Uma grande diferença. Para já, passámos da cultura bafienta de capelinhas e sacristias para uma visão mais arejada e solta do país e de Lisboa. Esta deixará de ser pensada só para turistas que a acham uma cidade "muito curiosa e pitoresca" e serão introduzidas outras vertentes e mais valias que vão melhorar o bem-estar diário e acomodar-se às necessidades concretas dos seus habitantes que tanto merecem.
O novo presidente valoriza os consensos e o diálogo, ouve as propostas dos outros e é demasiado "senhor", o que desde logo, inviabiliza a possibilidade de se tornar o "señorito" lá da paróquia como o seu antecessor. No entanto, ser receptivo aos consensos, não impediu Carlos Moedas de fazer alguns avisos a lembrar que foi a sua plataforma a mais votada, portanto que a vontade dos lisboetas deve ser respeitada. O "recado" foi uma indirecta aos que afirmaram que a esquerda tinha tido mais votos que a direita. Por aqui se vê o respeito que a esquerda tem pelos votos dos eleitores, não querendo perceber o seu desejo de mudança...
É assim a esquerda: tem de se contar sempre com os ressentidos que não se conformam. Sabemos que há uma esquerda profundamente anti-democrática que não aceita a alternância democrática e considera-a uma espécie de usurpação do seu direito "natural" ao poder. São ainda resquícios de uma velha cultura de esquerda, cheia de soberba anquilosada. Há neles esta resistência à mudança que só tem trazido ao país o imobilismo e a estagnação.
São formas de estar mais que ultrapassadas.
Mas os portugueses f i n a l m e n t e estão a rejeitar este "modelo" gasto e a perder o medo de rasgar os horizontes para darem um novo rumo às suas vidas p a r a l i s a d a s. Foram dados os primeiros passos e começaram a compreender que o país, para se desenvolver e modernizar, tem primeiro de se libertar do jugo da esquerda, para depois poder avançar e deixar de ser este país paroquial e "pitoresco", parado no tempo.