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O barulho que seria, se não fosse o Bloco de Esquerda

por henrique pereira dos santos, em 24.11.19

O Bloco de Esquerda gosta de se apresentar como um campeão das políticas de combate ou adaptação às alterações climáticas (embora eu suspeite que poucos dos dirigentes tenham perfeitamente clara a diferença entre políticas de mitigação das alterações climáticas e políticas de adaptação, mas isso agora não interessa nada).

Para quem tenha paciência, pode ler aqui o programa do Bloco nesta matéria, em que se diz logo (embora não me lembre de ver alguém chamar a atenção para a contradição) que não é a aumentar o preço da energia que o problema se resolve.

 Catarina Martins continua agora a insistir na ideia de baixar o IVA da electricidade porque, diz Catarina, "A eletricidade e o gás são um bem essencial de primeira necessidade, a sua descida tem um efeito enorme na economia e também porque para as famílias quanto menos pagarem na conta da luz, mais fica de salário e de pensão".

Há quem não veja grande semelhança entre esta frase e este tweet de Trump "The Democrats’ destructive ‘environmental’ proposals will raise your energy bill and prices at the pump. Don’t the Democrats care about fighting American poverty?", mas claro, é só porque há gente que tem problemas de visão muito graves quando se trata de avaliar as propostas concretas do Bloco em vez de se ficar pela retórica.


24 comentários

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De Luís Lavoura a 24.11.2019 às 15:40

Sou totalmente contra a descida do IVA na eletricidade. A energia, para ser poupada, tem que ser cara.
É inaceitável que se pague um imposto brutal sobre a gasolina, ao mesmo tempo que se pretende basicamente eliminar o imposto sobre a eletricidade.
Acho inaceitável que partidos como o PSD e o BE proponham baixar o IVA da eletricidade.
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De Anónimo a 24.11.2019 às 19:07

Para ser poupada?
:)


Vou acender uma velinha.
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De Anónimo a 24.11.2019 às 19:14

penso exactamente o oposto... 
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De Anónimo a 24.11.2019 às 19:17

Também acho que devíamos aumentar o Iva da água, do vinho ... assim também aprendiam a poupar tudo o que é liquido.
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De Anónimo a 24.11.2019 às 20:19

O 'avenças' filho de marinheiro tem que botar opinião em tudo. E esta sobre a energia é muita douta. Vai-te catar Lavoura ...
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De Anónimo a 25.11.2019 às 08:47

Venha viver para o interior norte do país e verificar quanto lhe custa aquecer a casa a somente 18 graus. Depois é só fazer as contas - como dizia o AG -  entre pagar 23% de IVA ou 6%.
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De Luís Lavoura a 25.11.2019 às 10:03

Por acaso tenho uma casa no Centro do país, embora não no interior, que é bastante fria no inverno. Tal como todas as pessoas nessa zona, aqueço somente uma divisão dela (a cozinha), mediante uma salamandra a lenha. Eletricidade, só ocasionalmente.
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De Luís Lavoura a 25.11.2019 às 10:12

É um facto que em Portugal há um sério défice de sistemas eficientes de aquecimento doméstico. Basicamente, deixa-se a cada proprietário individual o custo de aquecer a sua casa, o que geralmente conduz à eletricidade.
Só que, a eletricidade é uma péssima opção para aquecer casas. As casas, em todos os países civilizados, aquecem-se mediante caldeiras a mazute, instaladas nas caves e que aquecem todos os apartamentos simultâneamente.
Não é baixando o preço da eletricidade que se contribui para a adoção de comportamentos eficientes. Pelo contrário.
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De Pedro S a 25.11.2019 às 11:53

Adoção?!
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De Makiavel a 24.11.2019 às 17:16

O que é que quer mesmo dizer com este seu postal?


Não me diga que barafusta contra o ISP alto dos combustíveis mas está contra a descida do IVA para a taxa que estava em vigor antes da troika cá ter entrado?
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De henrique pereira dos santos a 24.11.2019 às 21:20


Não me lembro de alguma vez ter protestado contra um ISP alto, pode dar-me uma indicação de onde viu isso escrito por mim, para eu perceber o contexto?
Obrigado
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De Makiavel a 25.11.2019 às 10:02

Talvez não me tenha expressado correctamente, mas um ponto de interrogação no final de uma frase indica dúvida e não afirmação. Logo, não lhe posso dar uma indicação de onde vi isso escrito por si.

Mas esclareça-me: propõe o combate às alterações climáticas (ou adaptação às alterações climáticas, o que que quiser...) pela via do aumento do preço (ou pelo menos pela não descida) de bens tão essenciais como a electricidade? É que continuo sem perceber o seu postal; ou melhor, percebo que tem um embirração qualquer com o BE, mas tirando isso, não vejo o objectivo. Devo ser eu que não atinjo, só pode.
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De Anónimo a 25.11.2019 às 10:45

Sim, a energia é excessivamente barata, face ao trabalho, por isso defendo a transferência da carga fiscal do trabalho para a energia e defendo a transferência da carga fiscal dos factores de produção (trabalho e capital) para o consumo.
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De Luís Lavoura a 25.11.2019 às 11:15

Exatamente. Muito bem!!!
Os impostos devem desonerar o trabalho (IRS) e o capital (IRC) e passar a onerar sobretudo o consumo (IVA), incluindo certos consumos peculiarmente danosos (ISP e outros impostos especiais sobre o consumo).
É esta a base, já há muito bem definida, para uma economia mais ecológica e com mais emprego.
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De Anónimo a 25.11.2019 às 12:45

Já tem um deputado a representá-lo. Um tal de Figueiredo, liberal proclamado cujo facto mais relevante foi ter dirigido um organismo público.
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De Carlos Marques a 25.11.2019 às 05:46

1- a descida de um imposto indireto é sempre uma ótima medida de combate à desigualdade


2- a descida em específico do imposto sobre a eletricidade, aumenta não só o salário disponível no fim do mês, como diminui também os custos de contexto das empresas


3- para combater as alterações climáticas, não vamos todos para uma gruta à volta de uma fogueira. Vamos fazer a transição energética. Ex: encerrar as centrais de queima de carvão, e investir em energias renováveis e limpas


4- o que se diria se fosse outro partido? Esatamente o mesmo, já que todos os partidos se mostram favoráveis a esta medida.


5- parabéns, cortou mais uma fita. Desta vez a fita da meta da corrida à demagogia e tonteria. Você foi o campeão!


6- comparar Trump ao BE é só mais um cúmulo da desonestidade intelectual. Trump quer menos impostos para os ricos, menos salários para os pobres, e mais poluição (para compensar os apoios/subornos dados pela indústria americana do carvão). Isto é o OPOSTO do BE.


7- não é por acaso que o BE é já o 2º maior partido no eleitorado com menos de 35 anos nos centros urbanos, à frente do PSD. É que de demagogia barata está o povo farto. Precisa é de soluções, e o BE tem-nas com fartura, como por exemplo esta da baixa do IVA na eletricidade.
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De Anónimo a 25.11.2019 às 10:43

Muito obrigado por demonstrar a posição dominante sobre este assunto: vamos mudar a superestrutura porque mudar a minha vidinha dá muito trabalho.
De resto, demagogo é vossa senhoria quando pretende que comparei Trump e o BE.
Eu limitei-me a transcrever duas afirmações basicamente iguais.
Que essas afirmações são basicamente iguais, é um facto.
Que as afirmações são dessas duas pessoas, é outro facto.
Assim sendo, qual é a sua questão?
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De Luís Lavoura a 25.11.2019 às 11:19

<i>a descida de um imposto indireto é sempre uma ótima medida de combate à desigualdade</i>

Falso. Pode ser algumas vezes, mas muitas outras vezes não é.

Se o imposto indireto recai sobre algo que é predominantemente consumido por pessoas ricas, então a sua descida só contribuirá para aumentar a desigualdade.

Está por demonstrar que os pobres em Portugal sejam especialmente grandes consumidores de energia elétrica. Eu conheço muita gente muito pobre, e tenho a clara noção de que tudo fazem para evitar o consumo de eletricidade, e de facto consomem muito pouca. Quase nenhuma, mesmo.

Quem consome mais eletricidade é a classe média e a rica, não a pobre.
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De Luís Lavoura a 25.11.2019 às 14:50

O BE e o PCP parecem obcecados com a reversão total das medidas tomadas no tempo da troica. Como se tudo o que se fez no tempo da troica fosse mau e o Portugal que existia antes da troica fosse modelar e perfeito.
Neste setor da energia, esquecem que o imposto sobre produtos petrolíferos é muito maior do que o IVA sobre a eletricidade. E esquecem que o gaz de botija, que é usado pela população rural mais pobre para cozinhar, é bem mais necessário que a eletricidade.
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De zazie a 27.11.2019 às 10:41

Desculpe não ter a ver com o assunto do post mas deixei a pergunta no Blasfémias, a propósito do seu pertinente texto acerca da Greta.


Sabe explicar o motivo pelo qual existem períodos para a apanha das pinhas? Isto sem ser preciso cartilhas neotontas, como no post do Blasfémias?



Obrigada
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De henrique pereira dos santos a 27.11.2019 às 22:32

O que me disseram há tempos, mas não tenho certezas, foi que se determinou um período de apanha para facilitar a fiscalização, face ao grande volume de roubos de pinhas (assim os proprietários podem esperar até começar esse período para apanharem eles próprios as pinhas).
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De zazie a 27.11.2019 às 22:42

Ok. Obrigada. Li que também teria a ver com o tempo de maturação das próprias pinhas e qualidade dos pinhões.
Isto porque o que menos se percebe é que, se não está em causa a árvore, e nem havendo roubo, parecia um tanto estapafúrdio os próprios não poderem colher as pinhas e terem de preencher tanta burocracia. 
Fiquei na dúvida.
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De henrique pereira dos santos a 28.11.2019 às 06:30


A questão era exactamente que enquanto os proprietários esperavam pela maturação, as pinhas eram roubadas pouco antes, daí a limitação temporal.
Na prática é a solução preguiçosa (eventualmente a única pragmaticamente realizável) para a falência do Estado no mundo rural, onde os roubos de gado, de cortiça, de metais (por exemplo, nos sistemas de rega), de azeitona, de alfaiais, de gasóleo das máquinas e etc., são correntes e banais
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De zazie a 28.11.2019 às 09:47

Ora muito obrigada.


Assim entende-de. 
O que me estava a irritar era prescindir-se da informação para fazer agit prop de "ditadura estatal" e coisas assim neotontas.

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