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Não há mal que sempre dure...

por João Távora, em 11.12.24

Joao Pereira.jpg

Ninguém imaginaria há duas semanas a hecatombe que se iria abater na equipa de futebol do Sporting. Sou o primeiro a dar a mão à palmatória por tender a subestimar a importância do treinador no grupo de trabalho. Nem nas minhas mais negras previsões imaginaria que uma equipa aparentemente invencível com Ruben Amorim, duas semanas após a sua saída sofreria quatro derrotas seguidas. Os jogadores são os mesmos assim como o sistema de jogo – não me venham cá os intelectuais da bola com teorias de equívocas “novas geometrias” e “losangos do meio-campo” implementadas pelo novo treinador João Pereira: o sistema é o mesmo, condicionado por inúmeras lesões de jogadores fundamentais substituídos por diferentes protagonistas. O problema, quanto a mim não reside no novo treinador. Ruben Amorim nos últimos 4 anos envolveu-se e deixou uma marca fortíssima em todo o balneário do Sporting, uma mística que ao desaparecer, abalou profundamente o subconsciente dos jogadores, que ficaram com as pernas a tremer.  Isto para dizer que a quebra de produção da equipa tem mais a ver com a traumática saída de Amorim que com a entrada de João Pereira.  Qualquer treinador que chegasse depois de Amorim estaria condicionado por este impacto, estava condenado a ser queimado.

Como sempre defendi, o fascínio do futebol é a sua dinâmica colectiva, profundamente ligada a frágeis factores de psicologia de grupo lentos de implementar. Essa é a razão porque falham tantas equipas recheadas de bons jogadores. João Pereira pouco poderá fazer que resolva este problema de um dia para o outro, e estou em crer que a sua capacidade de liderança está definitivamente comprometida pela cruel realidade: quatro derrotas seguidas.

Tudo isto conduz a outra questão, para mim a mais efectiva neste momento. A preponderância de alguma racionalidade na massa adepta leonina, tão dada a atitudes autofágicas, como já se vislumbrou ontem com o arremesso de tochas aos jogadores na Bélgica por energúmenos das claques. Desses já sabemos o que esperar. Dos outros exige-se ponderação, amor ao clube e apoio incondicional à equipa que subir ao relvado no próximo sábado.

De resto, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe. Por isso é que em mais de um século o Sporting nunca tinha ganho mais de 12 jogos e o record caiu. Os records são isso mesmo fenómenos raros, como quatro derrotas seguidas.

No que depende de nós sportinguistas, há que não deitar tudo a perder. E confiar em Frederico Varandas e Hugo Viana.

Publicado originalmente aqui


6 comentários

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De Antonio Maria Lamas a 11.12.2024 às 13:29

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De Anonimo a 11.12.2024 às 15:45


São coisas que acontecem. Não acontecem a Porto e Benfica, mas acontecem.
É continuar a confiar e a apioar, que tudo se resolve.
Já tive longas (ou morosas) conversas sobre o assunto, de pessoas que achavam Amorim o Messias, mas quando se soube que saíria defendiam que nada ia mudar, defendiam-no com tudo (o tradicional querias era o Silas, ou queres é o jj), e depois era de sonso e traidor para baixo (quando fez o mesmo ao Braga, curioso), mas acima de tudo, desculpam o Presidente. Irrelevante tentar perceber o que se passou, e assim tentar impedir que se repita, importante é que ninguém teve culpa. Ou melhor, teve o Amorim depois do JP começar a comer derrotas, até lá era tudo "futebol".
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De Filipe Costa a 11.12.2024 às 15:58

O Sporting e o Porto estão com o mesmo problema. O Benfica resolveu-o antes, por incrivel que pareça, até resolveu depois, mas está a correr bem.
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De João Gil a 11.12.2024 às 16:24

Se as equipas não precisassem de treinadores funcionavam todas em auto-gestão. Alguma boa razão haverá, então. É como as empresas, as experiências de auto-gestão bem sucedidas não se conhecem. Alguém tem de saber mandar e mandar efectivamente. João Pereira não passaria de um treinador de transição. Agora que já se transitou já se pode substituir o treinador e a sua equipa técnica. O quanto antes, para que a destruição não seja maior. SL 
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De Silva a 11.12.2024 às 17:13

João Távora está equivocado.
O que se joga hoje não é futebol.
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De lucklucky a 11.12.2024 às 18:50

Discordo totalmente. 
Basta olhar para as substituições que o Amorim fazia a qualquer hora comparado o João Pereira. 
João Pereira que teve maus resultados como treinador já na equipa B. 
E depois temos a comunicação e a maneira de o fazer.


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