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Não, não são todos iguais

por henrique pereira dos santos, em 30.12.23

Ontem foi notícia o facto do Ministério Público confirmar que tem um inquérito a correr sobre a construção de uma casa de Luís Montenegro.

O Ministério Público abrir  inquérito tem tanta importância como organizações fazerem auditorias e coisas que tais, é importante que se faça, é fundamental que existam, mas só o seu resultado concreto é que permite tirar conclusões.

No caso do Ministério Público há paletes de inquéritos que têm de ser abertos porque a lei determina que assim seja, quer porque há notícia de um facto, quer porque há uma denúncia, por exemplo, e a abertura do inquérito não diz nada sobre a veracidade da notícia ou a solidez da denúncia.

O que me interessa é olhar para a forma como António Costa e Luís Montenegro reagiram à notícia de que haveria inquéritos a correr no Ministério Público que os envolviam.

António Costa, como é seu costume, olhou para a oportunidade que a notícia desse inquérito lhe abria, e usou a oportunidade: aproveitou para se livrar de uma situação política esgotada e pôr-se a jeito para prosseguir a sua carreira política e pessoal.

Como para aproveitar a oportunidade era preciso uma iniciativa sua que o enfraquecia - pedir a demissão por uma questão de lana caprina, entregando o país e o PS a uma instabilidade política que teria custos para si - fez o que tem feito toda a vida, escolheu alguém para responsabilizar pelos seus fracassos.

O candidato evidente era o Ministério Público e a Procuradora Geral da República que ele próprio tinha escolhido para poder substituir Joana Marques Vidal que era demasiado independente para o seu gosto, e inventou uma história mirabolante com base numa suposta obrigação sua para se demitir - obrigação que nunca defendeu que existia quando Sócrates foi investigado vezes sem conta, mesmo ainda em funções, para já não falar dos inúmeros membros dos seus governos envolvidos em investigações - atribuindo isso ao facto da Procuradora Geral ter feito o que era uma obrigação mínima de transparência, informar o público sobre a existência de um inquérito que o envolvia.

A António Costa não preocupa minimamente o facto dessa inventona erodir a solidez das instituições, levantando suspeitas de que as instituições se desviam facilmente das suas obrigações públicas para servir interesses privados, porque António Costa não tem o menor respeito pelas instituições e sempre as usou para se servir delas, prejudicando-as ou não.

Luís Montenegro, pelo contrário, disse o que deve ser dito institucionalmente, que o Ministério Público está a cumprir o seu dever e que ainda bem que há investigações que permitirão esclarecer, no futuro, quem tem razão, reforçando a credibilidade das instituições.

Institucionalmente, António Costa representa a cultura política do PS que governa Portugal quase há trinta anos, com curtos intervalos em circunstâncias muito especiais, Luís Montenegro demonstrou uma cultura institucional diferente.

Essa diferença é o essencial do que me interessa nas próximas eleições, não, não são todos iguais e votar numa cultura institucional, noutra cultura institucional ou achar indiferente o país ter uma ou outra cultura institucional, não é irrelevante.


16 comentários

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De André A. a 30.12.2023 às 09:23

G’anda spin.
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De urinator a 30.12.2023 às 09:59

costa serviu-se do país toda a sua vida política.
Montenegro procura servir o país contra a vontade do leninismo do ps e restante esquerda folclórica que afunda o que resta do que foi uma nação.
começou a campanha do lamaçal com todo o gáudio ( alegria, júbilo, regozijo) da CS sem coluna vertebral e finalmente com desemprego à vista.


dão-se alvíssaras (recompensa) a quem encontrar a saúde, o ensino, a justiça, a riqueza ... 
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De Ricardo a 30.12.2023 às 10:17

Vai ficar tudo bem....ainda vão sobrar dois helis no ano novo para transportar doentes urgentes(inclusive acidentados rodoviários e grávidas a dar à luz) de lugares distantes para hospitais (leia-se urgências hospitalares a funcionar) a centenas de km.
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De O apartidário a 30.12.2023 às 10:20

Bem diz a expressão popular "não são só 'rosas',também há espinhos".
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De Carlos Sousa a 30.12.2023 às 10:51

Os inquéritos podem ser diferentes mas os indícios são iguais. É corrupção pura e dura.
Bem pode tentar fazer a lavagem mas não se esqueça que no melhor pano cai a nódoa. 
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De Albino Manuel a 30.12.2023 às 11:26

Não pega. Quem deve estar a encomendar uma missa de acção de graças é Ventura.


Até fui ver os anúncios de casas em Espinho no Idealista. Com metade da área, aí 700 mil ou coisa que tal. Bem sei que os preços aumentaram, mas custa a acreditar.


Até é possível que tudo tenha justificação legal. Já convencer os eleitores vai ser mais difícil.


Fora outra questão: mesmo com escritório lá dentro, para que é que ele quer 800 metros quadrados de área habitável, espalhados por N andares? Algum dos pisos é campo de ténis?
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De Anonimo a 30.12.2023 às 12:56

Os políticos portugueses são azarados. Ou esquecem de declarar rendimentos, ou sacam uns subsídios indevidos, ficam por pagar uns impostos em falta, é uma classe com claros problemas de literacia financeira.
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De Anonimo a 30.12.2023 às 13:04

Terá paletes ou pallets, nunca palettes.
Paletas também seria um termo apropriado.
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De henrique pereira dos santos a 30.12.2023 às 17:39

Obrigado, vou corrigir
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De balio a 30.12.2023 às 14:12

Discordo totalmente da frase sobre a Procuradora-Geral. Não, a Procuradora não  tem nada que informar o público sobre os inquéritos que estão a decorrer ou que ele pretende que venham a decorrer. A Procuradora deve respeitar o segredo e evitar lançar quaisquer suspeitas sobre qualquer cidadão. O Ministério Público não deve servir para denegrir as pessoas, retirar-lhes o bom nome e torná-las desempregadas, como tem repetidamente feito. A Procuradora fez muito mal em dizer aquilo que disse sobre António Costa.
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De anónimo a 30.12.2023 às 14:57


HPdS aqui sumarisa clara e sucitamente como se desenrola a actividade política ao mais alto nível em Portugal nos últimos anos. 
No dia das eleições Legislativas o cidadão vota num icon que representa um molho de candidatos com perfis e origens basicamente incontroláveis pelo eleitor, apenas cozinhadas dentro dos partidos. Uma matemática nada democrática entrega todo o poder político a essa série de incontroláveis grupos de interesses, os partidos políticos, afinal os grandes beneficiários do sistema. 

Existem correcções possíveis a este, o actual sistema de atribuição e subsequente controle do poder político?. Será este sistema eficaz e com demonstráveis bons resultados?. Este, o actual sistema de selecionar e controlar representantes políticos, a dita classe política é mesmo uma democracia, um homem um voto, num candidato do seu círculo eleitoral?.

Correcções, a acontecerem, nunca virão dos actuais beneficiários do sistema. E quem sobrevive dependendo de este sistema vota e tem a escolha feita.
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De cheia a 30.12.2023 às 16:41

Aproveitou o facto do Presidente da Câmara ser seu amigo, para mais umas trafulhices: corrupção, que é o que este país mais tem.

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