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Ontem foi notícia o facto do Ministério Público confirmar que tem um inquérito a correr sobre a construção de uma casa de Luís Montenegro.
O Ministério Público abrir inquérito tem tanta importância como organizações fazerem auditorias e coisas que tais, é importante que se faça, é fundamental que existam, mas só o seu resultado concreto é que permite tirar conclusões.
No caso do Ministério Público há paletes de inquéritos que têm de ser abertos porque a lei determina que assim seja, quer porque há notícia de um facto, quer porque há uma denúncia, por exemplo, e a abertura do inquérito não diz nada sobre a veracidade da notícia ou a solidez da denúncia.
O que me interessa é olhar para a forma como António Costa e Luís Montenegro reagiram à notícia de que haveria inquéritos a correr no Ministério Público que os envolviam.
António Costa, como é seu costume, olhou para a oportunidade que a notícia desse inquérito lhe abria, e usou a oportunidade: aproveitou para se livrar de uma situação política esgotada e pôr-se a jeito para prosseguir a sua carreira política e pessoal.
Como para aproveitar a oportunidade era preciso uma iniciativa sua que o enfraquecia - pedir a demissão por uma questão de lana caprina, entregando o país e o PS a uma instabilidade política que teria custos para si - fez o que tem feito toda a vida, escolheu alguém para responsabilizar pelos seus fracassos.
O candidato evidente era o Ministério Público e a Procuradora Geral da República que ele próprio tinha escolhido para poder substituir Joana Marques Vidal que era demasiado independente para o seu gosto, e inventou uma história mirabolante com base numa suposta obrigação sua para se demitir - obrigação que nunca defendeu que existia quando Sócrates foi investigado vezes sem conta, mesmo ainda em funções, para já não falar dos inúmeros membros dos seus governos envolvidos em investigações - atribuindo isso ao facto da Procuradora Geral ter feito o que era uma obrigação mínima de transparência, informar o público sobre a existência de um inquérito que o envolvia.
A António Costa não preocupa minimamente o facto dessa inventona erodir a solidez das instituições, levantando suspeitas de que as instituições se desviam facilmente das suas obrigações públicas para servir interesses privados, porque António Costa não tem o menor respeito pelas instituições e sempre as usou para se servir delas, prejudicando-as ou não.
Luís Montenegro, pelo contrário, disse o que deve ser dito institucionalmente, que o Ministério Público está a cumprir o seu dever e que ainda bem que há investigações que permitirão esclarecer, no futuro, quem tem razão, reforçando a credibilidade das instituições.
Institucionalmente, António Costa representa a cultura política do PS que governa Portugal quase há trinta anos, com curtos intervalos em circunstâncias muito especiais, Luís Montenegro demonstrou uma cultura institucional diferente.
Essa diferença é o essencial do que me interessa nas próximas eleições, não, não são todos iguais e votar numa cultura institucional, noutra cultura institucional ou achar indiferente o país ter uma ou outra cultura institucional, não é irrelevante.
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