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Lá para o dia 27, se avaliará o que disse neste post.
Para já, queria deixar uma nota intercalar.
Em primeiro lugar, a ideia de que a anomalia climática teria terminado antes de 19 de Janeiro é excessiva. Provavelmente fui sugestionado pelo relatório do IPMA, que é de 13 (penso que actualizado a 14) de Janeiro, tomando as previsões dos dias seguintes como boas.
A verdade é que, olhando para a monitorização diária ao dia de hoje, parece-me claro que no interior Norte e sobretudo Centro a situação melhorou bastante a partir de 13 de Janeiro (é impressionante como nos dias 8 e 9 a temperatura máxima na Guarda ficou abaixo da normal para as temperaturas mínimas), mas na generalidade do país, nomeadamente nas zonas onde vive mais gente, as coisas só mudaram mesmo a 19, em especial no que diz respeito às temperaturas mínimas, apesar da melhoria pontual do dia 15 (ver abaixo o gráfico para Lisboa), com alguma diferença em relação à previsão do IPMA a 13 de Janeiro.
Considerando o desfasamento de 4 a 7 dias entre condições meteorológicas e efeito na mortalidade, será de esperar, se este facto tiver um efeito relevante na mortalidade, que comece a haver efeitos visíveis na mortalidade global por estes dias, mais acentuados a partir de 25 a 26 de Janeiro.
Para já esses efeitos não são muito visíveis, digamos que a mortalidade global deixou de aumentar, mas se é verdade que o valor mais alto foi no dia 20, com 735 mortos, ainda estamos na mesma ordem de grandeza, por volta dos 700 mortos diários (ontem estavam em 668, mas podem subir ao longo do dia).
O gráfico abaixo procura perceber o que se passa porque à relativa estabilidade da mortalidade global de há uma semana, dez dias, contrapõe-se uma subida muito expressiva da mortalidade Covid, o que se traduz, como se vê no gráfico, no aumento do peso da mortalidade covid na mortalidade global, saltando da ordem dos 20% no Natal, para os 40% de ontem.
Ou seja, o que estes dados sugerem é que houve uma conjugação do aumento simultâneo da mortalidade covid e devida a outros factores até 10 a 12 de Janeiro, que se traduziu num expressivo aumento da mortalidade global (que pode ou não, ser influenciada pela dificuldade dos hospitais prestarem cuidados de saúde. Não estou convencido de que esse factor se reflicta em picos de mortalidade, mas mais em aumentos estruturais de menor expressão, mais prolongados no tempo, embora não tenha muita informação que dê fundamento a esta convicção), e que a partir daí a normalização meteorológica esteja a ir no sentido de baixar a mortalidade global e a mortalidade covid esteja a ir no sentido inverso.
Espero que nos próximos dias o saldo seja favorável à diminuição da mortalidade global e que a incidência da covid também acabe por parar o seu crescimento (quer porque entretanto estamos a entrar em quatro semanas de subida, quer porque eventualmente as condições ambientais são menos favoráveis à actividade viral), até porque as famosas previsões catastróficas parecem estar muito longe de se verificarem (a média dos sete dias segue solidamente colada à previsão de crescimento sob confinamento duro), apesar da falta de tempo para a existência de efeitos relevantes das medidas tomadas até agora.
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