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"O anonimato e o "off the record" só existem para proteger a integridade e liberdade das fontes, não são formas de incitamento à irresponsabilidade das fontes". (livro de estilo do Público)
"A confidencialidade é uma forma de proteger a integridade e a liberdade das fontes e não pretexto para recados, ajustes de contas ou mera intriga. O uso de fontes confidenciais destina-se a fazer chegar à sociedade factos, dados e declarações relevantes e de manifesto interesse público que, de outra forma, ficariam em documentação reservada ou no silêncio dos gabinetes". (livro de estilo da Lusa)
"O recurso às fontes anónimas pode legitimar-se no direito à informação. No entanto, só se pode manter a justificação do procedimento se este for de uma necessidade não só inquestionável mas também excepcional ... "Todas as pessoas e organizações citadas em notícias e reportagens do DN são identificadas, excepto quando se trate de proteger a sua intimidade e bom nome."". (Provedor do leitor do Diário de Notícias, citando também o livro de estilo do jornal)
Poderia estar a citar dezenas de sítios onde esta regra de ouro - o anonimato das fontes é excepcional e apenas aceitável para protecção da fonte que fornece informação de interesse público, quando existem riscos reais para o autor dessa revelação - mas não vale a pena, por duas razões: 1) a regra é da mais chã vulgaridade e encontra-se em qualquer canto e esquina; 2) nenhum orgão de informação que eu conheça a respeita seriamente, e é, portanto letra morta, em termos práticos.
Miguel Santos Carrapatoso, jornalista especialista em intrigas várias e conversa de porteiras, como é frequente nos jornalistas de política, faz uma boa demonstração da completa inutilidade desta regra do jornalismo, numa peça sobre a interessantíssima entrevista de Passos Coelho que está no Observador e que o Observador resolveu boicotar "interpretando", "descascando respostas", "procurando nas entrelinhas" e essas coisas habituais pelas quais a secção de política do Observador substitui o jornalismo que se recusa a fazer.
Vale a pena ler a peça, tendo em atenção a regra de ouro do jornalismo que é uma espécie de alquimia inversa: a regra é de ouro, mas boa parte dos jornalistas transformam-na em vulgares pedras sem valor.
Os únicos factos verificáveis (as declarações de Passos que o jornalista escolhe, omitindo as partes seguintes que contrariam a tese do jornalista e as declarações de Hugo Soares) contrariam claramente a tese do jornalista, e tudo o que o jornalista apresenta para justificar a sua tese de que a "direita" (que não sabemos o que seja), não compreende o "plano" (qual plano?), é baseada em gente que conhece bem "os bastidores" (qual gente?), em "núcleos duros" (quem?), em coisas que "sabe o Observador" (como?), em desabafos de um "destacado dirigente social-democrata" (quem?), em questões que se repetem "nos bastidores" (quais bastidores?), etc., etc., etc..
Não há mais que isto, interpretações do jornalista assentes em fontes anónimas interessadas em "recados, ajustes de contas ou mera intriga" como, com propriedade, o livro de estilo da Lusa caracteriza isto.
Não admira que mestres da intriga, dos ajustes de contas, dos recados, como António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa ou Paulo Portas, tenham a proeminência que têm no espaço mediático em Portugal, mas que os reformadores, como Cavaco Silva ou Passos Coelho, o sejam sistematicamente contra, ou pelo menos ignorando, a imprensa.
Por mim, fico satisfeito que a única resposta de Montenegro à inventona mediática do IRS tenha sido a de dizer que vai cumprir as suas promesas eleitorais e tem mais que fazer que governar em função do que aparece na imprensa.
Mas tenho pena, porque o resultado para a imprensa só pode ser um, que a imprensa persista no hara-kiri quotidiano de ignorar regras de ouro da sua actividade, mais ou menos como se um projectista de pontes resolvesse projectar pontes ignorando a lei da gravidade.
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