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É muito raro usar pontos de exclamação, exactamente para lhes preservar a utilidade quando preciso deles, como é o caso do título deste post.
A questão é a seguinte: nos próximos dias as condições para queimar matos são óptimas e para queimar em povoamentos seria preferível ter um bocadinho mais de humidade nos combustíveis mortos, mas não é nenhum drama, é possível fazer.
Por isso é que preciso mesmo do ponto de exclamação no título do post: caros decisores das instituições, a minha, ICNF, protecção civil, bombeiros, câmaras e público em geral, por favor, deixem de mandar bombeiros apagar os fogos que aparecerem nestes dias, a menos que haja razões fortes para isso, do ponto de vista do risco para pessoas, infraestruturas ou risco económico real e, para além disso, mobilizem todos os esforços e meios que tiverem para queimar o mais possível onde há gente que queira queimar.
Não vale a pena esperar por condições absolutamente perfeitas, a opção não é entre arder agora ou não arder, arder agora ou arder em melhores condições, a opção é mesmo entre arder agora, que é favorável do ponto de vista da gestão do fogo, mas também da biodiversidade, sem afectação de solos, ou arder à balda, em condições de vento, humidade e secura de combustíveis muito mais adversas, com muito mais impactos negativos, e sem nenhum dos impactos positivos.
Esta fotografia de Henrique Mira Godinho serve para ilustrar a diferença dos efeitos entre fogos intensos, em épocas desfavoráveis (à direita), e fogos feitos com prescrições adequadas, como as dos próximos dias (à esquerda).
Caramba!
Deixem-se se tretas, de ses, e de talvez, pois sim, pois não e mimimis, se não querem queimar, ao menos não chateiem quem quer mesmo trabalhar para diminuir os riscos no próximo Verão, seja por ter interesse nisso, como os pastores que querem renovar os pastos ou os resineiros que queiram ter melhores condições de trabalho a custos razoáveis, seja porque querem gerir biodiversidade, seja porque simplesmente queiram diminuir os combustiveis disponíveis quando voltarem as condições meteorológicas (são meteorológicas, camaradas, não são climáticas) em que se geram e desenvolvem os grandes fogos destrutivos.
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