncional como o Estado português - o espectáculo de passa-culpas desta semana é profundamente deprimente, começando por ter um Presidente da República armado em mestre de obras a discutir orçamentos - os riscos são potenciados, sendo os custos daí resultantes muito difíceis de avaliar: o maior custo da realização do campeonato europeu de futebol em Portugal nem foi o custo de oportunidade do dinheiro gasto em estádios úteis, nem o dinheiro gasto em estádios inúteis, o maior custo para o país foi o retorno político para José Sócrates, que contribuiu para o mito político que fez de si próprio, e que nos está a sair do pêlo em estaganação e corrosão das instituições, começando pela corrosão moral da instituição Partido Socialista.

Já agora, essa instituição recebe, durante quatro anos, todos os anos, mais que um palco das jornadas mundiais da juventude, deve receber, anualmente, qualquer coisa como sete milhões e meios de euros, só na subvenção que resulta da sua votação nas últimas legislativas. Aqui não está incluído o que recebe para financiamento das campanhas eleitorais nem os benefícios fiscais desta organização, é mesmo só o cheque anual decorrene do número de votos que obteve em 2022 (quase três euros por voto, todos os anos).

Seguindo o raciocínio acima, por que razão não é o Partido Socialista pago pelos seus militantes?

Porque a democracia tem custos e, se o Estado não financiar os partidos que têm mais de 50 mil votos, só os partidos com ligações ao poder económico podem sobreviver e prosperar.

A mera história do MRPP e do regresso de Arnaldo Matos logo que o MRPP teve mais de 50 mil votos em 2009, ou seja, logo que o Estado se substituiu aos militantes no financiamento do partido - quase 15 mil euros por mês, durante quatro anos, não chegam para corromper um partido, mas chegam para um guru como Arnaldo Matos ter uma vida folgada enquanto durarem -, deveria ser suficiente para percebermos todos que alguma coisa de errado se passa com o argumento usado em cima.

É que, como acontece em estados disfuncionais, a boa justificação dada para que o Estado se substitua aos militantes no financiamento dos partidos, é rapidamente cavalgada pelo interesse privado de cada partido e de cada dirigente, acabando no facto de um partido que defende um tecto na CAP para as ajudas aos agricultores, com o argumento de que os maiores agricultores estão em vantagem e o que é preciso é concentrar apoios nos pequenos agricultores que prestam serviços de ecossistema não apropriáveis pelos mercado, se esquecer de usar a mesma argumentação no financiamento partidário pelo Estado.

O problema, por estranho que pareça, é o mesmo do palco das jornadas mundiais da juventude: no momento em que o Estado se substitui aos interessados no financiamento de uma actividade, seja ela política, religiosa, desportiva, cultural, investigativa, conservacionista, etc., o risco de distorções e abusos é enormemente potenciado pela disfuncionalidade dos estados e pela fragilidade das instituições, incluindo a falta permanente de vigilância social sobre elas (que apenas é acordada pelos profusão de argumentos populistas que, de repente, apareceram por aí sobre as jornadas mundiais da juventude).

O que devíamos estar a fazer é a reforçar a liberdade da igreja fazer as suas jornadas onde quiser, como quiser, da forma como quiser, reforçar a capacidade do Estado lidar com concentrações de milhares de pessoas, sem interferir nas razões, financiamento e forma como é feita essa concentração, e tratar de concentrar os recursos do Estado em evitar que as pessoas precisem do Estado para ter uma vida digna, removendo os entraves que o Estado cria permanentemente a que cada um faça o que entende (começando por remover o entrave de alocar recursos do Estado ao que uns fazem e não os alocar ao que outros fazem, com argumentos tão etéreos como as externalidades que cada um cria com a sua actividade).

E, no entanto, não deixo de ter a sensação de que seria mais útil dedicar-me ao chinquilho que continuar a escrever coisas destas.


21 comentários

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De César a 27.01.2023 às 11:05

Bom dia
Só se "esqueceu" de um pequeno pormenor ao querer reduzir tudo a uma celebração do catolicismo: o Papa também é uma figura política. Aliás das mais importantes ao longo da História.
Comparar isso com lana caprina é um exercício deveras..."curioso". Ou então Castelo Branco está habituada a receber o Papa todas as semanas...
No resto é mais um jacobinismo dos mesmos de sempre que sempre que puderam fecharam igrejas, proibiram cultos e prenderam e mataram reis. Nada de novo. Até calha bem a polémica para distrair as massas da desgraça socialista que nos caiu em cima.
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De henrique pereira dos santos a 27.01.2023 às 11:11

Não, não me esqueci: o que está em causa não é uma visita de Estado ou evangélica do papa, o que está em causa são as jornadas mundiais da juventude, que também contam com a presença do papa.
Naquilo que competir ao Estado receber um chefe de Estado estrangeiro, com certeza, o Estado tem de se envolver, mas não me parece que seja isso que está em causa.
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De César a 27.01.2023 às 11:23

Volto a repetir: um Papa é muito mais do que o chefe da Igreja. 
De resto, e no geral, estou de acordo com o texto de VExa. Cumprimentos
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De henrique pereira dos santos a 27.01.2023 às 11:29

Não tenho ideia de ter escrito nada sobre o papa
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De César a 27.01.2023 às 11:35

Caro Henrique, permita-me que o trate assim: um longo texto a falar das JMJ, da Igreja...claro que implicitamente "falou" do Papa. Não me queira fazer de ingénuo. O que é natural. O Papa não é "dissoviável" do evento.
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De henrique pereira dos santos a 27.01.2023 às 11:49

Sugiro, a sério mesmo, sugiro que leia um bocado mais sobre a história e o conteúdo das jornadas mundiais da juventude.
Verá que sendo impulsionadas por um papa, sendo o papa uma presença em todas (não verifiquei se foi mesmo em todas, mas acredito que sim), a verdade é que as jornadas são uma coisa, e o papa é outra, sendo possível admitir que as jornadas existam sem que o papa lá vá, pelo menos em tese.
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De César a 27.01.2023 às 11:58

Sugiro que leia um pouco mais de História. A sério, far-lhe-à bem. Talvez começando por ler o que dizem os 37 Doutores da Igreja. Será certamente melhor que jogar ao chiquilho.
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De henrique pereira dos santos a 27.01.2023 às 12:11

Obrigado pela sugestão, mas não percebi em que é que saber mais sobre o que a igreja pensa sobre si própria contribui para um post que não é sobre a igreja, mas sobre o Estado
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De César a 27.01.2023 às 12:17

Não vou estar a responder sempre por aqui, como certamente compreenderá.
Terei todo o gosto se algum dia quiser ter a gentileza de discutir este e outros assuntos ao vivo ou de uma maneira, digamos, mais "assertiva".
Até porque gosto, muito mais de trocar ideias e discutir com alguém com o qual posso não estar parcial ou totalmente de acordo, do que com quem esteja. E, aproveito para dizer que gosto dos seus posts, regra geral, a não ser que sejam epístolas demasiadamente grandes sobre assuntos florestais que, confesso, não domino de todo porque sou um leigo e de uma densidade inversamente proporcional ao interesse que desperta. Mas há quem goste e respeito. Cumprimentos
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De João Távora a 27.01.2023 às 11:44

Na certeza de que a Igreja jamais conseguiria montar um evento desta envergadura,  em geral e em abstrato concordo contigo. Mas agora é tarde, a decisão foi a que foi, e por isso é que as polémicas e aproveitamentos à volta dos custos (do altar ou dos WCs) são lamentáveis. Só me admiro é que as partes (CML e Fundação) não estivessem preparadas para isto - vai ser bonito, vai.  
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De henrique pereira dos santos a 27.01.2023 às 11:53

João, eu limitei-me a defender uma tese, em abstracto.
Por isso parti do campeonato de chinquilho e passei pelo financiamento dos partidos pelo Estado.
Não escrevi sobre estas decisões em concreto, a não ser para dizer que é previsível que processos que ocorrem como este ocorre, tenham este resultado (que, no caso concreto, combina o interesse do PS, de António Costa e de Sá Fernandes em queimar Moedas  com a demência galopante de Marcelo Rebelo de Sousa).
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De balio a 27.01.2023 às 14:52


as polémicas e aproveitamentos à volta dos custos (do altar ou dos WCs) são lamentáveis


Não são lamentáveis, não. É bom e adequado que se proteste e que se escrutinize e que se discuta e que se mostre as asneiras que os políticos fizeram e continuam a fazer.
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De Anonimo a 27.01.2023 às 12:21


O Estado apoia, sempre apoiou e apoiará eventos e actividades. Claro que o interesse público é um conceito relativo, isso é indiscutível. O desgraçado que vive com frio em casa também deve achar estúpido que se patrocinem peças de teatro ou óperas, os cantores de ópera acharão tolo patrocinar filarmónicas e festas de cantores pimba por esse país fora, uns acham que o Estado não devia meter tostão num evento católico, outros que nem meio vintém para auxiliar uma parada LGTBXYZ.
Devia ser cada um por si? Pois, a mim não me apetece pagar o Hospital de Faro, ou remodelar a C+S de Alguidares de Baixo, ou a piscina municipal de Carregal do Sal. Ou o Rock In Rio, ou o Vilar de Mouros, ou o CCB, ou...


O que realmente se devia falar (as tricas e aproveitamentos políticos são outra coisa, fruto da mediocridade de quem não sabe mais) é esta filosofia do evento enquanto motor económico. É só retorno financeiro (embora gostasse de os ver detalhados... e já agora qual a base matemática para tais números), e isto não sai da cepa torta. Esta gente, com o PR à cabeça, parecem ver Portugal como uma Disneylaândia em tamanho grande, um parque de diversões em forma de país, pouco falta para nos obrigarem a andar na rua vestidos de campinos e varinas.

 
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De O apartidário a 30.01.2023 às 09:03

Sim, mais que a questão financeira (importante pois) e a questão se o Estado tem demasiada intromissão ou se deve entrar mais aqui ou mais ali (importante claro) é a questão de sabermos para onde vamos como sociedade (ou país ou o que lhe queiram chamar)e com tais figuras ao "leme" podemos ir parar a qualquer lado (inclusive o circo na ilha da fantasia) conforme o vento. 
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De pitosga a 27.01.2023 às 13:54


HPS,
vou pelo chinquilho. É livre.
Abraço
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De João Brandão a 27.01.2023 às 16:06

Na minha modesta opinião, as Câmaras Municipais/Estado não têm que/não devem financiar igrejas, mesquitas ou outras construções religiosas ou a esse munus destinadas.

Deverão, se assim o entenderem, ordenar o espaço destinado a essas construções e por aí se ficarem.

Quanto chinquilho e a coisas destas, permita-me a sugestão: continue a falar destas coisas

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De balio a 27.01.2023 às 17:27


Tem toda a razão.
É claro que a Igreja, sabendo que são os contribuintes quem paga, faz logo especificações luxuosas: um altar com a altura de um prédio de três andares, com um elevador para levar o papa até lá acima, e com 5 mil metros quadrados de área para caberem lá mil bispos.
Se fosse a própria Igreja a pagar, está bom de ver que seriam muito mais modestos nos requisitos.
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De Francisco Almeida a 28.01.2023 às 15:10

Normalmente dou-lhe razão, hoje não.
Os custos "anormais" - 2 milhões para aumentar a pala - não foram exigências da Igreja mas escolhas da autarquia. O chumbo do projecto assente em contentores, não foi da Igreja mas uma escolha da autarquia. Os nove metros de altura não foram uma exigência da Igreja mas uma escolha da autarquia. A localização sobre um aterro sanitário não foi uma exigência da Igreja mas uma escolha da autarquia.
Explicou a autarquia que escolheu o local, apesar de ser um antigo aterro sanitário para reabilitar a zona e complementar a Parque Expo (aqui faço notar que esta decisão, esquecendo o "ganhámos, ganhámos, ganhámos" foi tomada por dois autarcas, um socialista, outro comunista, ambos ateus).
Explicou a autarquia que o primitivo projecto sobre contentores não assegurava a utilização futura.
Mais polémicas, serão o aumento da pala para também acolher 2 mil bispos (a igreja só tinha pedido sombra para o Papa) e os nove metros, que decorrem de permitir visão directa aos mais de um milhão de assistentes esperados (a igreja aceitaria a transmissão em écrans elevados). A este respeito a autarquia alegou que Portugal estaria nos écrans do mundo durante esse período e que entendia valer a pena projectar uma boa imagem promocional do país.
Quanto aos 5 mil metros podem ter sido uma exigência (não sei) mas, se o foi, estaria no caderno de encargos de condições mínimas para a candidatura ao evento.
Tudo mas tudo pode ser criticado e tudo deve ser escrutinado mas uma pessoa com as responsabilidades de HPS (quanto mais não seja perante os leitores do Delito) tinha a obrigação de hierarquizar as críticas, começando pela decisão de concorrer (que logo acarretava encargos pesados) continuando pela escolha do local, etc., etc..
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De henrique pereira dos santos a 29.01.2023 às 06:32

Em primeiro lugar, não tenho responsabilidade nenhuma, sou um autêntico irresponsável.
Em segundo lugar, o post é sobre o Estado, não é sobre as jornadas mundiais da juventude.
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De Francisco Almeida a 29.01.2023 às 12:18

Peço desculpa (alguma mas não toda). Sem conseguir explicar o que sucedeu misturei um comentário ao postal com uma resposta ao comentador Balio.
Não discordo da essência do postal no plano ideal mas no plano prático da realidade. Num mundo ideal, o Estado não abocanhava uma percentagem cada vez maior do PIB, e outra enorme parte não estaria concentrada em maia dúzia de famílias. Assim os cidadãos teriam rendimento disponível para apoiar as suas opções, fossem elas o futebol, a religião ou a vinda de artistas estrangeiros.
Mas não é essa a realidade. Assim a questão é se o mesmo Estado que já apoiou o Mundial, a Web Summit e, não tão visivelmente, o Rock in Rio, teria ou não o dever de apoiar a JMJ. Como evidente a minha opinião é que sim, sem dúvida.
Tomada a decisão de se candidatar e apoiar, a questão seguinte é a opção por custos mínimos que seriam apenas um gasto, ou por custos maiores que podem ter um retorno como investimento promocional. Sobre este último ponto, confesso que não tenho uma opinião firme (talvez porque nem sendo político nem tendo esse tipo de responsabilidade, não imagino a relação custo-benefício dessa opção).
Mas o que não duvido um segundo, é que Marcelo, António Costa, Medina, Sá Fernandes e o bispo Américo Aguiar^(*) se portaram cobardemente pois o envolvimento da Câmara com 35 milhões de euros era do seu conhecimento há meses sem que tivessem tugido ou mugido e só após a reacção popular ao custo do palco-altar rasgaram as vestes e se sentiram magoados.
Insisto fortemente na leitura do artigo que mencionei de José Maria Seabra Duque "Jornada Mundial da Juventude /Promessas leva-as o vento" no “Observador”.
(*) Excluí Bernardino Soares da lista - apesar de detestar comunistas - porque foi o único que manteve depois da polémica, o mesmo discurso que teve antes, quando da aprovação.
P.S. - Queira ou não os seus postais ajudaram a formar opiniões aos leitores do Delito, opiniões sólidas e sempre bem fundamentadas. Isso faz de si um mentor (guru, influencer, o que quiser) mediático e só tenho pena que não existam muitos mais dessa qualidade. Mas tudo tem consequências e, para si, a irresponsabilidade há muito que não é opção.
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De Francisco Almeida a 28.01.2023 às 15:23

Já depois de ter escrito o comentário anterior, li o artigo de José Maria Seabra Duque "Jornada Mundial da Juventude /Promessas leva-as o vento" no “Observador”. Recomendo.

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    245. O
    246. N
    247. D