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Ninguém imaginaria há duas semanas a hecatombe que se iria abater na equipa de futebol do Sporting. Sou o primeiro a dar a mão à palmatória por tender a subestimar a importância do treinador no grupo de trabalho. Nem nas minhas mais negras previsões imaginaria que uma equipa aparentemente invencível com Ruben Amorim, duas semanas após a sua saída sofreria quatro derrotas seguidas. Os jogadores são os mesmos assim como o sistema de jogo – não me venham cá os intelectuais da bola com teorias de equívocas “novas geometrias” e “losangos do meio-campo” implementadas pelo novo treinador João Pereira: o sistema é o mesmo, condicionado por inúmeras lesões de jogadores fundamentais substituídos por diferentes protagonistas. O problema, quanto a mim não reside no novo treinador. Ruben Amorim nos últimos 4 anos envolveu-se e deixou uma marca fortíssima em todo o balneário do Sporting, uma mística que ao desaparecer, abalou profundamente o subconsciente dos jogadores, que ficaram com as pernas a tremer. Isto para dizer que a quebra de produção da equipa tem mais a ver com a traumática saída de Amorim que com a entrada de João Pereira. Qualquer treinador que chegasse depois de Amorim estaria condicionado por este impacto, estava condenado a ser queimado.
Como sempre defendi, o fascínio do futebol é a sua dinâmica colectiva, profundamente ligada a frágeis factores de psicologia de grupo lentos de implementar. Essa é a razão porque falham tantas equipas recheadas de bons jogadores. João Pereira pouco poderá fazer que resolva este problema de um dia para o outro, e estou em crer que a sua capacidade de liderança está definitivamente comprometida pela cruel realidade: quatro derrotas seguidas.
Tudo isto conduz a outra questão, para mim a mais efectiva neste momento. A preponderância de alguma racionalidade na massa adepta leonina, tão dada a atitudes autofágicas, como já se vislumbrou ontem com o arremesso de tochas aos jogadores na Bélgica por energúmenos das claques. Desses já sabemos o que esperar. Dos outros exige-se ponderação, amor ao clube e apoio incondicional à equipa que subir ao relvado no próximo sábado.
De resto, não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe. Por isso é que em mais de um século o Sporting nunca tinha ganho mais de 12 jogos e o record caiu. Os records são isso mesmo fenómenos raros, como quatro derrotas seguidas.
No que depende de nós sportinguistas, há que não deitar tudo a perder. E confiar em Frederico Varandas e Hugo Viana.
Publicado originalmente aqui
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